‘Renato é o cara’, diz o presidente Romildo Bolzan, querendo com isso blindar seu treinador, que tem sido alvo da ira de torcedores nas redes sociais, muitos pedindo a cabeça da ‘estátua’.
Concordo com a frase, curta e seca, mesmo desconfiando que na verdade o presidente tricolor está encontrando uma nova forma de dizer que o treinador está prestigiado, o que, como se sabe, coloca o técnico de futebol na linha de tiro, na boca da caçapa.
Renato é o cara, sim. Mas Renato é o cara quando tem seu time titular na mão. Com força máxima, o Grêmio joga uma bola redonda, desculpem a redundância, e é temido e respeitado. Mas basta faltar alguns titulares que a maionese desanda.
O melhor técnico brasileiro em atividade no país se perde como um iniciante quando se trata de armar um time sem cinco ou seis titulares. É claro que esse é um problema que aflige todos os treinadores (menos o do Flamengo, que tem praticamente dois titulares titulares), mas Renato parece ter mais dificuldades para manter um futebol competitivo com time misto.
Domingo, contra o Santos, isso ficou muito evidente. Ainda assim, por detalhe o Grêmio não empata no final, depois de correr atrás da bola a maior parte do tempo e ter o agora contestado Vanderlei fazendo grandes defesas. Futebol é assim, estoura primeiro no goleiro, depois no treinador. Lembro-me que Vanderlei foi saudado pela maioria dos gremistas. Eu, modestamente, disse que ele e Paulo Victor se equivalem, e fui bombardeado.
Então, é inquestionável que o ‘o meu grupo’ não é lá essas coisas, e que nem todos os guris da base que foram promovidos estão aptos a brigar pela titularidades. Alguns, e isso é estatística, sequer serão lembrados dentro de algum tempo. Com ou sem lapidação comandada pelo Mestre Renato.
Bem, aí chegamos ao RB, que na manhã desta terça-feira, participou do Papo com o Presidente, no canal do clube no YouTube. O que extraio dessa entrevista, muito protocolar, um papai e mamãe sem graça, é que Romildo perdeu uma bela oportunidade de atiçar a torcida, sinalizar com firmeza que o clube como um todo está mobilizado e que reforços estão chegando. Mas nada de delírios como Covani. Algo mais pé no chão, mas com qualidade para chegar e entrar no time.
O presidente enfatizou que não tem receio de rebaixamento, mas a gente sabe que ninguém está livre, ainda mais se não houver uma sacudida e tudo continuar como está.
ODAIR, MANO E ROGER
Lamentável o procedimento de Mano Menezes após o jogo do Bahia com o Fluminente, vencido pelo ex-técnico colorado por 1 a 0.
O gol foi de Nenê, jogador que não erra pênalti. Ele poderia vir aqui na Arena dar umas aulinhas.
Voltando ao que interessa: Odair foi até o meio do gramado para cumprimentar Mano. A mão direita estendida de Odair encontrou o vazio. O colega passou reto.
Não custava nada estender o braço. Ficou feio.
Agora, Mano tem suas razões para estar irritado, fora a questão da arbitragem. Ele assumiu o Bahia pensando que poderia aproveitar a herança do ex-técnico gremista, que tem seus fãs aqui na aldeia. Mas pelo jeito não conseguiu tirar nada de proveitoso. Ou nada de proveitoso encontrou.