Só de ler o conteúdo das redes sociais e conferir lances do jogo de sábado entre São Paulo e CBF contra o Grêmio, empate por 0 a 0, esgotei, oralmente, em poucos minutos meu repertório de palavrões e adjetivos depreciativos ao coordenador de arbitragem Leonardo Gaciba, ao VAR, árbitro de campo e ao vice-presidente da CBF Francisco Novelletto.
Infeliz ou felizmente, não assisti à cirurgia sem anestesia feita no Grêmio, que, apesar do descalabro cometido, saiu de campo de maneira honrosa, digna e altiva, contudo, a vitória, os três pontos, foram-lhe sonegados de forma escandalosa.
O Gremio se manifestou, fortemente, pelo presidente Romildo e pelo vice de futebol, além do treinador Renato Portaluppi, que desafiou Gaciba a debater questões da arbitragem com um grupo de treinadores.
Além do mais, o clube emitiu nota oficial, ontem.
“Equívocos, descritérios, erros e a omissão do VAR em lances capitais da partida colocam a arbitragem brasileira sob suspeição.”, diz trecho do documento, que neste momento deve estar ‘arquivado’ na lixeira do presidente da CBF, Rogério Caboclo, conselheiro e ex-dirigente São Paulo. Nada é por coincidência.
Bem, quem acompanha o campeonato brasileiro com lupa para encontrar maracutaias depara com elas a todo instante, mas nem sempre as identifica. Tem pessoas que não acreditam – ou fingem que não acreditam – que algum jogador possa entregar jogos por dinheiro; que um juiz não apite sob influências externas, que pode ser oferta de dinheiro vivo, como escalas em jogos importantes e promoções pelos ‘excelentes prestados’.
Os sinais estão aí: basta ver quem não os mais beneficiados nas arbitragens e os mais prejudicados. Até já existem trabalhos de jornalistas sérios a respeito.
Posso garantir que nada do que está acontecendo nos meandros da CBF me surpreende. Logo que o sr. Novelletto foi eleito vice da CBF, mas com olhinhos revirados para a Conmebol – não duvidem, ele vai chegar lá – eu escrevi aqui umas duas ou três vezes que isso que está acontecendo – e desconfio que nós só vimos a ponta do iceberg – aconteceria.
No caso do VAR, para minimizar seus erros e diminuir a possibilidade de manobras e manipulações, eu, e muita gente, sugeri que a CBF (com apoio da Fifa) permitisse que cada treinador tivesse duas ou três chances de pedir análise do VAR durante o jogo. Por certo, o que aconteceu sábado não teria consequências tão danosas ao Grêmio.
Mas por que mesmo esses doutos da CBF abririam mão dessa prerrogativa fantástica de interferir por tabela nos jogos?
O Grêmio reage com a veemência que a situação e o momento exigem. Coloca o campeonato sob suspeição – meu Deus, quantas vezes ouvi isso sem qualquer resultado positivo em favor da transparência no futebol.
O máximo que pode acontecer é a demissão de Gaciba, mas todos nós sabemos que a punição será apenas dos dois árbitros, o do VAR e o do campo. Punição quase tão amena, proporcionalmente, quanto a de juízes e desembargadores que são afastados de seus postos, mas com remuneração plena. Em 15 ou 30 dias a dupla estará de volta lépida e fagueira.
Façam suas apostas…
Ôpa!!! apostas? Huuuummm…
SUGESTÃO DE PAUTA
Dei uma rápida olhada na composição da diretoria da CBF, está no site. São oito vices. Peguei aleatoriamente um nome: Gustavo Feijó, ex-presidente da federação alagoana e com bronca séria na Justiça. O filho dele, Felipe, é o atual presidente da federação de futebol local.
Um repórter raiz poderia descobrir quem é cada um dos vices da CBF. Tenho a impressão de que vai render uma matéria muito interessante.
É esse pessoal que manda e desmanda no futebol brasileiro.
Salve-se quem puder.
PS
Lamentável o comportamento de alguns jornalistas diante do ‘crime’ ocorrido. Gente do centro do país e também daqui.
UNIÂO
Se os clubes fossem minimamente unidos, um comprando a briga do outro, a história do futebol brasileiro seria diferente.