Não sei se o Grêmio vai, finalmente, conquistar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha. Sei que é a segunda vez seguida que o clube chega às quartas-de-final, onde irá enfrentar o Vasco da Gama. Jogo duro.
Como foi duro também o jogo contra o Atlético Mineiro. A goleada por 4 a 1 dá impressão de que foi um massacre técnico e tático. Foi, na verdade, um jogo equilibrado. Mas o resultado foi justo.
Agora, o que importa mesmo é a formação de jogadores. O título será bem-vindo, até porque o rival da aldeia já conquistou a Copinha em quatro oportunidades.
É bom vencer. Estou na expectativa de título, mas se foi batido nessa caminhada, ficarei feliz se o time de juniores revelar uns dois ou três jogadores para o time principal. Mais do que isso é muito difícil.
Aqui vão os jogadores que mais me deixam entusiasmado. Começo por uma velha necessidade, a lateral-direita:
Vanderson joga muito. Marca forte e firme, sai jogando com qualidade e tem boa leitura de jogo. Seria o caso de já subir para evoluir com os titulares.
Outro que, apesar de seus 18 anos, parece pronto é o volante Diego Rosa. Chuta bem de fora da área, faz lançamento ao estilo Dinho e marca forte, sem ser violento. Está pronto para subir.
Acrescento ainda o goleiro Adriel, os meias Pedro Lucas, um articulador incansável, e o goleador Elias, fez dois no Atlético, totalizando cinco gols no torneio.
Destaco também o meia Rildo e o centroavante Fabrício, este principalmente pela visão de jogo: deu os passes para os dois primeiros gols, no momento mais complicado do jogo.
Enfim, não sei se seremos campeões, mas já dá para comemorar e enaltecer o excelente trabalho que vendo sendo feito na base.
REVOLUÇÃO
O presidente Romildo Bolzan segue seu trabalho de reformular o futebol gremista. Conseguiu livrar-se de Tardelli e hoje deve acertar o desligamento de André.
Fora isso, está trazendo novos profissionais. O tempo dirá se as escolhas são as melhores.
Espero que questões político-partidárias não se sobreponham aos interesses do clube.
TEXANO
Ricardo Wortmann, o homem que escancarou a existência da IVI, está publicando frases atribuídas aos texanos, que seriam o torcedores que apreciam o futebol mais truculento, do vigor físico, da garra e da bravura.
O texano legítimo, de raiz, gosta de volante que suja o calção de barro; considera que a figura do centroavante aipim é fundamental; e defende a ideia de “fechar a casinha”, ou seja, adora uma retranca.
Para esse pessoal, o time do Renato é faceiro.
Bem, eu defendo o esquema de jogo do Renato, assim como festejei o esquema de Tite na conquista da Copa do Brasil, em 2001. E, claro, comemorei e vibrei muito com o Grêmio do Felipão, mas ainda prefiro um time que procura acima de tudo jogar futebol.
Apesar disso tudo, sou considerado um texano. Segundo o RW, o texano envergonhado. Tudo na camaradagem de mesa de bar.
O problema é que agora ele está cometendo uma tremenda injustiça ao atribuir a mim uma das frases usadas pelos texanos:
“Depois dos 35 minutos não tem mais jogo”.
É uma baita injustiça não a mim, mas ao Cacalo, que, pelo que eu soube, é o criador da frase, soprada nos ouvidos do Felipão nos jogos mais encardidos, quando o time estava garantindo um “pontinho fora”, todo fechado atrás.