O Grêmio voltou a jogar um futebol que está longe de ser o melhor do país, como garganteou o técnico Renato Portaluppi na semana passada, e ficou apenas no empate por 0 a 0 com o lanterna Goiás. Dois pontos perdidos.
Contra o Santos o time foi muito mal especialmente no primeiro tempo, recuperando-se nos 20 minutos finais. Neste sábado, o time foi bem no primeiro tempo e caiu no segundo, com o time goiano equilibrando um pouco o jogo e até levando perigo.
Por momentos, vendo a dificuldade do time pensei naquele jogo contra o Corinthians, com o Grêmio com dois jogadores a mais em campo e mesmo assim com enorme dificuldade para se impor e transformar em gol as poucas chances criadas. Bateu um desânimo.
Senti que o Grêmio não faria gol quando vi a bola cruzar a pequena área por uma meia dúzia de vezes sem que aparecesse uma chuteira para fazer o gol. Eram bolas para um centroavante aipim mandar para a rede. No caso, o argentino Churin.
Seria diferente com Diego Souza em campo? Acredito que sim. DS é um goleador, ele chama e a bola vem. Foi assim em dois gols de cabeça que ele fez. Quantas bolas foram parar na cabeça de Churin desde sua chegada?
Churin tem virtudes. Ele cruzou duas dessas bolas para o ‘centroavante’ marcar, ou seja, para ele mesmo. Em outros lances, ele chegou atrasado. Mas ao longo do jogo fez umas três ou quatro boas jogadas. Quer dizer, há alguma esperança. Fico, por enquanto, com a minha primeira impressão: é um Jael que habla espanhol. Não esperem muito mais do que isso. Diego Souza, que muitos querem ou queriam longe, segue sendo a melhor alternativa.
O jogo contra o Goiás mostrou, ao menos para mim, que Matheus Henrique dificilmente será protagonista. Ele tem qualidades, sem dúvida, é um baita jogador, mas não pode assumir, como neste jogo, a função de meia, de articulador. Seu rendimento cai muito.
O Grêmio tem hoje um problema importante: sem Jean Pyerre, quem faz a articulação? Thaciano? Robinho?
A entrada de Patrick, fisgado do grupo grupo de transição, é uma boa. O guri tem ido bem. Mas é curioso ele ter sido chamado agora, logo após a lesão de JP, e já ter entrado no decorrer da partida. Patrick está sendo preparado para substituir JP no caso de uma emergência? Se for, adeus Libertadores.
Robinho e Thaciano nem pensar. Resta Maicon, mas o capitão não é propriamente um articulador. No entanto, numa eventualidade, parece ser a melhor solução.
Sobre os dois laterais: Cortez estava apático, sem iniciativa. Já Orejuela confirmou o que penso dele: muita força, muito empenho, e lucidez quase zero. Ele joga por instinto. Se eu fosse dirigente só o contrataria por uma valor bem abaixo do que está sendo pedido. Já achei um absurdo o que foi gasto com Diogo.
Outra polêmica: Ferreira ou Luiz Fernando? Prefiro o Ferreira, mas entendo o treinador ao optar pelo segundo. Ferreira encanta com seus dribles, mas quantos desses dribles tem resultado em algo efetivo? Mas depois desse jogo contra o Goiás, Renato tem obrigação de colocar Ferreira desde o começo, deixando LF no banco.
A propósito, Maicon é o culpado dessa segunda atuação frustrante em poucos dias? Ah, mas ele não jogou. Não importa, para um certo tipo de torcedor Maicon é sempre o culpado, mesmo não jogando.
Como diz o agente policial no final de Casablanca: “Tragam os culpados de sempre”. Não lembro a frase exata, mas é por aí.
Quando a torcida elege seu culpado, não importa se ele jogou ou não. Ele será sempre o culpado.
Bem, lá se vão dois pontos obrigatórios. É assim que se deixa de ganhar um campeonato de pontos corridos, perdendo pontos para times fracos.