Briga generalizada diminui o brilho de um grande Grenal

O primeiro Grenal pela Libertadores foi uma síntese de tudo, ou quase tudo, que aconteceu no clássico desde 1909, quando o Grêmio aplicou 10 a 0 nesse que viria a ser seu maior rival no Estado.

Na realidade, faltou o gol para o resumo ficar completo, mas oportunidades apareceram, porque os dois times, cada um ao seu estilo e com suas características, foram incansáveis na busca da vitória.

Foi um jogo para assistir sem piscar, sob pena de perder algum lance relevante. Jogo vibrante, intenso, à altura de sua importância histórica.

Até que começou a patifaria. E foi quando o jogo se encaminhava para um final com empate, resultado excelente para o visitante.

Eu diria que a confusão veio em boa hora para o Inter. Pepê recém havia entrado, fazendo uma jogada sensacional. Driblou e desviou de 5 adversários, mas chutou sem muita força para a defesa de Lomba.

Em outro lance, Éverton escapou e lançou Luciano, livre. O atacante tentou encobrir o goleiro, mas a bola subiu demais. Talvez o gol ‘mais perdido’ do jogo.

O Grêmio sinalizava que iria crescer nos minutos finais, com boas chances de chegar ao gol.

Então, foi muito conveniente a confusão, que começou envolvendo um atacante de seleção, Pepê, e um obscuro lateral, Moisés, que entrou bastante pilhado no jogo.

Os dois tiveram uma rusga, num lance banal, mas que acabou alcançando dimensão calamitosa para os interesses dos dois clubes na Libertadores.

Se o juiz Fernando Rapalini, disciplinarmente um tanto negligente, tivesse dado um cartão amarelo para os dois de imediato, tudo terminaria de outra forma. Mas ele não se impôs e a situação fugiu ao controle.

Foram expulsos: Luciano, Pepê e Caio Henrique, pelo Grêmio; e Edenilson, Moisés e Cuesta.

É possível que a Conmebol amplie a punição aos brigões, jogadores que prejudicaram uma partida de alto nível técnico e tático.

O Grenal 424 entra para a história como um grande jogo, finalizado com uma briga generalizada, na qual não faltaram pontapés, socos, tapas e até tentativa de estrangulamento.

Depois da confusão, o Grêmio ainda teve uma bela oportunidade perdida. Com oito jogadores para cada lado, o Grêmio foi superior. A bola do jogo foi um chute de Lucas Silva, que acertou a trave após desvio de Lomba. Jogada foi do lateral Victor Ferraz ao estilo Léo Moura.

GEROMEL

O zagueiro era dúvida, mas eu cantei aqui que ele jogaria, não ficaria de fora nem que tivesse o coronavírus. E Geromel foi um gigante. Mais uma vez colocou Guerrero no bolso. Foi o melhor do jogo, ao lado do goleiro Marcelo Lomba.

ELE VOLTOU

A grande notícia do clássico foi a confirmação da recuperação plena de Jean Pyerre. O guri entrou no lugar de Maicon, lesionado, e mostrou que é dono de uma vaga no time gremista. Talvez no lugar do capitão.

Um bom problema para o técnico Renato resolver.

FICHA TÉCNICA

PÚBLICO: 53.389 (total)
RENDA: 3.496.713,00
ARBITRAGEM: Fernando Rapallini, auxiliado por Juan Pablo Belatti e Gabriel Chade (trio argentino)