“Que Grêmio é esse?”, perguntava tempos atrás o narrador Galvão Bueno, olhos fixos na câmera, deslumbrado com o futebol do time treinado por Renato Portaluppi.
Hoje, quem repete a pergunta sou eu e a maioria dos torcedores gremistas, não por deslumbramento, mas por decepção.
Que Grêmio é esse que conseguiu sair de uma posição constrangedora no Campeonato Brasileiro para decolar, conforme prometeu Renato, rumo ao grupo de cima da tabela de classificação?
Que Grêmio é esse que parecia ter deixado pra trás um período de turbulência e que dava a impressão de que voaria ainda mais alto, mas que acabou abreviando a manobra com resultados e desempenhos não condizentes com seu potencial?
São questões que intrigam e preocupam o torcedor, seja aquele que coloca o clube acima das teses como o que não disfarça sentimentos hostis em relação à direção e, principalmente, ao treinador.
Afinal, o que está acontecendo com esse time que vinha bem, a ponto de Renato, num de seus arroubos surreais, afirmar que o Grêmio praticava o melhor futebol do país.
“Bem, amigos”, não demorou muito para o time desandar. O Grêmio abriu nova sequência, agora de atuações precárias e resultados piores ainda, como este desta noite em Recife, contra o Sport.
O time estava tão mal, e ainda sem Kannemann expulso, que eu já me resignava com a derrota por 1 a 0 – ao menos não seria outra goleada.
Aí, Churin sofreu pênalti, marcado após consulta ao VAR, que sendo bem utilizado, com honestidade e transparência, é uma ferramenta formidável. Pepê cobrou com perfeição e empatou.
Sobre a atuação do time: mais uma vez todos abaixo do que já renderam e podem ainda render. Uma das causas, talvez a principal, seja porque os adversários já sabem como enfrentar o Grêmio. O Santos ensinou o caminho e o Sport repetiu: marcar forte o meio de campo e criar mecanismos de contra-ataque, como o que originou no gol do Sport.
Destacar que mais uma vez Jean Pyerre decepcionou. E isso vem desde que ele participou do Bem Amigos, onde foi muito paparicado. Ele é o craque do time, por isso deve ser mais cobrado.
O centroavante Churin se esforça, é solidário, mas tem limitações técnicas, além de falta de sorte: As bolas cruzadas ou são muito altas ou rasantes. Nunca se oferecem para ele.
O resultado aponta que não será fácil terminar o campeonato no G-4. Resta apostar todas as fichas na Copa do Brasil.
Nesta quarta, 21h, Grêmio x São Paulo e seu entorno.