Quando Vanderlei sofreu o gol logo após Diego Souza ter feito 1 a 0, aos 37 do primeiro tempo, pensei, maldosamente, que algum gremista naquele momento poderia estar começando a contagem regressiva para rotular o experiente goleiro tricolor de ‘braço curto’ ou ‘braço de motorista de kombi’. Fosse outro goleiro, Paulo Victor, por exemplo, já seria jogado para arder nas chamas do inferno. Mas foi um belo chute, um belo gol de Muriel.
Vanderlei ainda tem muito crédito. Não é o goleiro que eu queria, e escrevi a respeito, mas é um jogador com boa bagagem e, com sua experiência, inspira segurança e dá tranquilidade aos sistema defensivo, em especial à melhor dupla de área do país, a muralha Geromel/Kennemann. Aliás, depois do Grenal alguns parceiros aqui no blog frisaram exatamente isso.
Portanto, vamos em frente. O Grêmio ficou no empate por 1 a 1 com o Ypiranga (nome que dei ao meu time de botão na década de 60, quando eu raramente era derrotado). Era jogo para vencer, porque o time de Renato dominou, pressionou, mas criou poucas chances de gol.
Depois do jogo, Renato disse que os demais atacantes deveria se aproximar mais de Diego Souza, que me pareceu pesado, o que é natural em função de seus 35 anos e da pausa nas atividades. Bem, cabe a ele como treinador criar condições para que isso aconteça.
Faltou alguém para pifar Éverton, Alisson, os laterais, etc. Sim, faltou Maicon. Mas o Grêmio precisa aprender a jogar sem seu maestro, ainda o melhor pifador em atuação no país. Talvez ele perca para o Éverton Ribeiro, talvez.
LATERAL
Sei que está todo mundo empolgado com o Guilherme Guedes. Eu estou gostando dele, mas ele precisa mostrar mais futebol para ser titular, desbancar o Bruno Cortêz, sonho de parte da torcida. Eu também acho que o time precisa de mais qualidade na esquerda, só entendo que é muito cedo, muito prematuro, jogar esse fardo sobre as costas do jovem. Por enquanto, pelo que vi, Cortêz, assim que for liberado, voltará naturalmente ao time, dando um tempo para Guedes evoluir.
Gostei do Lucas Silva, que forma uma boa dupla de volantes com Matheus Henrique. Mas ele precisa mostrar mais qualidade na saída de bola e aproximação ao ataque, revezando com MH.
LA BARCA
O técnico Eduardo Coudet lembrou aquela declaração de Dalessandro, uns três anos atrás, quando ele disse que poderia ‘sair da barca’, ou seja, ir embora do Inter de tão desgostoso com as críticas.
Pois Coudet, ao cobrar gramados melhores, colocou a direção colorada na parede: ou arruma gramados em melhores condições, ou ele vai embora, como se na Argentina os campos sejam uma maravilha.
Foi um ultimato, sem dúvida.
É o tipo de afirmação que dá a entender que ele até já tem uma ‘barca’ em vista, está com as costas quentes para jogar a responsabilidade pelo mau futebol do time sobre a direção.
Então, pra mim, Coudet já está com um pé fora do clube. O ‘amor’ acabou.
Lembrando sempre que Celso Roth continua desempregado.
LA BARCA 2
“…Hoy mi playa se viste de amargura
Porque tu barca tiene que partir
A cruzar otros mares de locura
Cuida que no naufrague en tu vivir…”.