Koff: grandes títulos e um legado inestimável

A história do Grêmio foi construída por muita gente, a começar por aquela turma que em 1903 se uniu, em torno de uma bola (trazida pelo paulista Cândido Dias da Silva), para fundar uma agremiação destinada unicamente à prática do futebol, esporte que engatinhava no país.

Aqueles 32 jovens não tinham nem ideia de que estavam criando um clube que se tornaria o maior do Estado, um dos maiores do país, e que alcançaria reconhecimento mundial, seguido por milhões de aficionados em todo planeta.

O Grêmio só atingiu o atual patamar, que tanto orgulha seus torcedores, porque muita gente trabalhou e a ele se dedicou, alguns com mais competência e criatividade, mas todos com muita vontade e paixão.

Entre os que atingiram maior êxito nessa empreitada de tornar o clube cada vez mais forte, mais sólido e vitorioso estão dois nomes que a torcida mais festeja e, com total justiça, idolatra: Hélio Dourado e Fábio Koff.

Dourado nos deixou no ano passado, aos 87 anos, mesma idade que Fábio Koff completaria no domingo.

Dois dirigentes que contribuíram fortemente para a grandeza do Grêmio. Dourado completou o Olímpico, estádio erguido e inaugurado, em 1954, por outro nome imortal: Saturnino Vanzelotti. Em 1977, com o título do campeonato gaúcho, lavou a alma dos gremistas, e começou a abrir caminho para grandes títulos, como o Brasileiro de 1981.

No ano seguinte, já sob o comando de Fábio Koff, o Grêmio foi vice brasileiro. Em 1983, o título da Libertadores e o título Mundial. Era o Grêmio daqueles 32 rapazes e de tantos outros que vieram atingindo o ápice, o topo do mundo. Era o Grêmio tingindo o planeta de azul.

O grande comandante: Fábio Koff.

Em 1993, Koff voltou para pegar um clube em dificuldade, com as finanças abaladas, e levá-lo de novo a conquistas que tanto envaidecem a nação tricolor, como o bi da Libertadores, com o Mundial escapando no detalhe.

Depois de longo e exitoso trabalho à frente do Clube dos 13, o dirigente multicampeão aceitou outro desafio: assumir a presidência do Grêmio, gestão 2013/2014.

Seu maior título nesse curto período foi ajustar o polêmico contrato com a empresa construtora da Arena, tornando-o mais favorável aos interesses do clube. Sem isso, muito provavelmente o Grêmio não estaria hoje com as finanças sob controle, comemorando vitórias e orgulhando sua torcida em todos os cantos do mundo.

Por fim, um legado inestimável de Koff: a indicação de Romildo Bolzan Jr. como seu sucessor. Bolzan venceu a eleição em 2014 e assumiu o clube em 2015, iniciando uma gestão triunfante em todos os sentidos.

Foi outro acerto de Fábio Koff, que hoje, dia 10 de maio, nos deixa para ser eternizado na história.

DOIS MOMENTOS

As fotos ilustram dois momentos marcantes, ambos no programa Cadeira Cativa, em 2012.

Fábio Koff recebendo a cerveja 1983, homenagem ao titulo mundial, o primeiro de um clube gaúcho.

Fábio Koff e Romildo Bolzan no mesmo programa, com Reche e este que vos escreve (foto que eu já tinha até esquecido).

Jogo para garantir vaga e observar alternativas

Esse ataque escalado por Renato para o jogo contra o Goiás, 19h30, na Arena, no papel, ou na tela do monitor, é de qualidade. Alisson, Thony Anderson e Maicosuel seriam titulares em boa parte das equipes da série A do Brasileirão.

É claro que há um problema de entrosamento, falta a rotina de jogos, a sequência, e isso sempre pesa muito, mesmo contra adversários também descaracterizados.

O Goiás vai com um time misto, o Grêmio com um time reserva, e uma improvisação na zaga, que será formada por Bressan e Michel. E isso remete a necessidade urgente de contratar um zagueiro, ou começar a testar algum da base.

Ainda sobre o ataque, resta saber como a bola vai chegar no trio ofensivo. A dupla de meio campo, Jailson e Cícero, a meu ver, não tem lá grandes qualidades na armação, mas também não são quebradores de bola.

Os dois laterais, Marcelo Oliveira e Madson, estão alguns degraus abaixo dos titulares nas posições.

Então, prevejo um jogo com dificuldades. Não será essa barbada que muitos imaginam, alguns até com má intenção.

Agora, não tenho dúvida de que o Grêmio garante vaga à próxima fase da Copa do Brasil, e isso é o que importa.

GRENAL

O Gre-Nal é depois. Estão fazendo muita onda sobre a ausência do Ramiro. O Pequeno Grande Volante (PGV), apelido que eu lhe dei logo em seus primeiros passos no clube, é peça fundamental na engrenagem tricolor. Ele não tem substituto à altura.

Mas também não é tanto assim pra ler e ouvir tantas lamentações – de novo, algumas mal intencionadas. Ora, se o Grêmio não terá Ramiro, o Inter também sofrerá com desfalques importantes, em especial Pottker, um atacante de boa qualidade.

No caso do Grêmio, penso que Renato deveria começar com Alisson no lugar de Ramiro. Não vejo Cícero com mobilidade e garra para fazer algo parecido com o que Ramiro faz. Alisson me parece mais ambicioso, sempre entra com muita disposição tentando fazer a diferença. Merece começar.

Na expectativa agora para uma punição mais dura ao Kannemann. A alternativa é Bressan. Aí já começa a complicar. Mas a diferença hoje entre Grêmio e Inter é tamanha, que o time seguirá favorito mesmo sem o argentino.

Outra coisa, não espero goleada. Fico feliz com 1 a 0.

Tabela 5 na Arena e outro show de Maicon e seus companheiros

O Santos tem um time competitivo, em condições de brigar por vaga na Libertadores/2019. Pois o Grêmio não deu bola (literalmente) para o adversário, como tem ocorrido.

Não importa o time que está do lado oposto, o Grêmio do Professor Renato Portaluppi joga da mesma forma. Nem o local do jogo, tendo um gramado que não atrapalhe ou prejudique o espetáculo. Foi outra apresentação de gala.

O Grêmio não precisa mais do que um bom gramado para dar o seu show. Se for na Arena, então, tudo se encaminha para um show apoteótico.

Neste domingo aconteceu de novo. Depois do show contra o Cerro Portenho, adversário que alguns invejosos, recalcados e/ou neófitos em futebol tentaram diminuir, com goleada de 5 a 0, mais uma vez ‘os três tenores’ (Luan, Maicon e Arthur) e seus companheiros, aplicaram a tabela 5, batendo o forte do time Santos por 5 a 1, e até poderia ser mais.

A esperança gremista – e o temor colorado – agora é que a tabela 5 se repita no Gre-Nal, sábado próximo, na Arena, que hoje tem uma equipe à sua altura.

Quem olha esse placar coruscante (há horas que eu queria usar esse adjetivo tão empregado pelo coruscante colunista David Coimbra), imagina que o jogo foi moleza.

Sim, a partir do terceiro gol tudo ficou muito fácil. Mas foi um parto abrir o placar. O Santos, fechadinho como uma ostra – repetindo estratégia de seus antecessores – marcava bem, congestionava a região onde o Grêmio mais trabalha a bola, na intermediária oposta.

O gol sairia de qualquer forma, tamanha a superioridade tricolor, mas foi preciso o capitão e maestro do time, Maicon, fazer o primeiro gol, logo ele que raramente marca. Foi um golaço de fora da área. Foi um foguete com efeito ‘afastante’ do bom goleiro Vanderlei, até encontrar o ângulo superior esquerdo.

Na jogada seguinte, a torcida ainda comemorando, o Santos achou um gol, e por detalhe não foi para o intervalo com um empate. Mas aí apareceu Luan para lançar Léo Moura pela direita, cruzamento rasante nos pés de Éverton, que livrou-se da marcação e chutou cruzado: 2 a 1.

Éverton=Seleção

Aliás, a cada jogo, Éverton mais faz por merecer a seleção brasileira, tese que defendi aqui, isoladamente, há um mês – provocando risinhos – e que já faz alguns dias angariou adeptos, inclusive entre jornalistas do centro do país (aqui nem tanto).

No segundo tempo, Maicon, maior destaque em campo, cobrou falta sofrida por Éverton na risca da grande área. O volante/meia bateu sem chances para o goleiro e ampliou para 3 a 1.

O quarto gol começou com um cruzamento de Ramiro (levou um cartão amarelo bobo e está fora do clássico), que encontrou Luan no lado esquerdo. Ele desviou do goleiro e encontrou os pés de André, que havia desviado de cabeça o cruzamento de Ramiro enganando a defesa.

A partir daí me deu uma certa peninha do meu time fora no RS. Mas ao ver a cara fechada, e abatida, de Sasha voltei a querer mais.

O quinto gol foi marcado por outro expoente do time. Arthur recebeu de Éverton na entrada da área, ergueu a cabeça e chutou colocado no canto esquerdo: 5 a 1.

Seleção

Fosse um pouco mais jovem, Maicon poderia disputar um lugar na lista de Tite para disputar a Copa.

Na verdade prefiro que nenhum seja convocado, ou no máximo um ou dois.

Meu temor é que Tite convoque Geromel, Luan e Éverton para o Mundial.

Agora, na lista dos 30, tem lugar para Maicon, Arthur e Grohe.

Enfim, mais da metade do time titular.

Mais um indicativo de que temos aqui, bem pertinho, o melhor time do país, e maior favorito ao título do Brasileirão.

Flamengo

Assisti a quase todo o jogo entre Flamengo e Inter. O Flamengo é uma esculhambação tática. Tem algumas individualidades interessantes, e só por isso ganhou do esforçado Inter.

Flamengo vai lugar no máximo por vaga na Libertadores. O maior adversário do Grêmio é o Palmeiras, ao menos por enquanto.

Técnicos 

Fernando Diniz foi batido em casa pelo Palmeiras. Jair Ventura levou 5 do Grêmio.

Os dois são queridinhos de muita gente. Pra mim são apenas o que são: dois técnicos promissores, nada além disso.

Se eu tivesse que ficar com um deles, escolheria Fernando Diniz, pelo bom e diferenciado trabalho no Atlético PR.

O Santos do século 21 contra o Santos sem mística

Na sexta-feira telefonei para o jornal A Tribuna, de Santos. Objetivo era encontrar um contato do Mengálvio, , que formava dupla com Zito no histórico e insuperável time do Santos da década de 60.

Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Era o ataque daquele time fantástico que ‘vi’ jogar apenas por lances do Canal 100 ao som de Cadência do Samba, de Waldir Calmon. Quem não sabe do que estou falando, lamento informar, não viveu.

Antes de seguir na leitura, ou dela desistir, vá ao You Tube, ouça a música, e se você não sair cantarolando ou batucando na mesa, bem, é um caso perdido. Lamento.

Pois Mengálvio era um Maicon, um Sérgio Lopes, talvez um Gérson Canhotinha de Ouro, imagino, pelo que li a respeito desse time que povoa meu imaginário desde criança.

O meu amigo Ricardo Worthman, terror  da mídia vermelha, está promovendo esse almoço do dia 2 de junho reunindo remanescentes do Grêmio 12 em 13, dos anos 50 e, principalmente, anos 60, quando enfileirou sete títulos regionais, mais que o festejado, pelos colorados, Rolo Compressor, dos anos 40.

O RW quer trazer o Mengálvio, que jogou no Grêmio em 1968. Consegui alguns números de telefone, mas o contato ainda não foi mantido.

Enquanto não acertamos a vinda do Mengálvio, vou aproveitar para rever o Santos, meu time fora do Rio Grande do Sul.

Todos os que assistiam ao Canal 100 (tem no You Tube) acho que se tornaram santistas. Guardo na memória, com muito carinho, imagens do Santos goleando o Benfica num mundial ‘não-Fifa’. O Santos de uniforme todo branco, luminoso, e Pelé, com o número 10 nas costas, protagonizando lances que se eternizaram.

O Santos que enfrenta o Grêmio neste domingo, 19h, na Arena, é um genérico daquele Santos de tantas glórias que o Grêmio enfrentou pela antiga Copa do Brasil com muita bravura e até com superioridade, atuações que só não resultaram em título por causa de arbitragens cretinas.

Vejam só, talvez a atração maior desse Santos real, desnudo, sem mística, é um jogador que muita gente conhece como Cuzão, vejam só. Como será o encontro dele com Luan? Tanto faz.

Mas não é por esse motivo tão menor que irei à Arena. Vou porque em campo estará o Santos do século 21 (só falta a música do Canal 100 como pano de fundo e, claro, aquele Pelé que encantou o mundo):

Marcelo Grohe; Léo Moura, Geromel, Kannemann e Bruno Cortez; Maicon, Arthur, Ramiro, Luan e Everton; André.

Dá pra perder?

ATENÇÃO

No cornetadorw tem um canal 100 com Grêmio x Santos. Acesse e confira.

Difícil é achar Canal 100 com o Inter.

12/13

Se alguém souber o paradeiro de algum dos jogadores que defenderam o Grêmio nesse período, por favor, entre em contato.

Ah, todos convidados para o almoço, é só reservar lugar no Copacabana.

 

O melhor time que eu não vi jogar

Qual o melhor Grêmio da história? É o debate que preenche páginas de jornal, espaços em emissoras de rádio e TV, movimenta as redes sociais e se alastra por bares, praças e locais de trabalho.

Eu não poderia ficar fora disso, até porque esse é um assunto que de vez em quando vem à tona, especialmente quando ampliado para ‘qual o melhor time do futebol gaúcho em todos os tempos’.

Quando o Grêmio foi campeão do mundo em 1983, provoquei os colorados sempre tão orgulhosos do Inter da década de 70 e do Rolo Compressor, década de 40.

Defendi que o melhor é o que mais títulos conquista, ainda mais quando são títulos de relevância global. Nunca aquele imposto pela avassaladora supremacia colorada nas redações, que era tão poderosa que convencia até alguns gremistas mais sugestionáveis. Alguns ainda estão por aí.

Aos três títulos brasileiros do Inter de Falcão, Figueroa eu contrapunha – porque acreditava nisso e sigo acreditando, mas também para provocar a ira dos colegas vermelhos – o Brasileiro do Grêmio em 1981 (tenho o gol de Baltazar ‘tatuado’ em minha retina), e principalmente a  Libertadores e o Mundial de Clubes de 1983.

Nada pode ser maior que conquistar a América e depois o Planeta, façanhas que o glorioso e festejado Inter da década de 70 – sofrida para nós gremistas -, não alcançou.

Então, para mim, na década de 80, o melhor Grêmio e o melhor time gaúcho de todos os tempos era o time que tinha alguns  jogadores de muita qualidade: Renato, Mário Sérgio, Paulo César Caju, Osvaldo, De León e Paulo Roberto, além de outros de bom nível técnico e/ou muita bravura, muita aplicação tática e determinação.

Na década de 90, outro timaço do Grêmio. Foram anos inesquecíveis, marcantes. Não sei qual Grêmio foi melhor. São épocas diferentes. Difícil comparar.

Aplicando o mesmo critério, o Grêmio de 83, por ser campeão mundial, continuaria em primeiro lugar. O Grêmio de Fábio Koff e Felipão, por mais alegria que tenha me proporcionado, perde nesse quesito. Não venceu o Ajax na final – culpa de uma arbitragem ridícula que expulsou Rivarola a partir de lance repetido no telão -, e ficou devendo o bi mundial.

Hoje, eu daria empate técnico.

E aí me aparece assim, de repente, me pegando meio distraído, o Grêmio atual, com seu futebol sedutor, cativante, que a cada jogo conquista mais fãs, mais admiradores, gente de toda parte. Gente que elege o Grêmio o seu segundo clube, ou até vira-casaca.

Pois este Grêmio atual já é, entre os times que vi jogar e acompanhei de muito perto (dos anos 70 para cá), o de futebol mais vistoso, homogêneo e eficaz já praticado no Rio Grande do Sul.

DOZE EM TREZE

Agora, dos times que ‘não vi jogar’, o melhor é o que conquistou 12 títulos gaúchos em 13 disputados, algo inédito do mundo – e até fora dele.

O Grêmio dos anos 50 e, em especial dos anos 60, eu ‘vi jogar’ apenas pelo rádio e pelas páginas dos jornais da Capital, que eu lia na praça central de Lajeado graças à generosidade do dono da banca de revistas.

Eu era guri, pré-adolescente. Então, minha imaginação fluía, viajava por campos distantes e confrontos mágicos, conduzido pela voz vibrante do narrador.

Na minha memória restou sólida e eterna uma escalação, a escalação do melhor time que eu não vi jogar:

Alberto, Altemir, Airton, Áureo e Ortunho; Cléo e Sérgio Lopes; Marino, Joãozinho, Alcindo e Wolmir.

Esse time é que me fez gremista. Claro, há outros nomes, como Milton, Paulo Lumumba, Babá, Arlindo, entre tantos, mas o time que salta do meu coração é esse que escalei.

No dia 2 de junho, meio-dia, no restaurante Copacabana, o Grêmio glorioso de 1956 em diante e dos anos 60 será homenageado, numa iniciativa do cornetadorw. Estarei lá para ver de perto alguns dos remanescentes dessa história apaixonante.

Ainda há convites disponíveis. Único pré-requisito: ser gremista.

Como obter o convite: email para copacabana@restcopacabana.com.br.

Pedir reservas ’12 em 13′.

Quem souber o paradeiro de algum jogador desse período favor informar.

O cornetadorw informa que já são 11 ex-jogadores confirmados. Haverá também alguns jornalistas:

http://cornetadorw.blogspot.com.br/2018/05/ilgo-wink-e-lauro-quadros-no-almoco-12.html

 

Éverton aumenta a lista de selecionáveis do Grêmio

Teve gente que chegou à Arena perguntando pelo show.

‘O show do Alok é na esplanada, mais adiante’, ouviu como resposta.

“Não é o show do Alok que eu quero ver, é o show do Grêmio’.

Sim, o Grêmio titular não joga, dá show. É um espetáculo fantástico sem iluminação feérica, sistema especial de som e telões.

É um show que só precisa de uma bola e de quem a trate a bem. No caso, esse time armado pelo grande treinador Renato Portaluppi, que continua fazendo a história. Um time que a gente sabe como começou, mas que não se tem ideia aonde pode chegar.

De minha parte, estou só pela revanche com o Real Madrid no final do ano. Por isso, torço por Cristiano Ronaldo e cia. Só espero que o Grêmio possa estar, então, com seu time completo, como o desta noite na Arena, e, se não for pedir muito, uma arbitragem isenta, que marque os pênaltis que possam ocorrer na área dos espanhois.

Encerrando esse momento de ufanismo incontrolável, mas plenamente justificável depois dos 5 a 0 sobre o Cerro, consequência de uma atuação impecável que quase reduziu a pó o time paraguaio, vamos ao jogo.

Antes que os amigos colorados da mídia gaudéria se manifestem em toda sua dor e despeito, quero frisar que o Grêmio é que transformou um jogo que poderia ser complicado (Grohe salvou um gol a um minuto de partida) num espetáculo de técnica, aplicação tática e afinação de uma orquestra sinfônica.

TODOS os jogadores foram bem, inclusive os selecionáveis Grohe, Geromel, Arthur e Luan.

Mas os melhores do jogo, a meu ver (sim, sou eu que estou escrevendo, então é desnecessário dizer ‘a meu ver’, mas é só pra reforçar), são dois que pelo menos até esta noite não estavam na lista de Tite.

Estou falando de Éverton e Maicon. O volante não será chamado, imagino, principalmente porque não resiste os 90 minutos, mas é um jogador formidável. O cara que dá ritmo ao time. Maicon não é a maior individualidade do time, mas é o jogador mais importante no festejado, e invejado, esquema de Renato. E pensar que tem gente que ficou meses a fio criticando a direção por ter investido 8 milhões de reais nesse jogador.

Agora, vamos ao grande astro da noite. Tite veio para ver os quatro maiores destaques da equipe, acabou vendo (descobrindo, se ele não me lê, o que é certo), o Éverton.

O patinho feio virou cisne. Éverton é mais uma prova de que no futebol é preciso cuidar com as afirmações definitivas, porque a conta pode vir logo adiante, ainda mais nesses tempos de twitter, etc.

SELEÇÃO

Duas semanas atrás eu escrevi que Tite deveria convocar Éverton, porque se trata de um atacante raro no futebol mundial, onde faltam atacante agudos, rápidos, imprevisíveis, com vasto repertório de dribles e agora ainda por cima goleador.

Ouso afirmar que de todos os jogadores do Grêmio Éverton é o que mais acrescentaria à seleção atual, justamente porque seria um diferencial, um jogador a ser utilizado para surpreender o adversário.

Se Tite não for tão conservador quanto parece, ele convoca Éverton. Então, Éverton seria a ‘surpresa’, e Geromel a obrigação.

 

Libertadores: prioridade hoje e sempre

De minha parte essa história, ou esse mimimi, sobre poupar ou não poupar já deu o que tinha que dar. Mas não resisto e volto ao assunto. É óbvio que não tem como disputar três competições em paralelo boa parte do tempo jogando sempre com a tal ‘força máxima’.  É impossível.

O Grêmio repete a estratégia que o levou ao tri da América. E faz muito bem. Vou ser bem claro: prefiro perder todos os brasileirões em troca de algumas Libertadores e, de quebra, alguns títulos mundiais. É o que me basta.

A maioria dos gremistas pensa assim. Mas tem um minoria ruidosa que não aceita isso. É claro que eu gostaria de comemorar de novo um Campeonato Brasileiro, essa coisa cada vez mais chata. Mas se em troca der pra ganhar a Copa do Brasil e seus 50 e tantos milhões melhor ainda.

Aqueles que priorizam o Brasileiro à CB porque ‘faz tempo que a gente não comemora um título do Brasileiro’, serão os primeiros a berrar se o Grêmio for eliminado da CB ou da LA no meio do caminho.

Eu gostaria muito que o Grêmio (médicos, fisiologistas, comissão técnica e direção) não radicalizasse. Que colocasse, na medida do possível, uns quatro ou cinco titulares em todos os jogos do Brasileiro, quando não o time titular talvez com um ou dois desfalques.

Mas aceito a decisão a respeito de cada jogo porque sei que será tomada por pessoas competentes e sérias a partir de dados que nós, comuns mortais, não possuímos.

Dito isso, pra não me alongar, fixo meu foco no jogo desta noite na Arena, contra o Cerro. É importante a vitória para nosso objetivo maior em 2018 (e também nos próximos anos), que é vencer de novo a Libertadores e depois brigar por um título mundial com algum poderoso clube europeu.

TUITER DO @icoroman

Calendário de 2018 é o mais absurdo de todos os tempos.

Final LA: 28/11

Final BR: 09/12

Início Mundial: 12/12

Clube brasileiro ganhando a LA e na ponta do BR, irá para EAU e deixará time reserva dos reservas jogando.

Mais: terá 8 dias entre final da LA e embarque para os EAU.

VETERANO

Chamada de ‘capa’ de um site: “Com volta de um veterano, Renato tem time inteiro à disposição’. O tal veterano é o Léo Moura. Por que não colocar no título o nome dele, um jogador que apesar da idade dá de relho na grande maioria dos laterais em atividade no país. Ele o o Bruno Cortêz?

Sempre que podem eles tentam desmerecer algum atleta do Grêmio. conforme repete o cornetadorw, ‘eles são previsíveis’.

LUCCA

Nunca tinha visto isso: o cara mal entrou no jogo, estreando no Inter, e já encarou o juiz repetindo, olhos cuspindo fogo, ‘não me ameaça, não me ameaça’. Levou o amarelo e continuou desafiando o juiz, que certamente será advertido pela comissão de arbitragem.

As pessoas esquecem isso, mas é o tipo de situação que talvez explique por que esse jogador não deu certo em nenhum clube grande. Mas isso não importa para uma mídia que há dois anos tenta elevar a autoestima colorada. Para esse pessoal, Lucca já é uma estrela.