Gosto quando o Grêmio não é apontado favorito em Grenal pelos especialistas, aqueles mesmos que cobravam D’Alessandro na seleção argentina e que comparam, sem constrangimento, Kannemann com Cuesta, este Bressan com grife.
Percebo que a grande maioria da mídia tradicional – e também os colorados nas redes sociais – considera o Inter favorito neste domingo. Sabe como é, estádio lotado, tarde de sol, clima de festa que se esparrama nas arquibancadas e desce ao vestiário vermelho, quem sabe contagiando os atletas. Quem sabe?
Assim meio de longe, o que se vê é um Inter muito mais seguro e confiante, mais senhor de si, não aquele Inter do primeiro turno, que se encolheu como pinto na bombacha durante o frio cortante da campanha gaúcha no auge do inverno.
Gosto de ver o Inter assim, otimista, faltando pouco para calçar salto alto, estimulado pelos ditos especialistas e suas colunas tingidas de vermelho. Um pessoal que sonha não apenas vencer, mas devolver aqueles 5 a 0 que continuam doendo na alma de cada colorado, e com razão.
Não tenho dúvida de que o técnico Odair Hellmann ainda tem pesadelos com esse Gre-Nal na Arena, em agosto de 2015. Aliás, Rodrigo Dourado, que já foi comparado aqui por um desses especialistas ao Arthur (sem comentários), é o único que sobrou daquele desastre rubro. Ele em campo e Odair no banco.
Odair nunca vai admitir, mas penso que seu maior sonho é aplicar uma goleada no Grêmio.
No jogo do primeiro turno, ele reconheceu a diferença de qualidade em relação ao Grêmio – traduzida não em gols, mas em três pênaltis sonegados -, mas agora vejo nele um técnico mais ambicioso.
Odair vai querer seu time amassando o Grêmio, encurralando o Grêmio, diante de 40 mil colorados eufóricos.
E é aí que o favoritismo pode se diluir, como um vinho bom que azeda e e vira vinagre.
É com essa esperança que vou acompanhar o clássico, que, a meu ver, não tem tem favorito.
Aos colorados mais assanhados, quero lembrar que o Inter vive seu melhor momento nos últimos tempos, e ainda assim tem apenas três pontos a mais que o Grêmio, que jogou a grande maioria das partidas com time reserva ou misto, como este que entra em campo para colocar água no chopp dos colorados.
Espero apenas que a arbitragem, diferente daquela do turno, na Arena, seja realmente neutra e competente.