A volta de Luan, mesmo descontado, já iluminou o futebol gremista. Sem o mesmo brilho aquele que a gente tem saudade, mas já serviu para abrir um clarão de esperança. Luan deu outra cara ao time.
Fico imaginando se o Grêmio tivesse Maicon e Douglas, sem falar no Pedro Rocha. Sem exagero, seria um time para colocar duas faixas neste final de ano. E isso que nem citei o Michel.
Acho até que nem teria graça.
O Corinthians que o diga. Nem jogando em casa conseguiu ser melhor que o Grêmio. Pelo contrário. Se no primeiro jogo, na majestosa Arena tricolor, levou um banho de bola e dependeu de Cássio para não ser goleado, nesta noite, diante de sua ruidosa torcida, escapou de uma derrota.
Enquanto Marcelo Grohe foi basicamente um espectador privilegiado, Cássio teve que trabalhar mais. Nenhuma defesa espetacular, mas foi exigido. E teve ainda a bola na trave, no segundo tempo, numa cobrança de falta. E no finalzinho Jael quase marcou de cabeça depois de cruzamento de Fernandinho.
O Grêmio teve uma leve superioridade em termos de situação de gol. Mas o principal é que o time, com Luan em campo, voltou a tocar a bola, neutralizando o adversário que recuava todo, e buscando a melhor jogada para definir o ataque.
E aí faltou um Luan em plena forma para meter aquela bola que consagrou Pedro Rocha, por exemplo. Luan estava sem o tempo certo da bola, mas ainda assim já impôs respeito e tranquilizou seus companheiros.
Senti falta, também, de jogadas mais incisivas de Arthur. Com Jailson – de atuação muito boa – fazendo a proteção da zaga, Arthur poderia ter avançado mais. Achei que ele jogou um futebol muito burocrático, arriscando pouco o drible vertical e as bolas mais longas.
Na esquerda, Fernandinho. Luan precisa de um jogador mais agudo, mais veloz para fazer a jogada pelo lado esquerdo, aquele que ele fazia com PR. Está certo, Fernandinho é melhor taticamente, mas eu insisto que Éverton bem instruído e com sequência tem potencial superior.
Mesmo jogando poucos minutos, ele criou uma jogada pela esquerda que quase resultou no gol de Jael. Por outro lado, também não vejo grande diferença técnica e tática entre um e outro. Ambos se equivalem.
Prefiro Éverton. Renato prefere Fernandinho. Simples, e eu respeito, até porque Renato tem sido feliz em suas opções, de um modo geral, provando que se trata de um grande treinador – embora alguns pensem muito diferente.
Por fim, o empate ficou de bom tamanho porque impede que um debate iniciado logo após a rodada anterior se alastre como fogo no capim seco.
Ou seja, se o Grêmio tivesse vencido esse confronto direto com o líder, ficaria quase na obrigação de jogar com força máxima contra o Palmeiras porque o título brasileiro ainda seria possível, segundo alguns.
Agora não dá mais. Acabou. Restou a Libertadores, essa competição ‘menor’ que todos gostariam de estar disputando no lugar do Grêmio.
Mas não podem, sabem por que? Porque caíram no meio do caminho. A Libertadores é para os fortes.
Bem, é o Grêmio no tudo ou nada nesta temporada que começou tão promissora. Ou Libertadores, ou nada!