Teve gente que chegou à Arena perguntando pelo show.
‘O show do Alok é na esplanada, mais adiante’, ouviu como resposta.
“Não é o show do Alok que eu quero ver, é o show do Grêmio’.
Sim, o Grêmio titular não joga, dá show. É um espetáculo fantástico sem iluminação feérica, sistema especial de som e telões.
É um show que só precisa de uma bola e de quem a trate a bem. No caso, esse time armado pelo grande treinador Renato Portaluppi, que continua fazendo a história. Um time que a gente sabe como começou, mas que não se tem ideia aonde pode chegar.
De minha parte, estou só pela revanche com o Real Madrid no final do ano. Por isso, torço por Cristiano Ronaldo e cia. Só espero que o Grêmio possa estar, então, com seu time completo, como o desta noite na Arena, e, se não for pedir muito, uma arbitragem isenta, que marque os pênaltis que possam ocorrer na área dos espanhois.
Encerrando esse momento de ufanismo incontrolável, mas plenamente justificável depois dos 5 a 0 sobre o Cerro, consequência de uma atuação impecável que quase reduziu a pó o time paraguaio, vamos ao jogo.
Antes que os amigos colorados da mídia gaudéria se manifestem em toda sua dor e despeito, quero frisar que o Grêmio é que transformou um jogo que poderia ser complicado (Grohe salvou um gol a um minuto de partida) num espetáculo de técnica, aplicação tática e afinação de uma orquestra sinfônica.
TODOS os jogadores foram bem, inclusive os selecionáveis Grohe, Geromel, Arthur e Luan.
Mas os melhores do jogo, a meu ver (sim, sou eu que estou escrevendo, então é desnecessário dizer ‘a meu ver’, mas é só pra reforçar), são dois que pelo menos até esta noite não estavam na lista de Tite.
Estou falando de Éverton e Maicon. O volante não será chamado, imagino, principalmente porque não resiste os 90 minutos, mas é um jogador formidável. O cara que dá ritmo ao time. Maicon não é a maior individualidade do time, mas é o jogador mais importante no festejado, e invejado, esquema de Renato. E pensar que tem gente que ficou meses a fio criticando a direção por ter investido 8 milhões de reais nesse jogador.
Agora, vamos ao grande astro da noite. Tite veio para ver os quatro maiores destaques da equipe, acabou vendo (descobrindo, se ele não me lê, o que é certo), o Éverton.
O patinho feio virou cisne. Éverton é mais uma prova de que no futebol é preciso cuidar com as afirmações definitivas, porque a conta pode vir logo adiante, ainda mais nesses tempos de twitter, etc.
SELEÇÃO
Duas semanas atrás eu escrevi que Tite deveria convocar Éverton, porque se trata de um atacante raro no futebol mundial, onde faltam atacante agudos, rápidos, imprevisíveis, com vasto repertório de dribles e agora ainda por cima goleador.
Ouso afirmar que de todos os jogadores do Grêmio Éverton é o que mais acrescentaria à seleção atual, justamente porque seria um diferencial, um jogador a ser utilizado para surpreender o adversário.
Se Tite não for tão conservador quanto parece, ele convoca Éverton. Então, Éverton seria a ‘surpresa’, e Geromel a obrigação.