Qual o melhor Grêmio da história? É o debate que preenche páginas de jornal, espaços em emissoras de rádio e TV, movimenta as redes sociais e se alastra por bares, praças e locais de trabalho.
Eu não poderia ficar fora disso, até porque esse é um assunto que de vez em quando vem à tona, especialmente quando ampliado para ‘qual o melhor time do futebol gaúcho em todos os tempos’.
Quando o Grêmio foi campeão do mundo em 1983, provoquei os colorados sempre tão orgulhosos do Inter da década de 70 e do Rolo Compressor, década de 40.
Defendi que o melhor é o que mais títulos conquista, ainda mais quando são títulos de relevância global. Nunca aquele imposto pela avassaladora supremacia colorada nas redações, que era tão poderosa que convencia até alguns gremistas mais sugestionáveis. Alguns ainda estão por aí.
Aos três títulos brasileiros do Inter de Falcão, Figueroa eu contrapunha – porque acreditava nisso e sigo acreditando, mas também para provocar a ira dos colegas vermelhos – o Brasileiro do Grêmio em 1981 (tenho o gol de Baltazar ‘tatuado’ em minha retina), e principalmente a Libertadores e o Mundial de Clubes de 1983.
Nada pode ser maior que conquistar a América e depois o Planeta, façanhas que o glorioso e festejado Inter da década de 70 – sofrida para nós gremistas -, não alcançou.
Então, para mim, na década de 80, o melhor Grêmio e o melhor time gaúcho de todos os tempos era o time que tinha alguns jogadores de muita qualidade: Renato, Mário Sérgio, Paulo César Caju, Osvaldo, De León e Paulo Roberto, além de outros de bom nível técnico e/ou muita bravura, muita aplicação tática e determinação.
Na década de 90, outro timaço do Grêmio. Foram anos inesquecíveis, marcantes. Não sei qual Grêmio foi melhor. São épocas diferentes. Difícil comparar.
Aplicando o mesmo critério, o Grêmio de 83, por ser campeão mundial, continuaria em primeiro lugar. O Grêmio de Fábio Koff e Felipão, por mais alegria que tenha me proporcionado, perde nesse quesito. Não venceu o Ajax na final – culpa de uma arbitragem ridícula que expulsou Rivarola a partir de lance repetido no telão -, e ficou devendo o bi mundial.
Hoje, eu daria empate técnico.
E aí me aparece assim, de repente, me pegando meio distraído, o Grêmio atual, com seu futebol sedutor, cativante, que a cada jogo conquista mais fãs, mais admiradores, gente de toda parte. Gente que elege o Grêmio o seu segundo clube, ou até vira-casaca.
Pois este Grêmio atual já é, entre os times que vi jogar e acompanhei de muito perto (dos anos 70 para cá), o de futebol mais vistoso, homogêneo e eficaz já praticado no Rio Grande do Sul.
DOZE EM TREZE
Agora, dos times que ‘não vi jogar’, o melhor é o que conquistou 12 títulos gaúchos em 13 disputados, algo inédito do mundo – e até fora dele.
O Grêmio dos anos 50 e, em especial dos anos 60, eu ‘vi jogar’ apenas pelo rádio e pelas páginas dos jornais da Capital, que eu lia na praça central de Lajeado graças à generosidade do dono da banca de revistas.
Eu era guri, pré-adolescente. Então, minha imaginação fluía, viajava por campos distantes e confrontos mágicos, conduzido pela voz vibrante do narrador.
Na minha memória restou sólida e eterna uma escalação, a escalação do melhor time que eu não vi jogar:
Alberto, Altemir, Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Marino, Joãozinho, Alcindo e Wolmir.
Esse time é que me fez gremista. Claro, há outros nomes, como Milton, Paulo Lumumba, Babá, Arlindo, entre tantos, mas o time que salta do meu coração é esse que escalei.
No dia 2 de junho, meio-dia, no restaurante Copacabana, o Grêmio glorioso de 1956 em diante e dos anos 60 será homenageado, numa iniciativa do cornetadorw. Estarei lá para ver de perto alguns dos remanescentes dessa história apaixonante.
Ainda há convites disponíveis. Único pré-requisito: ser gremista.
Como obter o convite: email para copacabana@restcopacabana.com.br.
Pedir reservas ’12 em 13′.
Quem souber o paradeiro de algum jogador desse período favor informar.
O cornetadorw informa que já são 11 ex-jogadores confirmados. Haverá também alguns jornalistas:
http://cornetadorw.blogspot.com.br/2018/05/ilgo-wink-e-lauro-quadros-no-almoco-12.html