Sou do tempo do Papai Noel azul ou vermelho, dependia de quem vencesse o campeonato gaúcho – isso muito antes da tomada do poder na FGF por colorados, que lá estão desde o século passado e de lá não querem sair.
Ah, o campeonato gaúcho. Como dizia o técnico Galego, do Brasil e/ou do Pelotas, lá pelo final dos anos 60 início dos 70, era a competição que a dupla Gre-Nal poderia ganhar.
Então, o nosso regional era tudo para gremistas e colorados. Lembro de um Natal em que o Papai Noel azul era um torcedor muito louco, que se tornaria uma legenda da crônica esportiva gaúcha, uma espécie de precursor no combate a IVI, sigla lançada pelo RW. Sim, Paulo Sant’Ana.
Bem, hoje ninguém mais dá muita bola para o Gauchão, nem mesmo os que o vencem. Ninguém fecha a Goethe pra festejar o nosso ruralito.
Hoje, se ainda existisse essa tradição, o Papai Noel seria azul, um azul imenso, infinito, de arder os olhos colorados. No ano passado, o Inter foi campeão gaúcho, o que é comum na gestão Noveletto. Mas o que pesou no final do ano, no apagar das luzes de 2017, foi a queda para a segundona, o rebaixamento.
Humilhação oceânica para quem apregoava que nunca cairia. ‘Clube grande não cai’, diziam plenos de soberba. Não cai, desaba. Foi um ano terrível, porque teve aquele caso envolvendo a tragédia da Chapecoente, da qual o Inter quis tirar proveito, os documentos alterados no caso Vitória, e por aí vai.
Sim, 2017 doeu nos colorados, e fez a alegria tricolor, porque sob o comando do técnico ‘Joel Santana’, como era chamado por alguns neófitos, e do presidente ‘cone do Koff’, o Grêmio finalmente quebrou o jejum: foi campeão da Copa do Brasil depois de 15 anos.
Mais do que isso, o título mostrou que ali estava iniciando um novo ciclo tricolor, prometendo muitos papais noel azuis. Sem contar o reconhecimento nacional pela excelência do futebol comandado primeiro por Roger, que conseguiu formar um time de qualidade com os destroços deixados por Felipão, e depois pelo mestre Renato Portaluppi, que aperfeiçoou a herança recebida.
Então, um ano depois, o torcedor que até há pouco nada comemorava, acabou campeão da Libertadores. Tricampeão da América!!! Nunca se viu festa igual em Porto Alegre, nunca mesmo.
E digo mais, teria vencido o Real Madrid se não tivesse sido obrigado a vender Pedro Rocha e se pudesse contar com Arthur. Com esses dois, o Grêmio seria outro, apesar do desgaste de um final de ano dos mais exigentes, contra o RM em meio à temporada, em melhores condições físicas, portanto.
Termino o ano otimista, confiante. Renato renovou o contrato. Não sei quanto vai receber, nem me interessa. Só sei que qualquer outro treinador custaria mais caro, porque provavelmente seria demitido ali adiante. Em time que está ganhando no se mexe.
Com Renato no comando – com o lastro de uma direção firme e competente, tendo Ico Roman como grande revelação -, o Grêmio pode, não tenho dúvida, no final deste 2018 que está batendo à porta, completar o ciclo iniciado no Natal passado: Copa do Brasil, Tri da América e Campeão do Mundo. Quem duvida?
Bom Natal a todos, boas festas, e que 2018 seja auspicioso para todos nós, tanto para os gremistas chapa-branca oficialistas como para os urubulinos, sempre rabugentos.
Feliz 2018, se eu não conseguir escrever mais nesses dias.
Observação: andei enfrentando problemas com o provedor do blog. grem