Atenção, se você não tem pleno controle de suas emoções e costuma jogar ovos ou dar tiro quando irritado ou contrariado, por favor interrompa a leitura aqui.
Se o seu caso é ter rompantes incontroláveis de riso a ponto de sofrer dor de barriga ou sentir falta de ar, minha sugestão é de que também pare por aqui.
Bem, estão avisados. Antes de continuar, informo que ainda não estou senil – pelo menos é o que imagino – e até prova em contrário ainda tenho controle das minhas faculdades mentais.
Tudo isso para declarar duas coisas:
- Éverton merece estar na Seleção, merece disputar a Copa do Mundo;
- Maicon, hoje, é mais importante ao time do Grêmio que o Arthur.
Pronto!
Eu avisei, não me venham com churumelas, ou, mais modernamente falando, com mimimi.
Faz alguns dias que cheguei à essas conclusões, ousadas, admito, mas que ratifiquei no jogo contra os venezuelanos.
Começo pela mais polêmica e que deve estar provocando frouxos de riso em alguns, o que é aceitável. Não me ofendo.
Já aprendi que as pessoas de um modo geral demoram um pouco para perceber aquilo que eu constato, mas acabam chegando lá.
Éverton é o tipo de jogador capaz de quebrar a monotonia de um jogo, de romper retrancas, de iluminar o caminho do gol com um drible.
Não, ele nunca será um craque como uns poucos que andam por aí (no Grêmio por enquanto o único craque é Luan, mas Arthur tem tudo para atingir esse patamar).
Mas Éverton tem características raras. O que mais se vê hoje é atacante que toda a bola pro lado, pra trás, que não quer se comprometer com o drible, alguns até com medo de porrada, outros por acomodação ou ainda por orientação do técnico.
Éverton é o que Felipão costuma chamar de jogador atrevido. Um moleque com a bola nos pés, e que aparece do nada para receber o passe na cara do goleiro.
Eu, se fosse Tite, pensaria na possibilidade de convocar Éverton, o quinto gremista em condições de vestir a amarelinha no Mundial.
É claro que ele não vai convocar os cinco, até porque seria, de certa forma, enaltecer o trabalho de seu colega e rival Renato Portaluppi.
E eu sei, também, que os técnicos são conservadores. O novo os assusta.
Lembro de Renato no Grêmio, barrado pelo mestre Ênio Andrade, mesmo arrebentando nos treinos. Renato, mal comparando, era uma espécie de Éverton em seu início: ousado, atrevido e irreverente.
São muitos os exemplos. Cito apenas mais um: Zico. Em 1974, Zico começava no Flamengo pelas mãos do gaúcho Carlos Froner. Fazia atuações espetaculares, mas não foi convocado para o Mundial daquele ano.
Estava muito em cima, como agora. Mas Éverton, se continuar evoluindo vai chegar lá.
MAICON
Sem maiores explicações. Quem vê o Grêmio percebe que o jogo passa pelo Maicon, jogador que uns apressadinhos queriam longe da Arena, diziam que custara muito caro, etc.
Se eu tivesse que escolher, hoje, entre Maicon e Arthur, ficaria com o primeiro. Mas sei que o Arthur tem potencial para crescer muito ainda no futebol, enquanto Maicon a meu ver está no seu melhor momento profissional desde a conquista da CB de 2016. Chegou ao seu limite.
Mas como é bom contar com esses dois grandes jogadores no meio de campo para organizar e ditar o ritmo do time.
Melhor ainda é confirmar que é possível vencer sem volante brucutu, ou que suja o calção de barro, como costuma dizer o cornetadorw, criticando essa velha tradição do futebol texano (gaúcho).
RENATO
A proposta do Flamengo é de UM MILHÃO E CEM MIL REAIS POR MÊS, CONTRATO DE DOIS ANOS.
Ele recebe hoje em torno de 600 mil em média, contando os prêmios pelos títulos conquistados.
É de balançar. Mas eu acredito que Renato fica, por isso nem me alongo nesse assunto que tem feito a alegria dos colorados.