Futebol não se ganha no grito, nem por ter ou não cabelo no peito. Menos ainda com o anacrônico pontapé na porta do vestiário, como sonham alguns torcedores achando que isso funcional.
É o que eu comentei com alguns amigos dias atrás, mas achei melhor não escrever aqui porque o momento era de esforço concentrado e união de todos para tirar o clube desse atoleiro humilhante.
Se os discursos fortes não vierem acompanhados de mais eficiência dentro de campo, logo viram fanfarronice. Um discurso motivacional como o do diretor de futebol Dênis Abraão em sua apresentação, e nos dias que se seguiram, serve para uma largada, mas é efêmero, seu efeito tem curta duração.
Eu só não imaginava que duraria tão pouco. Já no segundo jogo com a nova comissão técnica o time volta à realidade. No primeiro tempo, o Grêmio fez uma de suas melhores atuações – o que também não significa grande coisa -, criou chances, dominou e merecia um golzinho, um mísero golzinho.
Mas quem marcou foi o Atlético-GO, numa falha, numa cochilada, como diziam os narradores do século passado, do Selecionável Vanderson. Aí tudo desandou. No segundo tempo, aquilo que estava faltando na atuação do Grêmio: a tradicional falha, ou pixotada, do infeliz Paulo Miranda, que até vinha bem no jogo. Mas Paulo Miranda é como o Bressan, atrai raios e trovões. Como consequência, pênalti, e gol de outro adversário do tricolor.
Para completar, a parte do técnico, que na verdade é o menos culpado. Mas ele errou ao manter Alisson tanto tempo em campo. Errou mais ainda ao não sacar Diego Souza para a entrada de Borja, mantendo os dois em campo para arriscar um golzinho de cabeça. Isso que a zaga dos goianos tinha se mostrado muito competente nas bolas pelo alto, sinalizando que o Grêmio deveria buscar outro tipo de jogada para tentar ao menos o empate.
Individualidades: gostei de novo de Brenno e do Kannemann, um gigante, além do paraguaio Villasanti. Os demais razoáveis, ruins e péssimos.
Um mistério: descobrir quem o é “pai” do Campaz. Estou atrás dessa informação já faz algum tempo. Todos desconversam, inclusive os principais suspeitos. Claro que foi uma “construção coletiva”, mas sempre tem um nome principal, o cara que deu a ideia e a defendeu.
Está aí um fato que ajuda a explicar como o Grêmio chegou a esse vexame.