O ambiente antes do Gre-Nal apontava para um jogo de acomodação, por isso escrevi que o placar poderia ficar no 0 a 0.
Não deu outra. Confesso que ainda estou irritado com o que vi na Arena:
-Um Inter preocupado apenas em não levar gol, reconhecendo a superioridade técnica e tática do seu adversário.
-Um Grêmio sem o ímpeto e a gana pelo gol, como se viu contra o Cerro e contra o Inter – para ficar nos jogos mais recentes.
-Um juiz preocupado em levar o jogo até o final sem maiores tumultos, nem que para isso tivesse de ignorar um pênalti claro de Fabiano sobre Bruno Cortez (passe milimétrico de Maicon) ainda no primeiro tempo, sendo que ele estava a menos dez metros da jogada e com ângulo perfeito para marcar, se não fosse sua determinação em assinalar dentro da área somente lances com fratura exposta.
O prejuízo que esse juiz causou ao Grêmio pode refletir lá nas últimas rodadas do Brasileirão.
Os dois pontos perdidos neste domingo na Arena são irrecuperáveis.
Já o Inter comemora o resultado como se fosse uma goleada. O técnico Odair ganhou uma sobrevida.
Armou o esquema mais adequado para enfrentar o Grêmio, revelando humildade e inteligência.
Teve a seu favor aquilo que alertei: clima de consternação pela morte do presidente Koff – homenageado com aplausos no minuto de silêncio – e, principalmente, a ideia que prosperou no sentido que o Inter seria presa fácil para levar até uma goleada, como acreditavam muitos gremistas, e que o time teria de ‘pegar leve’.
O resultado de 0 a 0 foi a soma dessas situações. Um time que não queria perder, um time que queria vencer mas sem a determinação necessária e uma arbitragem preocupada em acomodar as coisas, tratando de preservar sua autoridade antes de que qualquer coisa.
Enfim, esse Wilton Pereira Sampaio é o típico juiz da escola de Carlos Simon: administra o jogo para si. Tem futuro radiante na CBF.
Eu, que sempre defendi árbitro de fora em Gre-Nal, hoje eu vi um árbitro de outro estado apitar igual aos daqui, preservando o Inter.
Mas que fique bem claro: o juiz errou ao não dar pênalti sobre Bruno Cortez (tem outro de mão que eu vi na hora no estádio, mas ainda não revi), mas o Grêmio a meu ver parece que jogou pensando que o gol sairia meio que ao natural, sem maiores esforços.
O goleiro Danilo Fernandes quase não foi exigido. Sua defesa mais importante foi um cabeceio de Alisson.
Aliás, Alisson não comprometeu, tentou jogar, mas o fato é que deixou saudade de Ramiro.
Marcelo Grohe, por sua vez, foi um espectador, não privilegiado, porque o jogo foi ruim, com apenas um time propondo o jogo enquanto o outro se entrincheirou para não tomar gol.
Por fim, eu poderia reclamar que Renato demorou para tirar André (submeteu-se à marcação e perdeu um gol feito) e colocar Thony, mas o meia atacante do Cruzeiro ainda não se justificou. Talvez se entrasse antes ele pudesse fazer algum lance individual, mas é só um ‘talvez’ a mais nesse jogo que de fato tem o seguinte: o Inter buscou o empate e conseguiu. É o vitorioso do Gre-Nal.
Eu, como todos os gremistas, esperava mais do Grêmio, que por vezes deu a impressão de jogar com aquele sentimento que eu temia: peninha do adversário em crise.
PIPOCADA?
D’Alessandro teve um suposto desconforto e de última hora ficou de fora do clássico. Na hora pensei: o Inter vem mais fortalecido sem sua maior ‘liderança’. O Inter foi mais solidário, mais aguerrido e mais unido.
PÊNALTIS
O comentarista de arbitragem Diori Vasconcelos registrou dois pênaltis a favor do Grêmio que não foram assinalados. Bem, estamos mesmo diante de uma arbitragem ‘gaúcha’ no Gre-Nal.
Será que já é influência do sr. Francisco Noveletto?