As chances do Tri Brasileiro passam pela resposta que os atuais reservas, principalmente os jovens que estão subindo, derem quando forem escalados pelo Professor Renato Portaluppi, que não cansa de repetir que administra um grupo, não um time, e que todo suplente que for chamado precisa estar preparado.
A frase é tão óbvia quanto a certeza de que boa parte da crônica esportiva da aldeia vai abordar nesta segunda-feira as atuações decepcionantes do André ou mais algum outro aspecto negativo na vitória alentadora de 2 a 0 sobre o Bahia para explorar à exaustão.
Ao repetir essa obviedade – para alguns não tão óbvia, porque só enxergam um time titular com mais dois ou três reservas imediatos -, Renato sinaliza que dá as oportunidades e quem não as aproveita, dança.
A gente percebe pelas reações dele à beira do gramado quem está agradando e quem tem os dias contados. Maicosuel é um exemplo, o que não significa que ele não possa ter aproveitado mais adiante. André, se vacilar mais, é outro. Hoje, ele apenas reserva o lugar para Jael (vejam só!).
Tudo isso só pra dizer que alguns jovens começam a mostrar que podem ser úteis, muito úteis, para ajudar o Grêmio a atingir seu grande objetivo: conquistar todas as competições que tem pela frente até o final do ano.
Para isso, é preciso mais do que 13 ou 14 ‘titulares’, é preciso pelo menos mais uns três ou quatro jogadores que entrem e acrescentem alguma coisa.
Contra o Bahia, tivemos boa resposta do Leonardo, que até hoje não havia justificado o investimento feito nele, e que melhorou em relação a ele mesmo; do Thaciano, que entrou bem de novo, embora tenha feito duas faltas bobas perto da área num momento de pressão do time baiano, e acabou fazendo um gol por ter acompanhado a jogada puxada por Éverton; e também do Lima, este entrando com mais assiduidade. Ainda não me empolgou, mas mostra virtudes a serem lapidadas pelo ourives Portaluppi.
Já não é possível dizer o mesmo do Thony Anderson, considerado por muitos uma jóia. Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Ele tem um baita potencial, precisa de tempo de maturação. A atuação dele mostra que Renato está muito certo em lançá-lo aos poucos, até porque ele sabe muito bem como são imediatistas e ansiosos os torcedores, ou pelo menos grande parte deles.
Aos que acham que é pouca coisa vencer o Bahia, um time que luta contra o rebaixamento, é preciso considerar que essa foi sua primeira derrota na Fonte Nova neste Brasileirão.
Foi um jogo difícil, em que pela primeira vez nos últimos tempos o Grêmio teve menos posse de bola do que seu adversário. O Bahia, como os outros times, jogou uma Copa do Mundo contra o Grêmio, que conseguiu a vitória com mais esforço que inspiração.
No primeiro gol, pênalti sobre Ramiro, aos 7 minutos, com jogada de Éverton. O segundo gol, de novo jogada de Éverton, que até não foi tão bem nesse jogo. Foi num contra-ataque. Thaciano pegou o rebote na disputa do goleiro com Pepê, e mandou para a rede. Importante registrar que Thaciano sempre entra com muita personalidade, passando segurança ao técnico.
Sobre a arbitragem, de novo a sensação de algo podre no ar. Cartões amarelos aplicados facilmente contra o Grêmio. Agora, se o juiz fosse mal-intencionado ele poderia ter marcado um pênalti naquelas jogadas enroscadas na área do Grêmio.
Mas é preciso ficar atento. Esses cartões podem repercutir lá na frente contra o queridinho Flamengo, hoje líder isolado da competição. A vitória sobre o Corinthians não mostra que o Flamengo está bem, e sim o quanto o Corinthians caiu.
Por fim, sem seu time titular completo na grande maioria dos jogos, o Grêmio é o vice-líder.
Lembrete: contratar um zagueiro e um lateral-direito.