Entre um jogador que preocupa a defesa adversária e um que se preocupa com ela, o técnico Renato Portaluppi, optou pelo segundo. Insistiu com André, um centroavante que é mais zagueiro, tendo como opções jogadores talentosos como Luan e Diego Tardelli.
Deu certo outras vezes, mas é sempre um risco jogar com dez contra onze. Foi o que fez Renato, começou com um jogador que tem sido, a rigor, uma nulidade, um jogador a menos.
Não interessa se ele ajuda a compor, marca o volante ou o zagueiro, mas não é exatamente isso que se exige de um atacante. O que se quer é um atacante que preocupa a marcação, não um que essencialmente apenas preocupa com a marcação.
Luan ou Tardelli dariam ao time a qualidade que faltou na articulação e na zona ofensiva. Mas Renato preferiu o esforçado ao talentoso.
E mais, Renato jogou com o regulamento debaixo do braço desde o começo e perdeu sua naturalidade, sua essência.
O que vimos ser batido nesta noite em Curitiba foi um time que não soube enfrentar um adversário desesperado, que havia perdido o primeiro jogo por 2 a 0 e tinha que dar uma resposta ao seu torcedor.
O Grêmio acabou perdendo por 2 a 0, resultado que manteve heroicamente sem Kannemann, expulso em razão de uma absurda entrada violenta e desnecessária no adversário.
Felizmente, Renato teve o bom senso de sacar André. Fosse outro a sair, significaria que o time terminaria o jogo com nove jogadores, e não levaria o jogo para os pênaltis, objetivo de Renato depois da expulsão. Ele poderia escalar Tardelli ou Luan, mas optou por Thaciano, um jogador de mais marcação para garantir a decisão nos pênaltis.
Nas penalidades, outro erro: quando vi Pepê diante da bola levei um susto. A última bola deveria ser para alguém mais experiente, não para um guri assustado com o peso da responsabilidade.
Enfim, Renato, o técnico de tantos acertos, teve sua noite ‘não’. Com isso, o Grêmio está fora da decisão da Copa do Brasil.
É o preço da teimosia. E da soberba. Nem a Imortalidade resiste a isso.