Quando olhei o celular ao acordar neste domingo deparei com várias chamadas de voz perdidas. Partiam de alguém com quem tenho pouco contato. Estranhei, mas retornei a ligação. Devia ser alguma coisa muito importante.
-Seu Ilgo, estava ligando para informar que a Aline faleceu.
Fiquei em silêncio por alguns segundos. Até que caiu a ficha.
Aline era funcionária da empresa de delivery da minha esposa. Tinha uns 35 anos. Eu mal a conhecia. Trocávamos cumprimentos e ‘informações’ sobre o clima, tipo ‘será que vai chover?’, ‘como esfriou, né?’, etc.
Mesmo assim fiquei abalado com a notícia da morte dela. Fiquei com a voz embarga, nem conseguia falar direito.
Não sei explicar essa reação. Foi talvez pelo susto, a surpresa. Afinal, era uma mulher jovem, aparentemente saudável (soube depois que sofria de diabetes).
Acho que chorei por mim, pelos meus filhos, pelos familiares e uns poucos amigos. Chorei pelo meu pai que já se foi e outras pessoas queridas.
Chorei ao me tocar mais uma vez que a vida é curta, um sopro, que tudo pode terminar a qualquer momento, sem aviso, nem nada.
Por isso é importante não deixar pra depois aquele abraço, aquele sorriso, aquela palavra amiga…
Dói, mas é assim.
Amanhã a gente retoma a rotina. Hoje, tem jogo contra o Fluminense, depois Copa do Brasil, Libertadores e por aí vai…
Enfim, vida que segue.
Mas a Aline, a Aline, exemplo de mãe e trabalhadora, não está mais aqui.