O meu melhor Grêmio de todos os tempos

A ESPN publica a seleção ‘Grêmio de todos os tempos’. É claro que discordei de vários nomes, assim como muitos discordarão de mim e da ESPN. Acredito que é impossível a unanimidade sobre quem seriam, posição por posição, os melhores da história do tricolor.

O mais próximo que vi chegar da seleção ideal (na minha opinião, claro) foi durante uma cervejada após um clássico Correio do Povo x Zero Hora, um jogo de futebol sete. quer dizer, seis contra sete.

Meu time perdeu seu goleiro no intervalo, o Sérgio Schueller, que largou tudo dizendo: “Vou tomar umas geladas que é melhor”. Realmente, estava muito calor, mas nada justifica deixar o time empenhado, ainda mais que o jogo estava parelho. Terminamos com um jogador a menos.

A ZH, que tinha David Coimbra de zagueiro estilo Bressan, acabou vencendo com facilidade. Nem lembro quanto foi. Apaguei da memória bebendo as tais geladas, numa confraternização legal com nossos cordiais inimigos.

Pois lá pelas tantas, decidimos escalar o melhor Grêmio de todos os tempos. Eu e David concordamos na maioria dos jogadores. Não lembro qual o time ideal dele, nem do meu _ muita cerveja na cabeça -, mas o meu time atual, só de jogadores que vi em ação ao vivo ou pela TV, é o seguinte:

Goleiro: Alberto (antes que me critiquem, se informem)

Lateral direito: Arce

Zagueiros: Geromel e Kannemann (antes eram Airton e Oberdan)

Lateral esquerdo: Everaldo

Meio-campo: Maicon, Iúra e Valdo

Atacantes: Renato Portaluppi, Alcindo e Ronaldinho

A seleção da ESPN é a seguinte:

Eurico Lara; Arce, Geromel, Hugo de León e Everaldo; Arthur e Dinho;

Renato, Gessy e Tarciso;

Alcindo

Pego a minha e dou três gols. Aguardo a seleção dos parceiros do blog.

O jogador-problema e o dirigente acomodado

Eu sou do tempo em que o bom dirigente de futebol dedicava parte do seu tempo para tornar o jogador-problema do dia-a-dia em jogador-solução na hora do jogo.

Lembro de um algoz meu – e de milhares gremistas que chafurdaram na lama do inferno nos anos 70, com uma breve pausa para respirar, em 1977 -, o Frederico Arnaldo Balvê, dirigente colorado. Era um mestre, porque sabia como chegar no jogador-pedra-no-sapato, como lidar com o jogador mordedor (não literal, tipo o Suarez), etc.

Lula e Manga, dois dos maiores problemas de Balvê se transformavam em solução nos jogos. Naquele tempo a gente dizia, ‘incomodavam durante a semana e resolviam no domingo’. Hoje, como os jogos acontecem em qualquer dia, a frase precisa ser adaptada.

Dirigente de futebol de verdade se preocupa em incorporar o jogador problemático (hoje, o maior problema parece ser o álcool e as drogas ilícitas) e trabalha forte nesse objetivo.

Mas pelo que tenho acompanhado, assim meio de longe, mais embasado em informação do que em observação, os dirigentes atuais, assim como boa parte dos treinadores, não se esforçam tanto quanto um Balvê.

Não consigo entender, tem aquele monte de especialista trabalhando no futebol e mesmo assim se perde algum jogador para as drogas. Será que não está faltando um corpo-a-corpo, uma conversa ao pé do ouvido? Talvez um carinho, uma atenção maior?

Poderia contar algumas histórias de como agiam técnicos como Espinosa, Ênio Andrade, Minelli e Felipão, só para citar quatro exemplos.

Realmente, não sei, por exemplo, o que faz o vice de futebol Duda Kroef, a respeito. Pra mim, um bom dirigente de futebol consegue recuperar as ovelhas desgarradas. Não pode ser acomodado.

E quanto menos se meter no vestiário, melhor. A não ser que seja alguém que conheça futebol e que o técnico respeite.

Outra posição que tenho: dirigente de futebol não pode tirar férias no período dos jogadores. Punta del Este que fique para depois, quando o time estiver estruturado, reforçado para enfrentar a temporada. Aí, só aí, o dirigente pode sair por aí curtindo a vida adoidado.

Bem, não sei se perceberam, mas tudo isso para falar do Luan. Ele estaria com problemas de comportamento. Setores do Grêmio querem negociá-lo. São os ‘modernos’, aqueles que acham que o jogador hoje é um atleta, um profissional, e que precisa ter responsabilidade natural, de acordo com a fortuna que lhe é paga mensalmente.

Esse tipo de dirigente não me serve. Os dirigentes atuais – treinadores – deveriam conhecer um pouco mais a história do futebol para ver que muitos clubes só foram campeões porque tiveram dirigentes que sabiam transformar o problema da semana na solução do domingo.

Penso que pode ser isso que está faltando ao Luan, jogador diferenciado, melhor da América em 2017. Um jogador que JAMAIS poderia entrar em troca-troca, ainda mais em negócio envolvendo jogadores medianos.

Negociar Luan para ‘livrar-se de um problema’ é, na verdade, o primeiro passo para criar outro muito maior.

Luan fica e Thiago Neves ainda pode vir

A notícia de uma eventual troca de Luan por Thiago Neves, Murilo e Raniel (os dois últimos tão bons que o Cruzeiro os coloca como moeda de troca, e o primeiro em suave decadência) realmente é assustadora.

O lado positivo é que partiu do Cruzeiro, que pelo jeito gosta de colocar suas promessas nos negócios. E promessas são promessas, nem sempre se cumprem. No futebol, a maioria acaba frustrando expectativas.

O lado negativo é que o Grêmio, segundo a saraivada de notícias (é sempre assim quando se trata de algo negativo para o clube), a direção e sua comissão técnica estariam avaliando a proposta.

Não sei se foi a força dos protestos de gremistas nas redes sociais, mas o fato é que esse negócio decididamente não sai.

Foi uma ação desesperada do Cruzeiro, que faz de tudo para manter Thiago Neves, que se mostra muito inclinado a defender o Grêmio e trabalhar com o velho parceiro Renato Portaluppi.

O Grêmio, felizmente, quer continuar com Luan, cujo contrato vigora por mais dois anos. E Luan não quer sair. Está muito contente com seu salário de R$ 600 mil mensais, ou algo parecido.

Tudo se encaminha para a vinda de Thiago Neves. Sem Luan no negócio.

De minha parte, não me entusiasmo com Thiago Neves, que já foi um excepcional jogador. Não sei os valores da transação, mas é preciso muito cuidado em investir em um jogador que completa 34 anos ainda neste ano.

Espero que o presidente Romildo se mostre sábio mais uma vez e só faça negócio se realmente estiver dentro dos padrões estabelecidos pelo bom senso.

Uma estátua para Luigi

O ex-presidente do Inter, Giovanni Luigi, é um injustiçado. É raro encontrar um colorado que o exalte. Os elogios e homenagens são destinadas normalmente ao ex-presidente Fernando Carvalho, aquele que montou uma operação para impedir a queda para a segundona e acabou fracassando.

Luigi tem o jeito gentil e educado de FC, com quem começou no clube. Muito diferente, por exemplo, de Vitório Piffero, a quem sucedeu na presidência em janeiro de 2011 – pouco depois do histórico fiasco diante do Mazembe.

Com seu estilo discreto, mas incisivo, Luigi dirigiu o clube num momento importantíssimo, pouco reconhecido pela maioria dos colorados. Torcedor é assim, o que importa são os títulos, as grandes conquistas dentro de campo. Neste aspecto, ele ficou devendo.

Mas Luigi deixou o clube com um crédito enorme. Enfrentou todas aquelas questões nebulosas envolvendo a Copa do Mundo em Porto Alegre -lembram das estruturas temporárias?- e foi, principalmente, vitorioso numa queda de braço interna: a reforma do Beira-Rio.

Havia um grupo, liderado por Piffero, que pretendia bancar as obras com recursos próprios (uns 26 milhões oriundos da venda dos Eucaliptos). Foi uma árdua disputa interna.

Se Luigi tivesse perdido, a reforma seria feita por Piffero e seus parceiros.

Lembrei-me desse episódio hoje, diante da denúncia do MPE, que, analisando as polêmicas contas da gestão Piffero (2015/2016) concluiu ter encontrado no clube uma ‘verdadeira organização criminosa’ nesse período.

Desconfio que se não fosse Luigi o BR até hoje não estaria concluído.

Está aí um sujeito que merece ser reverenciado pelos colorados, e quem sabe até homenageado com uma estátua ou tendo seu nome em um dos prédios do clube, talvez o próprio estádio.

RENATO

Desde ontem o assunto predileto de alguns setores é o desligamento do diretor executivo do Grêmio, André Zanotta.

De repente, ele ficou muito valorizado.

Tudo porque rola por aí um boato de que ele teria batido de frente com Renato. Há inúmeras versões, e como se sabe as versões são mais picantes que os fatos.

Não vou entrar no mérito se o que dizem é ou não verdade.

Só sei que entre Zanotta e Renato eu fico com Renato. Não sei exatamente qual a contribuição desse profissional para as grandes vitórias recentes do time. Certamente, não fazem cócegas no trabalho desenvolvido por Renato.

Até onde eu sei, diretor executivo executa. Ele faz o que lhe é solicitado. É mais ou menos o que foi o ‘seu’ Verardi, mestre nessa área.

Zanotta encerrou seu ciclo, e talvez um dia volte.

Enfim, uma simples saída de um funcionário provoca boatos e intrigas. Tudo porque do outro lado está Renato, e ele sempre rende notícia, material raro nesta época do ano.

Os grupos e a politicalha no futebol

Não sou de ficar fazendo projeções a partir da definição de grupos ou de tabelas de jogos. 

A frase é velha, mas perfeita: o time é que faz tudo ficar mais fácil ou mais difícil.

Por mim, enfrentaria sempre os mais fortes no início. Detesto morrer na praia, depois de chegar tão perto. Exemplo, se o Grêmio tivesse sido eliminado pelo River e pela Comebola logo no começo, teria mais condições de se dedicar ao Brasileirão. 

Então, prefiro adversários fortes no começo e mais fracos no fim. 

Como não sou estudioso do futebol latino-americano, não sei se o grupo do Grêmio (cabeça de chave do grupo H), é fraco ou complicado. Leio que é complicado.

Meu olhar de neófito na matéria diz o contrário: é um grupo relativamente fácil. Mas, repito, não sou especialista.

Rosário Central, Universidad Católica e o vencedor do grupo 3 são os adversários. Penso que dá pra classificar em primeiro lugar.

Desde que não perca mais um titular, como aconteceu com Ramiro (ele vai fazer falta, embora saiba que poucos concordam comigo).

Novelletto vem aí

Já o Inter pegou o River Plate. Agora só com ajuda do Novelletto, que em abril assume uma vice-presidência da CBF e anda se assanhando para os lados da Conmebol.

Não sei nada sobre os times latino-americanos, mas sei tudo sobre a politicalha no futebol.

Vão lembrar de mim – espero que não – quando coisas estranhas começarem a acontecer na Libertadores.

Viva ‘Urubulinos e Oficialistas’

Meu afastamento do blog está servindo para um monte de coisas, a começar por uma reflexão sobre se vale a pena, na última curva da minha existência, ainda assumir compromissos e responsabilidades.

O blog, que comecei a escrever com outro nome, no começo da década passada, servia como uma válvula de escape. Era meu refúgio, onde eu poderia escrever o que quisesse sem dar satisfação para ninguém, apenas para minha consciência.

Aos poucos fui sendo possuído pelo blog. Hoje, eu sei que o blog tem vida própria, já não me pertence, e isso me deixa sereno e feliz.

Eu já desconfiava que era uma partícula descartável quando percebia que quase ninguém comentava o que eu escrevia. Cada um saía por um lado, cada um na sua trincheira, disparando farpas e torpedos. E eu no meio do fogo cruzado.

Hoje, constato feliz que se eu largar tudo agora o blog vai sobreviver, moto-contínuo, até o fim dos tempos – que pelo jeito não está longe.

Vi que são mais de 800 comentários na minha ausência. Nenhum deles, claro, comentando o artigo sobre a permanência de Renato. 

Que bom que esta é uma terra de ninguém. Cada um é livre para expressar o que sente, dentro de limites éticos e morais por todos aqui conhecidos. Não tenho jeito para censor, prezo a liberdade, mas com responsabilidade.

Portanto, me poupem de intervir. Vocês já são bem marmanjos.

Então, cada um por si, Deus por todos. E seja o que Deus quiser.

Não sei quando escreverei de novo – lá em cima escrevi que estou fugindo de mais responsabilidades -, mas quando o fizer será com muita gana e entusiasmo.

Se não escrever nos próximos dias, Feliz 2019 para todos os gremistas. É isso, estou de volta.

Então, podem cantar ‘o chapa-branca voltou, ououou…’

No mais, meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram com o blog para que a chama não se apagasse. 

Viva ‘Urubulinos’ e ‘Oficialistas’…