Os 6 a 0 do Flamengo sobre o Grêmio nos dois jogos das quartas de final da Copa do Brasil expressam o abismo que separa os dois times.
No confronto desta quarta-feira, o presente da torcida gremista pelo aniversário do clube foi mais uma derrota para o Flamengo.
Agora eu sei como sofreram os colorados em grenais nos últimos anos.
Está certo que o time foi guerreiro, aplicado taticamente, e que manteve um duelo equilibrado na maior parte do tempo e até criou duas ou três situações de gol.
No final das contas, venceu o time reserva do Flamengo, que tem mais qualidade em termos de individualidade. Por exemplo, sai Gabriel (que seria titular no Grêmio) e entra Pedro, que também seria titular no Grêmio, e, talvez, em qualquer outro time do Brasil.
Na comparação com os dois, Borja perde. Não que Borja seja mau jogador. Não, ele até me surpreendeu neste jogo, mostrando que não é apenas um centroavante parasita, que vive do esforço dos outros.
Gostei dele, mas o time segue com um problema grave: a falta de criatividade ofensiva, do meio para a frente. O meio de campo parece que existe para desarmar o adversário e, por falta de qualidade, devolver a bola para ele.
Os atacantes sofrem. Não é de hoje que venho apontando essa dificuldade. A bola não chega, e quando isso acontece falta pontaria nas conclusões.
No mais, é evidente que o time de Felipão é mais compactado na comparação com o que deixou o antecessor Tiago Nunes, que armou um time que era uma peneira. Um time sem defesa, sem meio e sem ataque. Resultado: 8% de aproveitamento no Brasileiro.
Ainda sobre o jogo desta noite no Maracanã, com público porque o Flamengo tudo pode, entendo que o Grêmio começou a cair na partida quando saiu o volante/meia Mateus Sarará. Pode ser coincidência, mas o time desandou e o Flamengo cresceu em campo a partir da saída desse jovem da base.
Agora, o que importa mesmo é o jogo de domingo, de novo no Maracanã, e mais uma vez com torcida, ao que tudo indica.
O time terá Ferreirinha e, provavelmente, Campaz, que misteriosamente não foi escalado por Felipão, o que abre espaço para especulações maldosas.
Diante da superioridade do Flamengo, e da dificuldade do técnico Felipão para armar um time mais equilibrado, até por falta de material humano, não vejo possibilidade de o Grêmio vencer. Talvez um empate.
Esse é o tipo de jogo em que a gente examina a tabela de jogos e contabiliza como 3 pontos perdidos. É assim que eu vejo o jogo de domingo. Jogo para perder.