O Palmeiras surpreendeu o Grêmio. Diferente dos outros adversários, foi pra cima e, de quebra, abusou de cometer faltas para parar jogadas.
O árbitro sinalizou corretamente as infrações e distribuiu cartões amarelos para Felipe Melo, Moisés, Duda e outros. O problema neste quesito é que ele deixou de marcar as faltas em rodízio cometidas sobre Luan, notoriamente o principal articulador do atual campeão da América.
Depois de apanhar demais, ao sofrer a 12ª entrada dura, cometida por Bruno Henrique, Luan não se conteve, reclamou fortemente, cobrando punição à caçada palmeirense. Luan levou o amarelo e Bruno Henrique saiu feliz, para minutos depois cometer uma falta forte e, aí sim, levar um cartão amarelo, que poderia ter sido o segundo se o juiz não desprezasse a regra do jogo.
Mas a derrota gremista não passou pela arbitragem, que deu sua contribuição para os 2 a 0, resultado injusto pelo que fizeram os dois times. O mais justo seria um empate, mas não existe justiça também no futebol.
A derrota começa pela ausência de Ramiro e pela escolha de Renato para a função. Lima foi o eleito. Havia outro melhor? Talvez Cícero, ou Jaílson. Renato optou por Lima, por ser um jogador que se sai bem nos pequenos espaços. Poderia ter iniciado com um desses dois volantes, deslocando Arthur para a direita.
O fato é que Lima não correspondeu. Não entrou no jogo. Pior, foi a partir de uma bola mal metida por ele, aos 21 minutos, que saiu o contra-ataque que resultou no primeiro gol de Willian.
É importante destacar que a saída de Maicon, no intervalo, lesionado, desarrumou um pouco o time, tanto é que o erro cometido por Lima foi pelo meio (ele estava até ali jogando pelo setor direito. Com esse gol, Renato colocou o time ainda mais no ataque. Houve momentos de forte pressão, mas a bola não entrou.
O Palmeiras fez o segundo aos 41, com Willian saindo em posição de impedimento. Erro da arbitragem. O curioso é que esse gol também saiu de um passe errado de um novato, o Thony Anderson. Aliás, ele e Lima até agora não deram uma resposta realmente alentadora, pelo contrário.
Outro que está em débito é o centroavante André. Resumindo: ele por enquanto me faz sentir uma bruta saudade do Jael. Nunca pensei que fosse escrever esse tipo de coisa.
No mais, destaque para a dupla de área gremista. Não há palavras para definir a atuação de Kennemann. Os dois laterais também foram bem. Leonardo, que muitos, eu inclusive, já havia descartado, está revelando boas qualidades, inclusive o chute de longa distância.
Se Leonardo era um caso perdido, e hoje está começando a justificar sua presença no grupo, quem sabe algum dia não estaremos todos aplaudindo Lima, Thony e Pepê, outro que entrou e voltou a me decepcionar.
Arthur voltou bem, mas notadamente fora de ritmo. Luan jogou muita bola, apesar da caçada, uma afronta aos que apreciam o bom futebol e cobram punições adequadas aos que tentam se impor cometendo faltas. Éverton também fez o possível, mas sem o brilho de outros jogos.
Por fim, penso que o Palmeiras venceu porque tem um time mais homogêneo, sem peças destoando como aconteceu nesta noite no time gremista. Além da competência de Willian nas definições, vale ressaltar também o técnico Roger (recebido com aplausos pela torcida), que jogou de igual para igual com o Grêmio, quando se esperava outro time mais preocupado em não perder.
Fiquei irritado porque vi o Grêmio levar dois gols a partir de passes errados e, principalmente, porque mais uma vez não conseguiu aproveitar as chances de gol que criou. Sem contar o juiz, que deveria ter punido o rodízio de faltas sobre Luan.