A prioridade era a Libertadores. Sonhava com o Tetra. Aí, nas quartas de final, como quem não quer nada, uma gurizada do Santos deu de relho em meu sonho, com direito a uma goleada de 4 a 1.
Hoje, minha prioridade é outra.
Seria conquistar o Brasileiro, o primeiro na era dos pontos corridos. A última vez em 1996. Eu ainda não tinha cabelos brancos. Faz tempo.
Depois a Copa do Brasil, que está logo ali, apenas 180 minutos distante. A Taça do Hexa, tão próxima que me fez lembrar uma canção do Guilherme Arantes:
“Quando a vi, logo ali, tão perto
Tão ao meu alcance, tão distante, tão real…”
Confiram:
Minha torcida, a partir desta noite de quarta-feira, às 19h15, na Arena, será sempre por vitória do Grêmio, claro. Mas diante da inviabilidade do título nacional, mais uma vez, a prioridade será secar o coirmão, tão sofrido nos últimos anos.
Então, no caso do jogo contra o Atlético Mineiro, o melhor para o meu objetivo (impedir que eles cheguem lá) é que o time mineiro vença. Racionalmente falando.
Ah, com o bônus de ver SamPaoli arrasado.
Mas meu lado torcedor é muito forte. Eu quero que o Grêmio ganhe e encoste no jabuti vermelho, para depois recolocar as coisas em seus devidos lugares com uma grande vitória.
Seria como um título de expressão. Um troféu simbólico.
Agora, eu sei que o Grêmio não tem fôlego nem estofo para jogar em alto nível até o final. As atuações e resultados recentes mostram que o Grêmio tem time para, digamos, um ou dois enfrentamentos a cada três ou quatro jogos com qualidade suficiente para vencer, e não colocar mais uma empate na lista.
Agora, por exemplo, o Grêmio tem quatro jogadores titulares pendurados com o cartão amarelo: Geromel, Vanderlei, Kannemann e Matheus Henrique. Imagine jogar o Grenal de domingo sem eles. Melhor não imaginar.
Então, tudo indica que Renato, no caso, sabiamente, vai reservar força máxima para o clássico. Um vitória desarruma a casa do adversário e posiciona melhor o tricolor na competição.
Resumindo, não vejo o Grêmio em condições de vencer os dois jogos desta semana. Seria demais para um time tão instável, que empolga e decepciona. Às vezes no mesmo jogo.
Mas ninguém está proibido de romper com uma tendência.