O duelo entre duas das maiores potências do futebol sul-americano foi vencido no detalhe como costuma acontecer entre dois semelhantes.
O Flamengo empatou na Arena, nos acréscimos, quando o juiz se preparava para sinalizar o final do jogo. E nesta quarta, diante de sua imensa torcida, foi presenteado com um gol pelo Bruno Cortêz logo no início, uma vantagem que poderia ser revertida com facilidade desde que o tricolor estivesse numa noite minimamente inspirada.
Tirando os dois zagueiros, é difícil apontar quem jogou bem. Marcelo Grohe não conta, porque não foi exigido uma vez sequer – o mesmo pode ser dito sobre o goleiro carioca.
Tivemos, pois, um jogo de intermediária a intermediária, com raros lances de perigo nas duas áreas. O Grêmio teve mais posse de bola, mas aí faltou serenidade e qualidade para meter a bola entre os defensores. Luan e Maicon, dois especialistas, não acertaram uma metida sequer.
Aliás, os dois não foram bem, principalmente Luan, que inclusive armou contra-ataques com dois ou três passes errados, quase displicentes.
O gol abalou o time. Curioso é que os dois jogadores que entraram, Jaílson e Bruno Cortêz, foram os que mais comprometeram no começo. Ambos evoluíram no decorrer da partida, mas ainda assim estiveram aquém do que sabem jogar.
Jaílson, jogador que sempre defendo, praticamente deu razão ao técnico Renato por ter mantido Cícero de titular nos últimos jogos. Errou passes simples e, no começo, talvez perturbado com o gol, foi indeciso e ineficiente também em seu ponto forte, a marcação, a combatividade.
No segundo tempo, o Grêmio voltou mais determinado e pressionou em busca do empate. Mas aí parecia que jogava com dez, porque André consegue se posicionar sempre no lugar onde a bola não vai, não chega. E olha que foram inúmeras as bolas cruzadas.
Éverton, maior esperança de gol e de jogadas ofensivas, sentiu a marcação muito forte, dois ou três jogadores em cima dele. Conseguiu alguns lances, mas nada que levasse perigo.
Então, numa noite pouco inspirada, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil. Neutralizou o ataque dos donos da casa, mas não conseguiu viabilizar o seu próprio ataque. Ganharam as defesas.
Não fosse a falha incrível de Cortêz, o jogo provavelmente iria para os pênaltis, o que seria mais justo pelo que fizeram as duas equipes.
Assunto para debate: o Grêmio descansado não foi superior fisicamente ao Flamengo, que usou todos os titulares domingo pelo Brasileirão. E agora?
Acredito que se continuar assim, escalando sempre os titulares, o Flamengo daqui a pouco desaba.
Dias atrás perguntei se não seria hora de começar a discutir a preparação física do Grêmio e também os fisiologistas. Repito a pergunta.
Por fim, aqueles que defendiam um Grêmio focado no Brasileirão, não na CB, podem comemorar. Agora só tem a Libertadores para ‘atrapalhar’.