Assim como o coronavírus tem novas cepas pra atormentar a vida da gente, também foi identificada nos últimos dias uma nova variante de viúvas de Renato Portaluppi.
A viuvez tradicional no futebol é aquela que deixa torcedores, entre eles dirigentes e um punhado de jornalista (a maioria é colorada), choramingando a perda de um ídolo, como aconteceu logo que Renato foi embora. A crise técnica do time aumentou a dor da ausência do melhor treinador do clube pelo menos nos últimos 20 anos.
A nova cepa de viúva começa por aí: ela não reconhece Renato como um grande treinador, embora tenha festejado os títulos que ele conquistou, contribuindo para engrandecer o nome do Grêmio em todo o planeta e, suspeita-se, até em marte.
Os antirenatistas não se conformam com a saída de Renato. Apesar de odiá-lo queriam que ele ficasse aqui por perto, usufruindo do nosso clima maravilhoso, com muita chuva e frio, bem distante do Leblon.
Esse pessoal constitui um número insignificante em relação ao universo de milhões de gremistas que cultivam a gratidão e o reconhecimento, sem perder, contudo, o senso crítico em relação a Renato e à direção tricolor.
Nesta célula é que proliferam as viúvas autênticas, aquelas que não se conformam com a saída do maior ídolo da história do futebol gaúcho e que estão devidamente imunizadas contra a inveja, o rancor e a ingratidão.
Enquanto as viúvas originais derramam lágrimas, a variante se arma para não dar paz ao Renato, ainda mais agora que ele assinou contrato com o Flamengo.
Parece que estou vendo as redações se mobilizando para acompanhar cada passo de Renato no seu time do Rio (talvez até escalem setorista para acompanhar Renato).
O mesmo começa a se dar nas redes sociais, onde gremistas destilam veneno contra Renato em plena sintonia com colorados, algo inimaginável em outros tempos.
Bem, Renato é mesmo milagreiro: tirou o Grêmio três vezes do atoleiro, colocou o nome do clube no alto do pódio das Américas; contribuiu para o surgimento de uma nova cepa de viúvas; e ainda conseguiu unir um certo tipo de gremistas com colorados.
FELIPÃO
O vitorioso técnico começa a se dar conta do grande desafio que tem pela frente. E corre para fazer o essencial: qualificar o time. Sem isso, não tem chance de ser bem-sucedido nessa empreitda.
Diferente de Renato, não é milagreiro, mas é igualmente competente.
Nesta terça, pra ver o tamanho da encrenca, enfrenta a LDU, no Equador, com um time misto, e sem seu principal atacante, Ferreira.
Provável escalação:
Chapecó; Vanderson, Ruan, Kannemann e Cortez; Fernando Henrique, Darlan e Douglas Costa; Alisson, Diego Souza e Léo Pereira.
Jogo válido pelas oitavas da Sula, 19h15min.