O técnico Renato Portaluppi cada vez mais faz por merecer a estátua. Quando todos duvidavam que seria impossível vencer, ou até mesmo apenas empatar com o River Plate, no Monumental de Nuñes completamente lotado, eis que Renato monta um esquema que hoje seria chamado de covarde se tivesse fracassado.
É óbvio que Renato só armou um esquema com quatro volantes por sentir que não haveria outra maneira de atingir o grande objetivo do time desde que foram confirmadas as ausências de Luan e Éverton, que era de ‘voltar vivo para Porto Alegre’, conforme cansou de dizer o Romildo Bolzan. Sim, o empate já seria um resultado muito bom diante das circunstâncias.
Renato armou um esquema para não perder, e se perdesse que fosse por um placar recuperável. E ninguém pode criticá-lo por isso, embora a gente saiba que não faltariam ataques com adjetivos pejorativos. Os comentaristas de resultado definiriam o esquema como ‘acadelado’, quando foi a necessidade impôs essa solução ao Renato, um técnico ofensivista por natureza.
Então, Renato armou o esquema possível. E aí contou com sua estrela, que voltou a brilhar depois de alguns jogos um tanto nebulosos. Tirou Michel da cartola na segunda-feira, conforme revelou o jogador após o jogo. E o volante, que ficou meses sem jogar e só voltou no sábado, apareceu na área para aproveitar escanteio batido por Alisson para fazer o gol da vitória. Um golaço de cabeça.
Uma vitória épica, histórica, daquelas que viram lenda a cada relato. Porque o que se viu foi um time focado, homogêneo, aplicado taticamente e decididamente determinado a impedir a vitória do queridinho do setor vermelho da imprensa gaúcha, que agora deve iniciar um processo de diminuir o time argentino, que’ não é tudo aquilo’, etc.
O time imbatível, assustador, um tigre feroz,vai virar um gatinho manso.
Dias atrás eu escrevi que o River Plate não é tudo isso que pintavam, como se fosse um time superior ao atual campeão da América. O resultado obtido em Buenos Aires prova que eu estava certo: com o time titular a vitória seria muito possível, diferente do que muitos apregoavam.
Bem, agora tem o jogo da volta, dia 30. É preciso respeitar o adversário, primeiro passo para vencer e ir à final da Libertadores. Sem Kannemann. mas com Éverton e Luan. Grêmio muito perto de uma decisão contra Palmeiras ou Boca Juniors. Prefiro o segundo, seria um jogo com mais cara de Libertadores.
Para concluir, ótima arbitragem do juiz peruano. Algo está mudando na Conmebol…
Sobre as atuações, nota 10 para todos. O Grêmio foi um bloco monolítico. Se no primeiro tempo o River levou algum perigo, com Marcelo Grohe fazendo duas grandes defesas, no segundo o equilíbrio foi ainda maior. Marcelo fez apenas uma defesa, entre uma e outra porrada nas costelas.
Renato deu um nó tático no argentino Gallardo. Será que leremos isso na imprensa local? A imprensa do centro do país já destaca esse aspecto como fundamental para a vitória.