A política vitoriosa de aproveitamento de jovens da base Tricolor

Aproveitamento de jogadores da base. Está aí um tema, entre tantos outros, que divide torcedores ao ponto de provocar ataques verbais, ironias, deboches e até ofensas de cunho sexual, baixaria pura. É o que acontece também em parte da torcida do Grêmio.

Quem acompanha as redes sociais, incluindo este blog, sabe do que estou falando, o nível baixa mesmo e de tal forma que amizades (se é que dá pra se dizer assim) são desfeitas ou ficam estremecidas. Tudo, no final da contas, fruto da paixão pelo futebol.

São, a rigor, duas correntes. Há quem defenda que o clube não deve vacilar quando surge um jovem promissor, de talento diferenciado, mesmo que ele tenha apenas 16 ou 17 anos. É preciso colocá-los para jogar no grupo principal, pulando etapas de amadurecimento, tanto pessoal quanto como atleta. De fato, há casos que sustentam essa tese, mas são minoria. Coisa rara.

Os exemplos são muitos, variados e recorrentes. Eu, por exemplo, assumo que pedia Lincoln no time do Grêmio no lugar de Douglas, três ou quatro anos atrás. Lincoln não desabrochou, até em razão de problemas pessoais (quem sabe influência de sua ascensão meteórica, sem a base necessária) e Douglas, que eu considerava superado, acabou se tornando um dos protagonistas do time que conquistou a Copa do Brasil de 2016, enchendo de orgulho a nação gremista pela eficiência e beleza de seu futebol. Ah, de passagem: sem um camisa 9 aipim para atrapalhar.

É certo que existem exemplos apontando para o lado oposto, que guri talentoso tem que jogar o mais rápido possível. Mas, repito, são casos isolados, o que não impede que a tese tenha defensores ferrenhos, às vezes apenas para não dar o braço a torcer.

De minha parte, penso que a sabedoria está no meio, como dizia Aristóteles. Entre lançar açodadamente um jovem promissor, prefiro um trabalho de lapidação, de amadurecimento pessoal sem pressa e sem pressão.

Enfim, pra resumir, aplaudo a política de aproveitamento desses craques em potencial que o Grêmio vem adotando nos últimos anos sob o comando do presidente Romildo Bolzan, com participação efetiva do técnico Renato Portaluppi e dos profissionais da base.

Há casos que podem ser questionados, mas além da parte técnica para subir um guri da base existe outro fator que influi na decisão de não aproveitar mais cedo determinado jogador: ter um contrato de médio ou longo prazo. Então, antes de colocar o talento na vitrine, é fundamental garantir o investimento já feito com a ampliação do prazo contratual.

Assim, não raro um guri clamado pela torcida não joga porque tem esse aspecto a ser revolvido. Ele fica meio que escondido, fica na geladeira. Foi isso que fizeram, por exemplo, com Alexandre Pato, que só passou a jogar no time principal quando concordou em renovar o contrato com seu clube.

Para concluir, está provado pelos milhões de euros que já pipocaram no cofre do Grêmio, que a atual política de aproveitamento da base não apenas é a mais correta, como é exemplar, invejada por torcedores e dirigentes da maioria dos clubes brasileiros.

Mas isso não impede que a batalha continue nas redes sociais.

LUAN

‘O Grêmio não conta o que se passa com Luan para evitar sua desvalorização’. Este é o título da coluna digital assinada pelo narrador Pedro Ernesto. A frase por si só provoca calafrios na torcida e realmente assusta eventuais interessados. Enfim, é o “jornalismo especulação”, tipo zero informação, detonando Luan e prejudicando o Grêmio.

ÁGUA FRIA

O vice Duda kroeff despejou um balde de água fria na torcida gremista com sua frase que originou manchete: “Não vejo uma grande necessidade de contratarmos”.

Havia necessidade, por exemplo, de esperar dois meses pelo Paulo Autuori com a Libertadores em andamento?

Duda até pode pensar que reforços não são necessários, mas então que se cale e não forneça mais munição ao inimigo.