Favoritismo, confiança e medo da arbitragem

Se a arbitragem não interferir – passar em branco como diziam os narradores de antigamente -, o Grêmio vence o Gre-Nal.

Os colorados vão dizer que é soberba gremista. Pode ser, mas é natural ficar assim quando se tem um time vencedor, entrosado e com alguns grandes jogadores.

O nome disso não é soberba: é confiança.

Nos anos 90, quando o Grêmio acumulou conquistas e vitórias inesquecíveis, um colega da redação, coloradaço, costumava dizer que nós, gremistas, éramos arrogantes.

Tempos depois, a arrogância e a soberba passaram para o lado vermelho, sentimentos que muitos colorados ainda nutrem apesar de uma queda ao abismo da segundona e uma série que outros vexames. Eu  diria que é gordura acumulada de tanta soberba.

Hoje, muitos colorados acreditam até em goleada no BR lotado, reflexo dessa soberba que neles ainda está instalada.

Bem, independente do que pensam estes ou  aqueles, eu acredito na vitória, não por soberba, mas por confiança na capacidade do time, comprovada com três grandes títulos em um ano e meio.

Do outro lado, um adversário que tenta se aprumar depois de dois anos terríveis.

Como se diz, o Gre-Nal muitas vezes serve pra arrumar a casa. Mas pode servir também para desarranjar de vez, e aí não deixo de lembrar daqueles gloriosos 5 a 0, resultado que só foi possível porque a arbitragem era de fora.

Não é caso do jogo deste domingo, que terá Jean ‘Damião’ Pierre no apito, e uma dupla de fora como arbitragem de vídeo.

Temo pelo que possa acontecer em termos de arbitragem.

 

Não ao VAR no clássico

Sei que vou contrariar a maioria, que estarei nadando contra a correnteza – embora nem saiba nadar. Mas quero dizer que sou contra o uso do árbitro de vídeo (VAR), pelo menos do jeito que está posto.

Sou ainda mais contrário ao VAR no Gre-Nal de domingo. Até o momento ao que parece não há decisão da FGF nesse sentido, mas li que os presidentes da dupla são favoráveis à essa inovação.

Até seria a favor se toda a arbitragem fosse de fora, fosse de outro Estado, outro país. O cornetadorw publicou com exclusividade um dado preocupante para os gremistas: desde 2012 o Grêmio não vence clássico pelo regional (com árbitro local).

Por outro lado, quase deita e rola no Brasileirão (com árbitro de fora) nesse mesmo período, inclusive aplicando goleadas, como aquele placar de 5 a 0, que lavou a alma tricolor.

Curiosidade: o técnico colorado nesse jogo era o atual treinador colorado. Não se lê nada a respeito disso na mídia.

Será em ‘respeito’ ao Odair?

Então, se sou contra árbitro local, por que seria a favor de VAR local?

Seria mais um a decidir sabendo que um erro grave a favor do Grêmio pode resultar numa conversinha reservada na sala do presidente da federação, como aconteceu com Diego Real, e pode ter ocorrido também com outros.

Independente disso, sou contra a arbitragem de vídeo enquanto a decisão de pedir a imagem depender dos próprios árbitros.

O Grêmio foi beneficiado, e com justiça, por duas decisões do VAR, ambas nos jogos contra o Independiente. Mas antes foi prejudicado contra o Lanus, na Arena, no lance de pênalti claro sobre Jael.

Sou a favor do VAR apenas se a solicitação puder partir do treinador, não do quadro de arbitragem, que já tem poder demais. Parece que no futebol americano é assim.

Que se coloque um número máximo de pedidos por jogo. Quem sabe dois ou três para cada equipe.

GRENAL

Com classificação garantida em oitavo lugar, o Grêmio deveria jogar com um time misto, cinco ou seis titulares.

Com isso, iria com força máxima (inclusive Luan) para os clássicos decisivos das quartas de final.

Defendo que Arthur esteja nesse time, até para recuperar suas melhores condições, pegar ritmo de jogo.

Ouso afirmar que mesmo com time misto o Grêmio tem condições de vencer o festejado (pela mídia) Inter de Odair em pleno Beira-Rio.

 

Geral punida por desafiar os intocáveis homens da Lei

O Ministério Público e o Juizado do Torcedor voltam a afrontar a torcida gremista, a maior e mais vibrante do Estado. A nova punição imposta à Torcida Geral do Grêmio – desprezando os mais elementares princípios jurídicos – demonstra desprezo pelo bom senso e, o mais grave, soa desafiadora, autoritária, como quem diz: “Aqui quem manda somos nós, não ousem nos desafiar”.

 

É o recado duro dos agentes públicos que deveriam acima de tudo zelar pela harmonia e paz nos estádios de futebol, ambiente dominado pela paixão, combustível para ações nem sempre as mais adequadas, mas que podem ser administradas se houver equilíbrio, diálogo e isenção, nunca provocação.

 

Para quem deveria lutar por menos violência no futebol e mais aceitação das diferenças, os representantes do MP e do Judiciário, ao punirem uma torcida por motivo tão ralo, tão insignificante e mesquinho num contexto de belicosidade latente e pulsante, agem de forma absolutamente provocativa. Uma reação quase infantil diante do que consideraram uma afronta o fato de torcedores terem utilizado materiais de identificação da Geral em Abu Dhabi e na Recopa, como se a punição de 60 dias de suspensão tivesse aplicabilidade no exterior.

 

Na ânsia de punir com rigor desmedido o ‘desafiador’, o ‘insubordinado’, aquele que ‘ousa nos afrontar’, os homens que deveriam educar e orientar passam a impressão de que levam o caso  para o lado pessoal, como uma rixa colegial depois da aula.

 

É um comportamento muito diferente quando os incidentes e os conflitos são relacionados ao  Internacional. Nas redes sociais há inúmeros episódios graves de tumulto envolvendo a torcida colorada, com danos materiais e agressões ( inclusive o emblemático caso do cone arremessado por um torcedor sobre um policial a cavalo), sem providências punitivas dos mesmos agentes, sempre tão zelosos quando se trata penalizar gremistas.

 

Diante disso, por entender que os dois agentes envolvidos no tragicômico ‘caso do bumbo’ se mostram muito mais decididos a entrar em confronto com a tradicional Torcida Geral do Grêmio do que a buscar o sempre recomendado diálogo aliado ao bom senso, venho sugerir que sejam nomeados novos agentes para conduzir esse trabalho junto às torcidas de futebol.

Sei, sei, sugestão devidamente arquivada.

CORNETADORW

Assustadores os dados abaixo. O Grêmio não vence Gre-Nal do Gauchão desde 2012. Já no Brasileirão aplicou até goleadas.

E aí, coincidência?

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2018/03/os-humanos-gauchos-e-os-humanos.html

 

Renato testa esquema com quatro volantes para o Gre-Nal

O Grêmio nem precisou jogar bem pra vencer o Juventude por 2 a 0, no Alfredo Jaconi. O campo prejudicou o time de maior qualidade. Tanto que seguidamente havia ligação direta defesa/ataque. Já o Juventude parecia assustado, sem alternativa de contra-ataque. Marcelo Grohe fez uma defesa ao longo do jogo. Mais nada.

Mesmo com superioridade absoluta durante os 90 minutos, o Grêmio precisou de uma falha do goleiro Matheus logo no início do segundo tempo para abrir o caminho da vitória.

Matheus errou. Ele foi muito auto-suficiente no lance ao receber uma bola recuada em más condições. Subestimou a velocidade de Jael, quis dominar a bola em vez de dar um chutão, talvez para mostrar que sabe jogar com os pés. O fato é que ele vacilou e Jael fez 1 a 0.

O gol tornou tudo ainda mais fácil para o Grêmio, que aí sim criou algumas situações claras para ampliar, mas chegou apenas aos 2 a 0, um golaço de Madson. Jogada começou com uma enfiada de Maicon, que Ramiro cruzou na medida para o lateral concluir com categoria e precisão.

Madson

Sobre Madson: aqueles que detonaram o guri a partir de uma amostragem pequena, estão com a barba de molho. Madson jogou muita bola. Aliás, eu antecipei aqui que ele poderia melhorar quando tivesse Ramiro ao seu lado. Curiosamente, Ramiro além de ajudar na marcação pelo lado direito ainda deu o passe milimétrico para Madson, que só tende a crescer agora com moral mais elevado. Madson, o melhor do jogo.

Cícero

Não gostei. Tem sido um jogador sem sangue, sem sal. Faz um feijão com arroz razoável, raramente aparece em alguma jogada de ataque, e no combate ao adversário é quase imperceptível. Penso que o lugar dele é no banco de reservas, até que incorpore o espírito tricolor e se comprometa mais.

Posso estar sendo injusto, mas é o que ele me passa.

Classificação

O Grêmio afastou o fantasma do rebaixamento. Luta agora para confirmar sua classificação. Se pegar o oitavo lugar, e o Inter garantir o primeiro, teremos Gre-Nal na próxima fase. É o que espero. Vencer o clássico e depois ‘passear’ no Gauchão.

Mas desconfio que o Inter vai fugir desse confronto agora. Caxias e Brasil de Pelotas começaram a fuga nesta rodada. Ambos perderam.

Imaginem só: os três líderes tentando fugir do Grêmio. Vai ser hilário.

Gre-Nal

Refletindo sobre Cícero e o esquema de 4 volantes que Renato aplicou neste domingo na Serra, estou chegando à conclusão de que o técnico escalou esse time já projetando o clássico do dia 11, marcado para as 11h (será que esse horário será mantido?).

Penso que Renato pode começar o jogo com esse quadrado, saindo Cícero e entrando Arthur. Está mais do que na hora de ele jogar.

Na frente, Luan e Éverton. Se Luan não puder jogar, é possível que Renato repita Jael de titular.

Duvido que Renato mexa na dupla Jaílson/Maicon. Renato vai apostar num meio-campo forte, consistente e criativo (com Arthur dialogando com Maicon e Luan).

O jogo no Jaconi já foi um teste para o Gre-Nal, é o que me parece.

MP

É incrível como o MP é rigoroso com a Geral do Grêmio. A torcida colorada fez de tudo no ano passado, até cone jogou sobre brigadianos. Quebraram posto de gasolina e loja de conveniência, e ficou por isso mesmo.

Aí a torcida gremista leva um bumbo para um jogo no exterior e corre risco de nova punição. É o fim da picada, revoltante.

Ainda bem que o Grêmio está reagindo e não vai deixar assim.

Agora, a gente olha para a FGF, o MP e o Judiciário e tem a impressão que os colorados estão no controle de tudo. Mas é só impressão, porque são todos homens honrados, que dignificam suas instituições. E se erram mais para um lado é porque são humanos e se trata de mera coincidência.

Foco no Gauchão e na defesa da Geral

Com a pausa na Libertadores, o Grêmio pode agora focar apenas no Gauchão. Objetivo imediato é afastar o risco de rebaixamento à série B regional e confirmar sua classificação. Depois, a luta pelo título.

Sei que muita gente irá comemorar se o clube ficar no limbo, nem rebaixado, nem classificado. A ideia é com isso atingir Novelletto Primeiro e Único.

Ora, ele está largando a federação, e nada melhor que mais um título do clube do qual é conselheiro. O dinheiro da TV já está garantido, até onde eu sei. Se vai cair a sintonia sem o Grêmio será problema da emissora detentora dos direitos. Então, seria uma vingancinha muito boba.

A melhor vingança é classificar-se, atropelar os adversários conhecidos (os times) e os que vivem na penumbra, nas trevas, só esperando para prejudicar o Grêmio, e, finalmente, sair campeão no ano do centenário da FGF.

É o que eu quero. Respeito, e até entendo, quem pense diferente.

Assim, minha preocupação agora é com o jogo contra o Juventude, domingo, às 17 horas, no Jaconi.

Pelo noticiário, Luan deve ficar fora, juntando-se a Arthur. Madson é outro que sente lesão, e dificilmente irá jogar.

Tudo indica que Renato vai começar com o lateral Felipe, mas se ele estiver iluminado pelo brilho do bom senso começa com Ramiro deslocado.

No meio, Jaílson e Maicon. Não descarto a presença de Michel ao lado de Maicon, com Jaílson na função original de Ramiro pelo lado direito.

Na frente, Alisson pela direita, Thonny Anderson centralizado e Éverton na esquerda. Tudo muito simples.

Se Renato quiser simplificar ainda mais, pode começar com Jael ou Brocador. Opções ele tem.

 

Só espero que ele não insista com Cícero numa função mais ofensiva. Sua escalação contra o Juventude só se justifica na função de Ramiro. Fora isso, banco de reservas.

O importante é vencer o Juventude, e o que tiver no caminho, se é que me entendem.

GERAL

Há de chegar o dia em que o MP irá questionar/contestar algum título obtido pelo Grêmio. Ou porque a Geral foi ruidosa demais no apoio ao time em algum jogo; ou porque a charanga tocou desafinado; ou porque dispararam sinalizadores na Arena, uma reincidência inaceitável; ou porque o time jogou bem e bonito demais, causando inveja aos vermelhos da aldeia; ou porque o time agora se acostumou a papar todos os grandes títulos, deixando humilhados os rivais mais próximos.

Motivos é que não faltam. Se o MP foi capaz de denunciar um bumbo da Geral em jogo no exterior e considerar isso uma afronta à recente decisão judicial, então realmente não tenho por que duvidar em que algum dia esse pessoal que garimpa miudezas na internet para punir ‘os de azul’ vai tentar impugnar vitória ou título do TRICAMPEÃO DA AMÉRICA.

Aliás, faço questão de escrever TRICAMPEÃO DA AMÉRICA, assim como quem grita, porque sei que isso está doendo em muita gente.

Para completar, parabéns à direção do Grêmio, que emitiu nota sobre esse episódio tragicômico, garantindo que irá defender a torcida em todas as instâncias.