A primeira impressão de quem acompanha as redes sociais e similares (rádio, jornal, etc) é de que o treinador do Grêmio não é o velho Luiz Felipe Scolari, talvez o técnico mais vitorioso do futebol brasileiro, mas sim Renato Portaluppi.
Para uma parcela da torcida (pequena mas ruidosa), tudo que acontece de ruim no clube leva a assinatura do ‘entregador de camiseta’, ‘técnico de rachão’, ‘lapidador obsessivo’ e ‘cultuador do ócio’ . entre outros rótulos que ele coleciona com a mesma compulsão que o leva a armar times que dá gosto ver jogar e conquistar títulos, além de acumular vitórias nos Grenais.
Renato saiu, ou foi saído, e tudo desandou. Começou com seu sucessor, que tentou manter a estrutura e o esquema herdado de Renato. Tiago Nunes tinha a melhor das intenções, mas depois de um início retumbante acabou sucumbindo. Caiu. Culpa do Renato.
Veio, então, o treinador mais vitorioso na história do Grêmio, ao lado do próprio Renato. Felipão fez o contrário de Tiago. Pegou o time numa situação deplorável e vergonhasa, lanterna do Campeonato Brasileiro. Com as peças disponíveis, tentou simplificar com um esquema em que a bola sobrevoa o meio de campo a todo instante.
Eu não gosto da tal ligação direta, mas considerando-se o nível dos jogadores do setor mais vital, o meio de campo, Felipão não deixa de ter razão. A verdade é que com a mão de obra disponível não é possível fazer mais do que apelar para um esquema tipo ‘pega-ratão’, ‘bumba-meu-boi’ e ‘bola pro mato que o jogo é de campeonato’.
Felipão tem sua responsabilidade, mas não é milagreiro. Tampouco o Renato, que quando teve jogadores de bom nível foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores. Ficou dois anos surfando na onda de ser protagonista do time que jogava, em 2016 e 2017, o melhor futebol do Brasil, que começa a reprisar no comando do Flamengo, para ranger de dentes de um determinado tipo de gremista.
Bem, depois da derrota de sábado, diante do Bragantino, ficou reforçado o que venho pregando aqui, fazendo coro com a torcida. Se não houver reforços de qualidade que cheguem e comecem a jogar, sem passar por uma estada no departamento médico ou com algum casamento em vista, o Grêmio vai cair para a segunda divisão, ou série B segundo a imprensa vermelha quando foi o Inter que jogou na segundona – palavra abominada pelas redações nesse período.
O problema é encontrar jogadores que possam vir e jogar, o posto de outros jogadores que mais passam tempo no DM do clube do que em campo, como o Pinares, por exemplo, que até agora não justificou sua contratação, assim como outros que o clube paga sem qualquer tipo de retorno, a não ser dor de cabeça constante.
Ah, a maioria dos guris da base não tem condições de jogar num clube que aspira sempre os títulos. O mesmo vale para alguns veteranos, os tais ‘bruxos’ do Renato, que aproveitava pouco os jovens. Agora todos sabemos por que.
Apesar de tudo, eu ainda acredito que o time irá safar-se dessa, mas não será fácil. Novo mantra:
-Eu acredito!!!