O Grêmio não sentiu os desfalques de Geromel e Jean Pyerre e não se intimidou com a invencibilidade de mais de um ano do Santos em seu reduto, a Vila Belmiro, local de muitas frustrações do futebol gaúcho.
Afinal, tem dois reservas de muita qualidade para as duas funções, Brás e Luan, que seriam titulares na maioria dos times do Brasileirão.
Acima de tudo, o Grêmio tinha um reforço de peso: a ausência de André.
Nos últimos três jogos pelo Brasileirão, o time marcou 10 gols e sofreu apenas um, somando nove pontos.
Tudo isso sem o camisa 9 preferido do técnico Renato, que, imagino e espero, tenha descartado de vez esse jogador pelo que deixa de fazer em campo e faz fora de campo.
Sobre o jogo contra o Santos, não cheguei a ficar preocupado justamente porque o time mais uma vez teria 11 em campo desde o início. E também porque confio muito em David Brás e Luan.
Agora, com a bola rolando, o primeiro tempo do Grêmio chegou a assustar. Paulo Victor fez duas grandes defesas, provando que é um grande goleiro.
É claro que para os ‘especialistas’ nesta posição, ele continua sendo insuficiente. Mas o que se há de fazer contra a genialidade desses sabidinhos, além de debochar e ironizar?
Pois Paulo Victor garantiu lá atrás e, no segundo tempo, o Grêmio desabou como uma avalanche sobre o Santos do festejado Jorge Sampaoli, que correu mais que seu time gritando à beira do gramado. Nervosinho e agitado.
Renato adiantou a marcação, pressionou na saída de bola do adversário, que abusou de jogar com o seu goleiro, algumas vezes perigosamente. Está aí um goleiro que não me serve.
A dupla Michel e Matheus Henrique dominou o meio de campo, pegando a maioria das bolas rifadas, contando sempre com o apoio efetivo dos atacantes, que, no segundo tempo, recuperavam a bola e arrancavam puxando contra-ataques perturbadores.
A goleada começou com Luan, aos 9 minutos, pegando bola desviada na barreira após cobrança de falta por Galhardo, que está melhorando (apesar de uma varzeana errada em bola dentro da área tricolor).
Os outros gols foram de Pepê, numa arrancada que começou na grande área e teve passe primoroso de MH. Por fim, Éverton marcou com a perícia de um cirurgião manuseando um bisturí.
No final, 3 a 0 saiu barato para o Santos, que começa a cair na tabela.
Para concluir, frase do melhor técnico em atividade no país:
Eu não menosprezo ninguém. O Santos joga bem, o Flamengo, o Athletico. Só que o Grêmio faz esse futebol há três anos. E com conquistas. Estou temeroso com o futebol brasileiro. Hoje, a maioria das equipes joga por uma bola, para não tomar gol, por uma bola parada. Por isso destaco quem busca as vitórias – destacou Renato.
E há quem discorde da maneira de jogar do Grêmio, mas isso só aqui na aldeia.