O Grêmio e os pequenos torcedores do Flamengo

Num futuro mais ou menos distante, quando os árbitros serão robôs – para acabar com essa história de que o árbitro também é humano e com as ofensas às sagradas progenitoras -, haverá o empenho de historiadores e arqueólogos para descobrir como tudo começou, em que momento o Grêmio passou a ocupar a posição de clube de maior torcida no Brasil – inclusive com a fatia maior das cotas de TV da sucessora da Globo -, superando Flamengo e Corinthians, e deixando o seu antigo maior rival, o Inter, comendo a poeira do tempo.

Depois de anos de pesquisas, chegará o dia, então, que alguém encontrará o ‘elo perdido’, o instante exato em que o Grêmio começou a sua arrancada rumo ao topo, passando a ser conhecido como o Barcelona brasileiro, com torcedores em todos os cantos do planeta. Alguém encontrará algo tão estranho amanhã quanto a fita cassete hoje, o twitter. Num gigantesco acervo digital, o pesquisador irá deparar com um pequeno vídeo, datado de 27 de abril de 2018.

Nesse vídeo, um grupo de jovens jogadores da escolinha de futebol do Flamengo – clube até então com maior torcida no país -, encostados no alambrado do estádio da Gávea, gritando os nomes dos jogadores do Grêmio, citando um a um, com emoção e olhinhos brilhando de alegria diante de seus ídolos.

 

Aos poucos, em outros pontos do país, inclusive Argentina, Paraguai e Uruguai, ocorreriam episódios semelhantes. Crianças orientadas e influenciadas por seus pais para torcerem pelo clube local, passaram a pedir camisas do Grêmio. Jovens de todo o Brasil ostentavam com orgulho o manto tricolor, para desespero de seus pais.

No Rio Grande do Sul, a situação ganhou contornos dramáticos, com os filhos de colorados rebelando-se contra a pressão paterna e exigindo de presente uma camisa tricolor em troca da vermelha que lhes era imposta. Cenas dramáticas. Pais chorando diante dos filhos gremistas, que viam seus colegas de escola e amigos sempre sorrindo e festejando títulos, enquanto o Inter sofria nas profundezas, remoendo PDFs.

Exageros à parte, o Grêmio hoje repete o Grêmio da década de 90, quando os títulos, as consagradoras vitórias, os jogos com imensa exposição midiática, conquistaram jovens torcedores de outras equipes, em especial na faixa dos cinco aos dez anos. A história se repete, e hoje com mais amplitude diante da maior abrangência causada pelas redes sociais.

Os pequenos coloradinhos estão sofrendo. Muitos não vão resistir e irão trocar de time, ou, pelo menos, fazer como os guris flamenguistas, fascinados por esse Grêmio que vence e encanta a todos que gostam de bom futebol, independente de preferências clubísticas.

É o Grêmio conquistando o Brasil. Nunca imaginei que veria isso. Uma palavra resume o que nós gremistas estamos sentindo: ORGULHO!

BOTAFOGO

O Grêmio vai jogar com um misto quente. É o que eu imagino, apesar das notícias de que será um time reserva contra o Botafogo neste sábado.

Acho que não há necessidade de poupar todos os titulares. Mas se a decisão for essa, penso que não há o que reclamar.

O título da Libertadores está aí para referendar essa política.

Mas desconfio que Renato irá surpreender o Botafogo.