A maior lição do jogo que quase tirou o Grêmio da Libertadores

Cada jogo normalmente traz algumas lições. A vitória por 2 a 1 sobre o Estudiantes, na terça-feira, reforça a máxima de que o jogo ‘acaba quando termina’, mas ensina principalmente que chegou a hora de mergulhar no Campeonato Brasileiro como um miserável num prato de feijão.

Por questão de segundos, o Grêmio não foi eliminado da Libertadores, grande meta tricolor na temporada. Seria um duro golpe. Seria a segunda eliminação em curto espaço de tempo.

Felizmente, Alisson marcou esse gol que entra para a história do clube como mais um feito digno da mística da imortalidade.

Então, a lição que fica, cabeça fria, cabeça no lugar, é que o Grêmio não pode mais depender de um jogo mata-mata, que agora teve um resultado a nosso favor, mas que pode ser o contrário mais adiante.

Como há uma pausa considerável na Libertadores, não há motivo para não focar no Brasileiro com a intensidade dedicada em cada jogo da Libertadores.

É importante um trabalho forte da direção e da comissão técnica nesse sentido.

Fazer de cada jogo do Brasileiro um mata-mata.

Cada derrota, cada resultado negativo, significa maior distância do título. Até que fique tarde demais e estejamos todos nós dependendo de um golzinho mágico, quase impossível, na última bola de um jogo.

Assim, espero que o Grêmio como um todo se mobilize para vencer o Botafogo neste sábado na Arena. Que sejam escalados o maior número de titulares possíveis.

Que a torcida mostre à direção e ao Renato que anseia pelo título do Brasileiro tanto quanto quer o tri do Brasileiro.

Para isso, é preciso uma presença maciça, não os 18 mil torcedores que estão sendo projetados para o jogo. Que sejam barateados os preços dos ingressos.

O torcedor precisa mandar esse recado à direção: queremos o Brasileirão.

 

Copiando o Lauro Quadros: “Aquilo que ninguém disse”

O Lauro Quadros, com quem tive a honra de trabalhar na Folha da Manhã e na Folha da Tarde, costumava dizer durante o icônico Sala de Redação que iria dizer aquilo que ninguém ainda havia dito.

Na maioria das vezes era algo irrelevante, já que realmente tudo de verdadeiramente importante já havia sido dito. O fato é que ele chamava a atenção para si e instigava o ouvinte.

Hoje, imito Lauro, que continua o mesmo cara alegre e elétrico com quem convivi em viagens e nos corredores do prédio da Caldas Jr.

Pois vou comentar o que até agora não li nem ouvi em lugar algum.

É sobre o gol histórico de Alisson. O gol que mantém o Grêmio vivo na Libertadores e, de quebra, silencia aqueles que já preparavam um bombardeio ao planejamento do clube em relação a escalar time reserva, misto ou titular.

Pois há um personagem que ninguém destaca nesse lance, e que foi fundamental para que o gol acontecesse. Não se trata de Luan e Alisson, claro, porque é deles o protagonismo, sem dúvida.

Antes de revelar o nome do ‘terceiro elemento’, é bom lembrar que Alisson, ao sair de campo após marcar o gol disse que Luan tomou para si a cobrança da falta dizendo que iria fazer o que havia sido treinado. E aconteceu o gol resultado de treinamento, mostrando que o técnico Renato treina cobranças de falta para a área, assim como todos os técnicos, imagino. Só que nem sempre dá certo. Na maioria das vezes não dá certo.

Mas neste caso deu muito certo.

Vamos ao que ninguém ainda disse, pelo menos que eu tenha constatado, até porque não vejo/leio/ouço tudo.

Quando Luan corre para bater a falta o Bruno Cortez aparece claramente bloqueando a ação de um defensor argentino, inclusive abrindo os braços, enquanto o adversário forçava para alcançar a bola, que vinha na direção deles. O argentino ficou desesperado quando viu que não chegaria à bola, graças à muralha de Cortez, enquanto Alisson se antecipava para desviar e fazer esse gol fantástico.

Um gol que fez toda a nação tricolor explodir de alegria, para desespero de torcedores do Estudiantes e de secadores da aldeia,que hoje estão em busca de camisas do Tucuman.

Como disse Luan ao Alisson, que queria bater a falta, ‘vamos fazer o que foi treinado’. E assim foi feito.

Grêmio classificado em noite de muita emoção na Arena

Nada que se possa escrever neste momento pode refletir a emoção que tomou conta de todos nós, gremistas, nesta noite em que mais uma vez a imortalidade tricolor foi posta à prova.

A Arena pulsou nervosamente. A torcida jogou com o time, e quando isso acontece é quase impossível o Grêmio ser batido.

Há muito o que dizer sobre o jogo Grêmio 2 x 1 Estudiantes, mas o que realmente importa é que a classificação está assegurada, o objetivo foi atingido, e de uma forma que enche de orgulho até o gremista mais crítico e mais cético.

O Grêmio jogou bem. Saiu na frente com um belo gol de Éverton após assistência de Jael. Depois, num vacilo, sofreu o empate. E tudo isso em menos de oito minutos, sinal de que seria uma noite de muita angústia.

No comentário anterior eu tinha convicção, tirada sei lá de onde, de que os argentinos fariam um gol, o que tornaria o jogo dramático.

O segundo tempo foi exatamente isso: dramático. A cada chance de gol perdida, aumentava o nervosismo, a tensão, mas em nenhum momento a torcida e o time deixaram de acreditar na vitória.

Não se diga que o Grêmio não pressionou, não criou jogadas, e que cada jogador não se empenhou como se em jogo estivesse sua própria vida.

O esperado gol da vitória saiu de uma jogada desse guri infernal, que não tem medo de ousar, de ir pra cima dos adversários, mesmo cercado e com pouco espaço. Aos 47 minutos, Luan bateu falta sofrida por Éverton – ao lado de Kannemann e Maicon o melhor em campo. Alisson, que havia entrado bem no intervalo, desviou de cabeça: GOL.

A Arena explodiu. Lágrimas e risos se confundiram.

Nos pênaltis, cinco cobranças acertadas, contra quatro dos argentinos. Importante citar os cinco heróis: Maicon, Éverton, Jael, Alisson e André.  Destaque-se que Luan não foi relacionado.

Repito, há muito o que escrever sobre esse jogo. Mas tudo pode ser resumido numa frase: o Grêmio continua vivo na Libertadores, há seis jogos do tetra.

Difícil, sim, nós já vimos, mas como se sabe a principal característica do torcedor é acreditar sempre, até o apito final.

BRASILEIRÃO

O time tem agora um mês para dedicar-se de corpo e alma ao Brasileiro. Quem escapa de uma eliminação nos acréscimos pode muito bem ambicionar qualquer coisa, até o tão sonhado título do Brasileiro.

A campanha começa sábado, 16h, contra o Botafogo, na Arena.

 

Torcedor que é torcedor acredita sempre. Todos na Arena

Um velho amigo gremista, agitando um ingresso para o jogo desta noite, me perguntou o que eu espero dessa decisão contra o Estudiantes. Fiquei sem resposta por um instante. Estava diante de um urubulino, um desses gremistas críticos permanentes, tão gremistas que vivem temendo pelo pior, até como forma de atenuar o impacto de um eventual resultado negativo. Vacina, mesmo.

Decidi atormentar o amigo, um dos tantos (assim como eu), que sobreviveram aos anos de chumbo, a década de 70 colorada, que me deixou traumas e rancores eternos.

-Olha, se não fosse a obrigação de vencer por dois gols de diferença – sim, eu temo que um gol argentino é inevitável -, eu apostaria todas as fichas na classificação. Do jeito que está posto, será muito difícil -, disse, caprichando na cara de agente funerário.

Expliquei: veremos na Arena a maior retranca já armada em todos os tempos. Será uma muralha formada por uma linha de cinco defensores com mais quatro à frente, e apenas um argentino mais adiantado.

Continuei: o grande perigo são os contra-ataques. O Estudiantes tem uns jogadores muito rápidos e habilidosos no meio de campo e no ataque. Se sair um gol, já viu, será um inferno.

-Tu estás muito pessimista – protestou ele. Eu já estou nervoso e tu vens pregar terror…

-Não, estou pensando como vocês, que vivem criticando o Renato e não param de prever fracassos, e isso depois de quatro títulos em menos de dois anos. Vivem dizendo que o time é velho, e realmente tem alguns que não suportam 90 minutos em ritmo de competição, mas eles poucos meses atrás ajudaram o Grêmio a encantar o país e a conquistar títulos, coisa que a gente já tinha esquecido de como é. Sobre o Renato, tem um comentarista na praça que não consegue dizer que ele é treinador, e sim um gestor de vestiário. Tenham paciência!

Ele me encarou com um sorriso no canto da boca.

-Tudo isso é tensão pré-decisão?

-Pode ser, mas tem gente que passa o tempo todo agourando, catando aqui e ali motivos para criticar o trabalho. Isso é irritante. A verdade é que acredito na classificação. Realmente, não será fácil, ainda mais se tiver gremista murmurando a qualquer errinho. Mas eu acredito no trabalho de Renato, discordo de algumas coisas, mas o técnico de futebol precisa acima de tudo ter coerência, convicção, porque se não ele está perdido. Renato optou pela Libertadores. Radicalizou. Mas pelo que ele já fez até agora, tirando o Grêmio da fila, não tenho por que não acreditar que ele está fazendo as opções mais adequadas, dentre as que possui, para levar o time ao tetra da Libertadores.

Abracei meu velho companheiro de arquibancada do Olímpico, e cochichei. “Torcedor que é torcedor acredita sempre, não será agora que iremos mudar. Rumo à vitória”!

 

Radicalismo segue prejudicando o clube no Brasileiro

Uma derrota com time totalmente reserva e fora de casa,  como aconteceu neste sábado, é tão ou mais frustrante que o empate por 1 a 1 com o Cruzeiro, dias antes, em plena Arena.

Os resultados reforçam a preocupação da maioria dos gremistas – eu junto – com a instabilidade do time, que, além de alternar bons e maus jogos, se mostra cada vez mais dependente de um jogador para decidir.

A derrota por 2 a 1 em Curitiba diante do time ruinzinho do Atlético-PR era mais ou menos prevista. Tanto pela formação do time em si, como e principalmente pela falta de alternativas capazes de reverter uma situação negativa.

O que custava levar três ou quatro titulares para ficar no banco, a exemplo do que fez Mano Menezes na Arena, e usar em caso de extrema necessidade? Por que esse radicalismo de poupar todos os titulares, inclusive os dois únicos centroavantes?

A sabedoria está no meio, ensinam os chineses há séculos.

Tenho para mim que Luan e Éverton, entrando juntos aos 25 minutos do segundo tempo, dariam um calor nos paranaenses e talvez até levassem o Grêmio aos três pontos.

Mas isso é achismo, concordo.

É que realmente não é fácil ver o clube menosprezar tanto o Brasileiro tudo em nome da Libertadores. A Copa do Brasil, que era outra prioridade, já faz parte do passado, mas deixou suas marcas na tabela de pontos corridos pelo excesso de zelo em preservar titulares.

É inevitável a opção por essa ou aquela competição, e nisso eu concordo com a direção. A CB estava acima do Brasileiro. Só discuto a forma.

Não podemos esquecer que a estratégia deu certo em duas oportunidades. O clube tem crédito, ainda.

Resta torcer que o Grêmio mais uma vez esteja no caminho correto, e que o time elimine o Estudiantes nesta terça e depois repense o planejamento, deixando uma porta aberta para a disputa do título do Brasileirão.

Afinal, faltam 17 rodadas, e muita coisa pode acontecer.

ÁGUA FRIA

A torcida colorada foi ao BR na esperança de uma vitória sobre o Palmeiras. Estádio lotado. Mas não adiantou. O time reserva – apenas um titular de fato – jogou de igual para igual contra os titulares do time gaúcho.

O curioso é que esse fato, time reserva do Palmeiras, não é mencionado  ou quando citado é apenas como um detalhe.

No final, empate por 0 a 0, com o Palmeiras subindo na tabela. É outro que se apresenta para disputar o título. Com o grupo que tem, isso é possível.

RESERVAS

Todos os clubes envolvidos com duas ou mais competições poupam jogadores, Uns mais, outros menos. No caso do Grêmio, mais.

Exemplo seguido por Felipão neste domingo. Mas Felipão tem um grupo superior em quantidade e qualidade.

BRASILEIRÃO

O São Paulo lidera e mantém diferença de sete pontos para o Grêmio. O SP não tem um grupo diferenciado. Ainda vai tropeçar. Resta saber se o Grêmio estará nos seus calcanhares quando isso acontecer. Tenho esperança que sim.

CARIOQUÊS

Não há um dia sequer que o site de O Globo não fale de Vinicius Jr. E isso que o guri ainda não jogou no time principal. E não tem se destacado no time B. Marketing ajuda a ganhar mais dinheiro, mas não dá futebol.

Vejam o caso do Arthur, já chegou chegando. E não recebe nem nota de rodapé da mídia carioca.

Sugestão: time reserva com alguns titulares no banco

Reservas, titulares ou mistão? A torcida gremista está dividida. Agora sem a Copa do Brasil e apenas com a Libertadores para ‘atrapalhar’, como dão a entender os obcecados por um título no Brasileirão, dá para focar mais no campeonato nacional.

Minha inclinação é por um time inteiramente reserva, como o da escalação que vem sendo especulada: Paulo Victor, Léo Gomes, Paulo Miranda, Bressan e Marcelo Oliveira; Thaciano, Cícero, Marinho, Douglas e Alisson; Jael (André).

Como se observa, na maioria das posições não há diferença gritante entre o titular e o reserva. Tem gente que defende Léo Gomes, o Leonardo, de titular na lateral-direita; Thaciano é outro que conquistou fãs; Marinho para boa parte deveria entrar no lugar de Ramiro; e Alisson, então, nem se fala. Há, ainda, Paulo Victor, que se mostra um goleiro confiável.

A vantagem de escalar um time reserva como esse é que pega um grupo mais focado, com jogadores querendo mostrar serviço, entrosamento melhor.

Além do mais, só tem um jogador titular que realmente vem fazendo a diferença do meio para a frente desde a instabilidade da dupla Luan/Maicon. É o Éverton.

Pois eu viajaria para Curitiba com uns três ou quatro titulares no banco de reservas. Entre eles, é evidente, o Éverton. Levaria também o Luan, porque um lobo solto na noite é sempre um risco. Maicon e Ramiro eu deixaria aqui descansando, pensando na vida.

Outro que não viajaria é o André. Tem gente pensando que André tem chance de começar a partida deste sábado contra o Atlético Paranaense. André é titular, segundo Renato. Portanto, fica guardado para o jogo contra o Estudiante, terça-feira. É a lógica.

Não tenho dúvida de que Renato vai começar com Jael. Se houver algum problema, pode voltar o esquema ofensivo sem camisa 9 de ofício. E isso me agrada muito.

O único centroavante que realmente deu certo na ‘era’ Renato foi Lucas Barrios, e até um certo momento.

No mais, os melhores momentos foram com Douglas e Luan se revezando na função, além das entradas por trás de Ramiro, Maicon, Léo Moura e, facilita, até o Romildo.

ESTUDIANTES

Pelo que li o adversário do Grêmio iria com time totalmente reserva nesta sexta para enfrentar o Belgrano pelo campeonato argentino. Outra informação dá conta que seria um time misto.

O fato é que poupar titulares não é exclusividade do Renato, embora ele tenha radicalizado em alguns jogos.

Luan perde pênalti de novo e Grêmio só empata

Quando o juiz marcou o pênalti de Egídio em Alisson, eu pensei numa coisa: “Só não deixa o Luan bater”. Segundos depois estava lá o Luan para consagrar o goleiro Fábio, que adivinhou o canto e defendeu o chute fraco de Luan, quase uma bola recuada.

E ali se foram dois pontos. O Grêmio amargou o empate por 1 a 1 jogando com seu time titular e diante de sua torcida. A vitória era uma obrigação para quem pensa em título no Brasileiro, mas que também está envolvido com a Libertadores. No sábado, em Curitiba, provavelmente será o time reserva, talvez com alguns titulares, e aí os três pontos deixam ser obrigação, mas longe de serem impossíveis.

O primeiro tempo foi um pesadelo. O time teve maior tempo de bola, mas pouca efetividade. Já o Cruzeiro ameaçou mais, jogando fechadinho e saindo com velocidade e qualidade para o ataque. Bem, foi um primeiro tempo desolador, para esquecer, e eu já esqueci.

CASA ARRUMADA

No intervalo, Renato arrumou a casa. Léo Moura, que não conseguiu dar nenhuma contribuição ofensiva, que é o seu forte, foi substituído na função por Ramiro, deixando o campo para a entrada de Alisson, que entrou bem no jogo, se movimentando por todo o ataque.

Na frente, entrou Jael no lugar de André, que foi esforçado de novo, mas não mostrou jogo para ser titular. Na única chance de gol que teve, cabeceou desviado. Jael entrou, mas pouco acrescentou. Está chegando a hora de testar de novo a dupla Luan/Douglas se revezando, como nos melhores momentos do Grêmio.

GOLAÇO DO GARRINCHINHA

Mais uma vez, Éverton fez a diferença. Eu que sugeri a convocação dele para a o Mundial – e fui chamado de louco – fico aqui imaginando o que pensa Tite cada vez que vê um lance como esse do garrinchinha gremista. Endiabrado, ele superou a marcação a dribles, invadiu a área e chutou sem chance para o goleiro Fábio, que contra o Grêmio é sempre o melhor goleiro do planeta.

OS LATERAIS

Se o lateral-direito não foi bem, com dificuldade para atacar e defender, o lateral-esquerdo não foi melhor. Cortez chegou atrasado no gol do Cruzeiro. Na verdade, uma falha coletiva de marcação. O problema de Cortez é que ele chega na frente e de seus cruzamentos não sai nada. Parece que falta força para cruzar uma bola com mais qualidade, especialmente nos lances do segundo tempo.

Teve uma jogada emblemática aos 34 do segundo tempo, mais ou menos. Maicon, como um maestro sinalizou para Cortez correr e passar Éverton. Maicon tocou para Éverton, que recuou para o capitão, que meteu de primeira para o lateral, que foi ao fundo, na risca de pequena área e cruzou uma bola horrível, muito alta. Coisa de quem já não comanda as pernas.

Resta o conforto de que o time se recuperou com juros no segundo tempo. O Cruzeiro não chegou perto da área tricolor. O Grêmio poderia ter virado o jogo e somado três pontos preciosos na luta pelo título. O resultado obriga Renato a escalar um misto muito quente contra o Atlético PR.

Eu pouparia os dois laterais, Maicon e Luan. Deixaria Éverton no banco de reservas para uma emergência no segundo tempo.

Mais do que nunca o Grêmio precisa brigar pelo título. Até para evitar que o Inter conquiste o Brasileiro 39 anos depois.

Renato mantém o padrão Grêmio de qualidade

O técnico Renato Portaluppi acerta ao compor sua linha de defesa – a menos vazada do Brasileirão – com Léo Moura, que contribui com seu toque de qualidade e experiência para que o Grêmio ainda detenha o ‘título’ de melhor futebol do país.

Infelizmente, ele já não suporta manter o mesmo ritmo o jogo todo. Mas enquanto está em campo é peça importante para a bola trabalhada pelo setor direito, onde cai Ramiro e Maicon  aparece como elemento surpresa. Muitos gols e belas jogadas saíram por ali.

A opção para Léo Moura por enquanto está num nível abaixo. É o Leonardo, que tem mais vigor físico, mas técnica bastante inferior. Renato opta pela técnica, sempre foi assim. Por isso, insiste tanto em Cícero. Até que Jaílson conseguiu provar que também tem alguma qualidade na armação de jogadas, além de mais força e determinação no combate.

No primeiro jogo contra o Flamengo, na Arena, Renato deveria ter colocado Jaílson no segundo tempo, já que Cícero e Maicon, juntos, deixavam espaço para o adversário, por cansaço e também porque ambos não são grandes marcadores. Como escrevi acima, Renato privilegia ao máximo os jogadores de técnica superior. E eu concordo. Só não pode é ser radical.

É claro que Renato vai ouvir o som das cornetas de gente cobrando a presença de Leonardo (acredite, isso é possível). Talvez com o tempo Leonardo prove que vive um momento superior ao do titular, e acabe firmando posição, o que eu duvido, embora reconheça suA evolução na comparação consigo mesmo.

Na frente, dúvida entre André e Jael. Se for por merecimento, entra Jael. André até agora não disse a que veio. A seu favor o fato de que tem recebido poucas bolas para concluir. Talvez Renato esteja considerando isso para manter o jogador. Aí entra de novo a questão da melhor técnica, e aí André supera Jael.

Violência

Sobre o Cruzeiro, a informação é de que Mano Menezes vem com seu time titular. Mano não quer perder para o técnico sensação  do momento – há dois anos Renato é o técnico do momento. Sempre tem algum despeito, uma invejazinha. Renato é o treinador a ser batido nesse mar de mesmices que inunda as casamatas do futebol brasileiro.

A ânsia de Mano em superar Renato é tanta, e legítima, que temo por jogadas, digamos, mais ríspidas. Nos duelos recentes contra o Flamengo, quase não ocorreram faltas. Prevejo que nesta noite, na Arena, o jogo será de pegada mais forte, e até violento como se viu na CB do ano passado entre Grêmio e Cruzeiro.

Vou arriscar uma previsão: nos cinco primeiros minutos – quando dificilmente um juiz dá amarelo e muito menos o vermelho – Luan, Éverton e Maicon serão alvos de faltas duras. Muito duras.

O fato é que Renato x Mano será um espetáculo à parte.

SELEÇÃO

A CBF poderia acatar a ideia dos clubes que tiveram jogadores convocados para esses amistosos ridículos. Usar os jogadores apenas no primeiro confronto, liberando-os para defenderem seus clubes. Assim, o Grêmio poderia ter Éverton no Gre-Nal.

IMPRENSA

A imprensa gaúcha fica em cima do muro ou é contra a liberação de Éverton.

Fosse um jogador do Inter não tenho a menor dúvida que a situação seria muito diferente.

Agora, a CBF deveria cumprir o que diz a Fifa e não realizar jogos oficiais nas datas destinadas à Seleção.

Do jeito que está, os clubes de qualidade superior acabam prejudicados.

Grêmio vence e neutraliza artilharia corneteira

Ao bater o Corinthians em pleno Itaquerão, o Grêmio desarmou uma bomba- relógio pronta para detonar em caso de um resultado negativo.

Foi neutralizada, também, a artilharia de críticas e cornetas que viria de todos os lados,  inclusive de gremistas rançosos, que nunca estão satisfeitos e que estão sempre preconizando uma hecatombe, projetando a derrocada do time.

Fogo pesado, mesmo, viria da alguns setores da imprensa, em especial dos comentaristas ‘isentos’ que já nem disfarçam o seu desconforto, digamos assim, neste momento de superioridade gremista na gangorra regional.

O fato é que o Grêmio, agora com foco também no Brasileirão, tirou a invencibilidade corintiana em seu estádio neste campeonato e se credencia a brigar pelo título.

Será difícil ler algum dia uma manchete como esta que recolhi do site globo.com, destacando o que é omitido, com raras exceções, aqui abaixo do Mampituba:

“Grêmio mostra repertório, bate o Corinthians em Itaquera e sobe para terceiro”

Na linha de apoio o seguinte:

“Time de melhor toque de bola mostra que também tem contra-ataque mortal e vence com golaço de Everton, após arrancada e lindo passe de Luan; Timão sofre com limitações e erros na escalação”

Elogios merecidos, porque o time, mesmo sem Maicon e Léo Moura, conseguiu manter um bom toque de bola – abaixo do padrão que consagrou o time -, mas bom o suficiente para ser superior ao adversário.

No meio de campo, Cícero foi um substituto à altura do titular. Na lateral-direita, um Leonardo cada vez mais seguro, apresentando uma evolução que poucos previam ser possível.

Por falar em substituição, não conheço gremista que não tenha se assustado quando foi anunciado Bruno Grossi, já que Grohe havia sentido lesão no aquecimento.

Logo de saída, Grassi fez uma grande defesa após cobrança de escanteio. Depois, fez algumas intervenções importantes.

Destaque de novo para a zaga tricolor, a melhor do país, embora tenha gente aqui no Estado que pense diferente, apontando a zaga colorada como superior. Coisas do  Texas, como diria o cornetadorw.

Quem escapou do fuzilamento midiático e da saraivada nas redes sociais foi Luan, que andou caindo de rendimento – como todo o time em alguns jogos -, mas nada que justifique críticas mais ásperas e especulações irresponsáveis.

Luan comandou o time do meio para a frente. Foi dele a metida precisa para Éverton desviar do goleiro e fazer o gol da vitória.

Sou da seguinte opinião sobre Luan: ele deve ser criticado quando realmente estiver mal na comparação com ele mesmo, mas nunca atacado, porque é a maior expressão técnica do time.

Por fim, pelo que vi no jogo, o técnico Osmar Loss está com as horas contadas no Corinthians.

 

Tite ‘descobre’ Éverton quatro meses depois

 

No dia 26 de abril ‘cometi’ o post abaixo, quando ninguém sequer cogitava em Éverton para vestir a amarelinha.

Quase quatro meses depois, Tite convoca o atacante, o nosso Garrinchinha.

Demorou, os técnicos demoram muitas vezes, por conservadorismo, falta de olho clínico ou por serem reféns do grupo, no caso das ovelhinhas.

O guri merece essa chance. Tem sido nosso abridor de latas em jogos enrascados.

Uma pena é que ele irá desfalcar o time no Gre-Nal.

Além dele, o Kannemann, outro que merecia ter disputado a Copa.

Outra perda para o Grêmio.

Mas é coisa de time grande ter jogadores na seleção. Faz parte.

Os times menores acabam sendo beneficiados.

 

Há um lugar para Éverton na Seleção de Tite