O Lauro Quadros, com quem tive a honra de trabalhar na Folha da Manhã e na Folha da Tarde, costumava dizer durante o icônico Sala de Redação que iria dizer aquilo que ninguém ainda havia dito.
Na maioria das vezes era algo irrelevante, já que realmente tudo de verdadeiramente importante já havia sido dito. O fato é que ele chamava a atenção para si e instigava o ouvinte.
Hoje, imito Lauro, que continua o mesmo cara alegre e elétrico com quem convivi em viagens e nos corredores do prédio da Caldas Jr.
Pois vou comentar o que até agora não li nem ouvi em lugar algum.
É sobre o gol histórico de Alisson. O gol que mantém o Grêmio vivo na Libertadores e, de quebra, silencia aqueles que já preparavam um bombardeio ao planejamento do clube em relação a escalar time reserva, misto ou titular.
Pois há um personagem que ninguém destaca nesse lance, e que foi fundamental para que o gol acontecesse. Não se trata de Luan e Alisson, claro, porque é deles o protagonismo, sem dúvida.
Antes de revelar o nome do ‘terceiro elemento’, é bom lembrar que Alisson, ao sair de campo após marcar o gol disse que Luan tomou para si a cobrança da falta dizendo que iria fazer o que havia sido treinado. E aconteceu o gol resultado de treinamento, mostrando que o técnico Renato treina cobranças de falta para a área, assim como todos os técnicos, imagino. Só que nem sempre dá certo. Na maioria das vezes não dá certo.
Mas neste caso deu muito certo.
Vamos ao que ninguém ainda disse, pelo menos que eu tenha constatado, até porque não vejo/leio/ouço tudo.
Quando Luan corre para bater a falta o Bruno Cortez aparece claramente bloqueando a ação de um defensor argentino, inclusive abrindo os braços, enquanto o adversário forçava para alcançar a bola, que vinha na direção deles. O argentino ficou desesperado quando viu que não chegaria à bola, graças à muralha de Cortez, enquanto Alisson se antecipava para desviar e fazer esse gol fantástico.
Um gol que fez toda a nação tricolor explodir de alegria, para desespero de torcedores do Estudiantes e de secadores da aldeia,que hoje estão em busca de camisas do Tucuman.
Como disse Luan ao Alisson, que queria bater a falta, ‘vamos fazer o que foi treinado’. E assim foi feito.