Tiago Gomes – o Começo

Técnico que é acolhido pelo grupo tem mais chances de obter sucesso. Desde, é claro, que ele saiba se impor e não se submeta aos jogadores. É o que se espera do Tiago Gomes, alçado a técnico do time principal após a demissão de Tiago Nunes.

São inúmeros os casos de treinadores da ‘casa’ que começam bem, favorecidos por esse acolhimento, mas que não conseguem manter uma sequência exitosa por muito tempo. Pode ser o caso de TN, que assumiu o Atlético-PR depois de uma boa campanha com o time sub 23, e conquistou títulos como a Copa do Brasil.

Contratado pelo Corinthians, fracassou. Idem agora no Grêmio. Sentiu a falta de um apoio maior por parte dos grupos? Ou TN realmente não soube trabalhar como o técnico que chega num ambiente de areia movediça?

Hoje, ele discute na Justiça uma dívida de 700 mil, que o clube paranaense reluta pagar. Do Grêmio ele levará quantia equivalente. É um bom dinheiro, mas não suficiente para apagar o dano à sua imagem de técnico emergente.

Bem, Tiago Gomes começa acolhido pelo grupo, ao que se diz. Sua promoção seria em função de uma consulta da direção às lideranças do vestiário, onde tem muita cobra criada – no bom sentido. Outros nomes teriam sido rejeitados.

Tudo indica que o pessoal vai correr por ele. É o que acontece no início da relação. São inúmeros os treinadores que surgiram assim. Lembro do Cláudio Duarte, década de 70. Ele se lesionou e teve de parar. Foi acolhido pelos companheiros e assumiu de treinador. Acabou conquistando um título do Gauchão, que naquele tempo valia muito.

Palmeiras

O novo treinador do tricolor pode permanecer no cargo se as vitórias começarem a surgir, de preferência já nesta quarta-feira, 19h, em SP, contra o forte time do Palmeiras.

Tiago Gomes começa com uma alteração importante, que vinha sendo pedida nas redes sociais. Rafinha e Vanderson fazendo o setor direito, com Douglas Costa articulando pelo meio. É uma tentativa. Acho que o meio campo fica mais povoado, mais compactado. Esse é a ideia, vamos ver se funciona.

Não gostei de ver o nome de Diogo Barbosa na provável escalação. Por mim, ele ficaria em Porto Alegra. Sou muito mais o Cortêz, apesar de tudo. Ou Guilherme Guedes, mas não sei o que se passa com esse jogador.

A hora é de fechar com o time. É preciso começar a somar pontos o mais rapidamente possível. Nada melhor que iniciar uma reação batendo o Palmeiras em sua casa.

Acompanhe aqui os próximos capítulos dessa epopeia para fugir do fantasma do rebaixamento.

Tiago Nunes, parte III (final)

O Grêmio deu mais um passo rumo à Série B do Brasileiro ao conseguir, com muito esforço, ser derrotado dentro de sua casa pelo Atlético/GO. um time mediano, sem estrelas, mas aplicado taticamente, com seus jogadores sabendo o que fazer em campo.

Não se pode dizer o mesmo do time de Tiago Nunes, que mais uma vez não soube armar o time de maneira adequada para fazer gols e evitá-los. Diante disso, a demissão é inevitável.

No jogo deste domingo, na Arena, esperava-se um Grêmio mais incisivo no ataque, criativo no meio de campo e seguro na defesa. Nada funcionou.

Agora, como ser seguro se um dos quatro da linha de defesa erra demais, compromete toda a marcação e ainda atrapalha na frente. Eram 8 minutos de jogo e eu já pensava se ficaria mal tirar Diogo Barbosa naquele momento. Ele teve uma atuação calamitosa até ser batido vergonhosamente no lance do gol.

É claro que outros jogadores também não jogaram bem. O time todo foi esforçado, mostrou indignação, mas isso não é suficiente. É preciso mais, a começar pela organização tática. TN foi batido pelo técnico adversário, Eduardo Barroca, fato corriqueiro nessa fugaz passagem do treinador.

TN parecia sem reação. Cheguei a fica com pena dele quando aparecia em primeiro plano na tela da TV, em close. O que se passava pela sua cabeça? Ser demitido de dois clubes grandes em pouco tempo é terrível. Empaca qualquer carreira.

Aos 40 minutos do segundo tempo troquei a compaixão pela revolta. Foi quando vi à beira do campo o lateral Vanderson e o meia Darlan, jogadores que poderiam ser titulares. Ele deixou os dois para os minutos finais. Inexplicável. Parece até provocação.

Bem, quem vier terá muito trabalho. A melhor opção é Renato Portaluppi. Tem a vantagem de conhecer cada um dos jogadores. O que é importante diante do quadro trágico do clube.

Em segundo lugar, Felipão. Há quem diga que ele está superado. Abel também estava quando levou o Inter ao vice-brasileiro.

Além da troca de treinador, é preciso qualificar o time. A começar pela lateral-esquerda.

Tiago Nunes sob pressão – Parte II

O técnico Tiago Nunes teria recebido carta branca da direção para mexer na equipe. É o que informam as redes sociais e a mídia tradicional. E eu que pensava que todo treinador assume com carta branca…

É só mais uma bobagem para dar a impressão de que tem gente atenta e atuante no futebol do clube. TN sempre teve toda a liberdade para comandar o time. Não posso crer que seja diferente.

Bem, então continua tudo igual. O treinador continua treinando como fazia antes da derrota e da atuação deprimente diante do Juventude, ‘um gigante do futebol nacional’.

Resta saber o que ele fará com a tal ‘carta branca’.

Em princípio o time terá:

Brenno; Rafinha, Geromel, Kannemann e Diogo Barbosa; Victor Bobsin, Matheus Henrique e Jean Pyerre; Douglas Costa, Ferreira e Diego Souza.

Espero que o técnico do Grêmio (é errado dizer o ‘técnico gremista’ porque ele não é gremista) dê mais liberdade de movimentação na frente. Contra o Ju ele ficou preso entre os zagueiros, sem liberdade para ajudar na construção de jogadas.

Feita essa observação, muito oportuna de minha parte, não estou gostando da formatação do time, mais especificamente do meio para a frente. O Grêmio tem perdido o meio-campo em todo os jogos deste Brasileiro. Mesmo com Thiago Silva, agora lesionado.

A presença de Douglas Costa torna o setor ainda mais vulnerável, complicando a vida da defesa, em especial dos dois zagueiros – há um movimento de colorados – com eco de alguns gremistas nas redes sociais – decretando o fim da dupla. É o fim, sim, mas da picada.

Vamos ver se neste domingo, 20h30, na Arena, se DC não conseguirá mostrar mais capacidade de combate e aplicação defensiva, assim como fazia Ramiro, por exemplo. Temo que não. Ah, Alisson está voltando…

4-4-2

Como DC não pode ficar de fora, penso que Tiago deveria pensar numa alternativa de jogo, um esquema 4-4-2, mas flexível, sem rigidez.

O esquema seria bom também para fazer com que o futebol de Jean Pyerre melhore. Por enquanto, ele é um jogador dos anos 60 que não consegue se adaptar à ‘intensidade’ do futebol atual.

O Grêmio passaria jogar com dois volantes, dois meias (um deles JP) e na frente dois atacantes de movimentação: Douglas Costa e Ferreirinha. Um ataque com mais mobilidade, abrindo espaço para quem vier de trás.

O problema é que Diego Souza, goleador do time na temporada, ficaria como opção. Minha ideia, é claro, deveria ser testada em treinamentos. Se fosse mais jovem, eu diria que DS poderia ser o meia ao lado de JP, ambos com forte chega à frente.

O objetivo da mudança é também de criar um esquema em que JP possa evoluir neste século com o futebol dos anos 60/70. Se nem assim ele render…

Pressão Parte 2

Encerrando: o Grêmio precisa vencer (sei já escrevi isso anteriormente) para parar de flertar com a Segundona.

Sobre a permanência ou não de TN: a direção precisa ter competência para avaliar se o trabalho dele é bom, independente do resultado, que muitas vezes é o tal engana-bobo.

Sinceramente, eu espero que o time vença e também convença. Se vencer sofrendo pressão do Atlético Goianiense pode significar que as mudanças devem ocorrer, ‘duela a quem duela’.

ATENÇÃO

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Tiago Nunes sob pressão

“Caiu Roth. Quem virá?”, este era o título de abertura de página do Correio do Povo em alguma edição da década de 90. Brinquei com o colega autor da sugestão: tu estás transferindo a resposta para o leitor, mas quem precisa ir atrás da informação somos nós. O título foi mantido.

Eram outros tempos, sem celular e muito menos internet com suas redes sociais, os caçadores de clics e as fake news, que vulgarmente a gente chamava de barrigada, ou seja, um chute do repórter que saiu pela linha de fundo. Outros tempos.

Eram tempos em que não se tinha muita paciência com técnico que levasse goleada do seu maior rival, ou mesmo de qualquer outro time, ou ainda que tivesse um começo de campeonato tão humilhante como este do Grêmio.

A derrota por 2 a 0 para o Juventude no Jaconi, nesta noite gelada de 30 de junho, coloca o clube numa situação delicada, assustadora. Em seis jogos são DOIS EMPATES E QUATRO DERROTAS. Resultados que mantém o time na lanterna isolada, seguido de Chapecoense, Cuiabá e o glorioso São Paulo, do até poucos dias festejado treinador Crespo, outro estrangeiro que logo irá embora.

Esses dados são eloquentes, falam por si. Nem adianta entrar numa análise técnica e tática do time (a preparação física, sim, parece boa), porque o time no momento está confuso, perdido em campo. O goleiro do adversário trabalhou bem menos do que o goleiro tricolor.

Além da péssima situação no campeonato, o time não dá sinais de que pode evoluir e voltar a ser um time que impõe respeito.

O que se vê hoje não é responsabilidade unicamente do treinador. Não é mesmo, mas ele tem boa parcela de culpa. Cabe a diretoria analisar e avaliar se é caso de demissão, porque outros fatores podem estar influenciando no desempenho da equipe, sem que o treinador possa fazer alguma coisa.

Mas, olhando assim de longe, sem conhecer detalhes do que levou o time a despencar tão rapidamente, o que passa é que Tiago Nunes não está conseguindo aplicar no Grêmio a fórmula de sucesso no Atlético, a exemplo do que aconteceu no Corinthians.

Vamos ver como ele reage sob essa intensa pressão.

Fico com a minha conclusão do post anterior: TN só deu certo porque foi abraçado e acolhido pelos jogadores após campanha exitosa com a equipe de transição. No Grêmio e no Corinthians ele não encontrou o mesmo ambiente.

Sobre o time e seu potencial: o Grêmio está entre os três ou quatro melhores grupos do Brasileiros. Encontrar um treinador que saiba tirar proveito disso é que é a questão.

Eu sei de um. Ele até se encontra desempregado, conhece o grupo como ninguém e indicou os três últimos reforços, todos de qualidade. Desconfio, porém, que se ele for convidado não irá aceitar.

Voltando ao primeiro parágrafo: caro leitor, se Tiago cair, quem virá?