Foi a pior partida do Grêmio nesta série de 17 jogos de invencibilidade. Vários jogadores foram mal ou estiveram abaixo do que podem jogar. Além disso, não é uma injustiça dizer que Renato perdeu o duelo tático com Cuca, ao menos até a metade do segundo tempo. O empate por 1 a 1 diante do Santos acabou sendo um resultado a ser comemorado, mas foi um placar frustrante diante da expectativa criada a partir das atuações recentes do Grêmio.
Na próxima quarta-feira os dois times voltam a se enfrentar para decidir quem vai para a semifinal da Libertadores.
Desde já, mesmo abalado com o desempenho do time, considero que são muito boas as chances de passar, mesmo na Vila Belmiro, onde o Santos é quase imbatível.
Meu otimismo é baseado exatamente no que aconteceu em campo nesta noite na Arena. A atuação do time gremista foi fora da curva, e isso não pode ser desprezado.
Logo a 1 minuto, um zagueiro experiente como Kannemann leva um cartão amarelo e por pouco não lesiona um companheiro de time. Um lance absurdo, sinalizando que as coisas não seriam tranquilas, dentro da normalidade.
Depois, aos 35min, bola cruzada para a área, o goleiro Vanderlei, normalmente discreto e contido, saiu da goleira de forma estabanada para soquear uma bola cruzada por Pará, sim, ele mesmo. Saiu um chute que foi desviado no meio do caminho pelo Kaio Jorge.
Quer dizer, o goleiro que conquistava a torcida com defesas salvadoras deu uma entregada atípica, porque raramente ele sai da pequena área nos cruzamentos. Ele deveria conversar com o Émerson Leão (não saia debaixo do travessão nem por decreto) a respeito.
O Santos até que mereceu esse gol. Estava melhor. O Grêmio parecia perdido, quase não levou perigo ao goleiro John, que estava louquinho para dar uma entregada na saída de bola.
A que eu atribuo a superioridade tática do Santos em termos de chegadas com perigo. Posso estar enganado, mas eu acho que Cuca mandou o time picotar o jogo com pequenas faltas e confrontos físicos, o que acabou contribuindo para neutralizar o conhecido toque de bola da equipe. Chamou a atenção a forma como o Santos marcou no primeiro tempo. Sempre havia 3 ou 4 santistas em cada disputa de bola. Um time de muita pegada.
No segundo tempo, talvez pela vantagem ou por falta de preparo físico, o Santos diminuiu seu ritmo e aos poucos foi recuando para garantir a vitória. Com Darlan no lugar de Maicon, que não conseguiu jogar seu futebol, e Ferreira no de Luiz Fernando, o Grêmio ficou mais próximo do Grêmio desta fase vitoriosa.
Mesmo acuado, o Santos ainda deu duas ou três escapadas e poderia ter ampliado o placar.
O gol de empate saiu de um cruzamento de Ferreira, já nos acréscimos. A bola bateu no braço de Vinicius. Um lance polêmico. O árbitro acabou marcando pênalti após conferir o VAR. Diego Souza cobrou e empatou o jogo.
O VAR foi importante também num lance em que o juiz deu cartão vermelho para Pinares, numa disputa de bola no meio de campo. Ele foi acionado pelo VAR. Retirou o cartão de Pinares e deu um amarelo para Diego Pituca, que nos minutos finais levou o segundo amarelo e não joga na próxima semana.
Sobre as atuações: praticamente todos estiveram abaixo do que podem jogar. Única exceção: Geromel. Mas é importante registrar que Darlan merece começar o próximo jogo.
Um aspecto preocupante: o time sentiu muito a falta de Jean Pyerre. Seu substituto neste jogo, Pinares, também ficou devendo. Um meio com Maicon, Darlan e MH funcionaria melhor. Voltando JP, deve sair Maicon. Fica o meio de campo da gurizada.