O otimismo dói. Nunca pensei que ser otimista doesse tanto. Assim como tem gente que não aceita a felicidade dos outros. Só os alienados são felizes, dizem os amargos e invejosos do sorriso estampado no rosto do outro.
Foi só declarar aqui que torci pelo Grêmio com serenidade e convicção na classificação, antes mesmo do golaço do Diego Souza, que aqueles que esperam sempre o pior – porque do pior se alimentam -, me criticassem.
Houve até quem especulasse que eu havia ingerido alguma coisa diferente naquela noite. “Eu quero um pouco disso que você está usando”, provocou um comentarista com bom humor. Tive de rir.
Nunca precisei de nada além da cerveja e vinho, talvez um tantinho de uísque, para aumentar a confiança.
O mais próximo que cheguei de drogas ilícitas foi em 1980, em Montevidéu, durante o Mundialito que fui cobrir pelos jornais da Caldas Júnior. Levei um susto quando meu companheiro desembrulhou um pacote de maconha. É só meio tijolo -, apressou-se a esclarecer.
Preciso referir que eu e ele parecíamos dois tupamaros, cabelos grandes e barba a la Che Guevara. Prato feito para ‘la policia’.
Ah, estávamos ainda no período da ditadura no Uruguai, que chegou ao fim em 1985.
Felizmente, deu tudo certo. Sabem por que? Porque mantive o otimismo e sorriso de quem estava feliz por estar cobrindo um torneio com os melhores jogadores do mundo. Então, esqueci o embrulho do colega e trabalhei. Simples.
É o que o Grêmio precisa fazer. Superar as adversidades. Esquecer as ausências e enfrentar o Del Valle, nesta quarta, 19h15, confiante e compenetrado. De preferência desprezando os negativistas da excelência da gestão do presidente Romildo Bolzan e do trabalho do técnico Renato.
É evidente que o time está distante do seu potencial e sofre com desfalques. Mas ainda assim tem todas as condições de passar.
Aos gremistas que encontram dificuldade para torcer pelo Renato, lembro que ele está fora do jogo (este sim um problema preocupante, ao menos para mim).
Então, esse pessoal que já nem disfarça que quer ver Renato pelas costas – mesmo que isso custe a vitória do clube – tem um forte motivo para apoiar o time: em caso de vitória sobre o Del Valle defender e exigir a efetivação do auxiliar Alexandre Mendes.
Acreditem, tem gente que já manifestou esse desejo em whatts, twitter e blogs.
Por fim, passando para a próxima fase será necessário reforçar o time, mas reforços pontuais, cirúrgicos, e de resposta imediata, não como o Pinares que até agora nada acrescentou, e não saiu barato.