A hora e a vez de Éverton

A vitória de virada sobre o Flamengo, 3 a 1 na Arena, mostra em primeiro lugar que o Grêmio não se abala facilmente. Levou o gol no início do segundo tempo, mas manteve seu ritmo, mas aumentando a pressão no campo adversário.

A impressão que dá é que o Grêmio ficaria com maior controle de bola, cercando a área do Flamengo, mas não faria gol se o técnico Renato não fizesse o que todo mundo clamava: Éverton no time.

Pois Éverton entrou e logo em sua primeira participação se meteu entre a zaga para desviar do goleiro e empatar o jogo, aproveitando bola cruzada por Beto da Silva, jogador que está evoluindo a cada jogo.

Então, o jogo ratificou, em segundo lugar, que Éverton está se credenciando a ser titular no lugar de Fernandinho. Sei, Fernandinho é importante defensivamente, tem experiência e de vez em quando faz uma jogada ofensiva com algum efeito.

Já o jovem Éverton, atacante arisco, escorregadio, atrevido e batalhador, não tem a mesma disciplina tática, por mais que se esforce. Há quem diga que lhe falta inteligência tática.

Diante disso, Renato terá de optar mais uma vez entre a efetividade ofensiva de Éverton (goleador gremista no Brasileiro mesmo com poucos jogos) e o futebol operário de Fernandinho.

Renato já deu provas suficientes de sua capacidade. Não tenho dúvidas de que fará a melhor escolha para o time. Aqui, de onde estou, bem longe do vestiário, defendo que jogue Éverton desde o início contra o Lanús. Baseio minha opção – que é da maioria dos gremistas pelo que percebo – no que os dois jogadores estão apresentando. Éverton está jogando mais. Fernandinho parece sem agilidade e arranque para o drible.

Agora, o curioso é que tanto Éverton como Fernandinho são jogadores que realmente rendem mais quando entram no decorrer do jogo, normalmente ali pela metade do segundo tempo. Os dois entram e causam um salseiro na defesa rival. Fernandinho como titular desde a saída de Pedro Rocha caiu de rendimento. Mas tem a confiança de Renato em função de sua contribuição tática.

Bem, eu ficaria com Éverton, mas sem muita convicção considerando que estaria abrindo mão de um trunfo importante para o segundo. Mas quem garante que Éverton, cada vez mais confiante e seguro, não pode começar e praticamente ajudar a decidir o jogo já no primeiro tempo?

Acredito que Renato está pensando nessa possibilidade depois do que aconteceu neste domingo na Arena.

De minha parte, repito o que venho escrevendo faz tempo: chegou a hora e a vez de Éverton.

TORCIDA

Gostei do comportamento da torcida, da maior parte dela, que aplaudiu o atacante Jael. Alguns vaiaram o jogador, mas a maioria se mostrou solidária, respeitosa. Jael não tem culpa de estar no Grêmio e ser opção para a Libertadores.

Mas já que ele está aqui, que receba incentivo para ganhar moral ou ao menos um silêncio obsequioso.