A crônica esportiva gaúcha anda muito amarga nos últimos tempos, de uns dois anos para cá para ser um pouco mais preciso.
Foi só o Grêmio começar a ganhar que o pânico se instalou.
Aquela alegria esfuziante que se observava nos tempos das vacas gordas ficou pra trás, transformou-se em amargura, inveja e ranço diante do sucesso do grande rival.
Um sucesso mais festejado e exaltado fora do Estado do que aqui na aldeia, um reconhecimento raramente visto, porque a mídia do centro do país normalmente não enxerga além do seu umbigo.
As redes sociais, na verdade, estão mudando isso. A fiscalização dos torcedores é forte e constante. Seria tipo um quinto poder, subindo para o quarto.
Pois as redes sociais são implacáveis. Sobre pra todo mundo, é metralhadora giratória. E fica tudo registrado.
As provocações do Inter, inclusive institucionais, ao Grêmio, estão ali, firmes como um busto em bronze. Eternas.
Como esquecer que o Inter chegou a lançar uma camisa, uma réplica da usada pelo Ajax na decisão do Mundial de 1995, contra o Grêmio?
Quer algo mais institucional que essa ação concreta, clara, que gremista algum esquece?
Ah, o que faz a memória seletiva dos colorados da imprensa e dos gremistas envergonhados ou abduzidos.
Não podemos desprezar o texto cometido pelo ex-presidente Fernando Carvalho há uns quatro anos, em que ele comparava a rivalidade Grenal à rivalidade Barcelona/Espanyol. O Inter, evidente, seria o Barcelona, e o Grêmio ao inexpressivo Espanyol, ambos da mesma cidade.
São muitos os exemplos de brincadeiras institucionalizadas de uma maneira ou de outra pelos dois clubes, sem que alguém tenha saído ferido. A não ser por dentro…
Hoje, usando a infeliz e provocativa provocação (coisa de quem estava por cima), podemos dizer que a gangorra inverteu. Aqui se faz, aqui se paga.
A propósito, por onde anda Fernando Carvalho, antes tão ativo nas redes sociais e microfones de rádio?
Enfim, tudo isso pra dizer que essa indignação colorada diante das brincadeiras dos gremistas (no site do Grêmio ou não, isso é o de menos), em especial a do minuto de silêncio, não passa de uma bruta inveja somada a uma dor profunda.
Que, pelo jeito, vai durar e crescer muito ainda.