O favorito não assume o favoritismo mesmo num estádio com torcida única

O Grenal que tem a numeração de um esquema de jogo, o 434, não apresenta um favorito. Não deveria ser assim. Afinal, um clube disputa vaga direta para a Libertadores 2022, enquanto o outro vive a constrangedora situação de lutar contra o rebaixamento.

O favorito, em tese, é o Inter. Tem um time mais entrosado e com moral mais elevado, enquanto o Grêmio tenta se aprumar na competição. Mas não está fácil, porque mesmo quando joga melhor, como foi contra o líder Atlético, ainda enfrenta arbitragens devastadoras.

O Grêmio tem a seu favor neste sábado, 19h, no Beira-Rio, só com torcida vermelha – é impressionante a agilidade do tribunal desportivo gaúcho quando se trata de punir o Tricolor – o retrospecto recente.

São 20 clássicos com o técnico Renato Portaluppi no comando. NOVE vitórias, 8 empates e 3 derrotas. Vinte gols a favor e oito contra.

Além de uma sequência humilhante de vitórias em clássicos, não pode ser ignorado o lance do arrego, no qual jogadores colorados pediram que o Grêmio diminuísse o ritmo para não golear.

Foi um evento marcante, inédito, raríssimo, que os colorados amargam e alguns gremistas azedos menosprezam porque foi sob a tutela do técnico Renato, talvez o profissional que mais grenais venceu com a camisa tricolor.

Pois agora, mesmo com um time melhor estruturado, contra um Grêmio instável, nem assim os colorados, de um modo geral, arriscam apontar o favoritismo do Inter.

Até os mais fanáticos colorados da mídia estão discretos. Aprenderam nos últimos anos a respeitar mais o seu grande rival. Fazem brincadeiras, em especial com o fantasma da segundona (dizem que ele vai aparecer durante o jogo), mas são cautelosos, não falam em placar avantajado, por exemplo.

Mas não disfarçam o sonho de uma goleada estrondosa, como aqueles 5 a 0 aplicados pelo Grêmio com Roger Machado no comando. Essa goleada doeu, e ainda dói nos colorados.

Os colorados querem porque querem recuperar a hegemonia no Estado. Estão poupando jogadores nos últimos 15 dias só para colocar em campo sua força máxima no jogo deste sábado. Perderam muitos pontos com essa estratégia.

Portanto, o Grêmio terá de ser muito valente. O Inter praticamente joga sua vida neste Grenal. Se perder, depois de tanto esforço, a casa poderá cair.

O TIME GREMISTA

Eu começaria praticamente com o time que venceu moralmente o Atlético Mineiro, e que teve um começo avassalador, reconhecido até pelos atleticanos.

Nesse jogo, o time de Mancini mostrou a sua cara, mostrou que pode competir de igual para igual com qualquer outro do Brasileiro. Pena que chegou tarde…

Então, acredito que o time terá:

Chapecó; Rafinha, Geromel, Kanemann e o eterno Cortez; Lucas Silva, Thiago Santos e Villasanti; Douglas Costa, Borja (que vai fazer os gols que ficou devendo) e Ferreira (Campaz ou Alisson).

Esse deve ser o time que irá enfrentar um estádio todo vermelho, torcendo para que a arbitragem não lhe prejudique, que tenha uma atuação correta, imparcial.

Se isso acontecer, o Grêmio vence.

Grêmio joga bem, mas Borja perde gols e VAR volta a anular gol do time

O Grêmio jogou bem. Por vezes calou o Mineirão quase lotado. Vale aquela máxima: jogou como nunca, perdeu como sempre. E assim, jogo a jogo, a esperança de salvação vai se esvaindo.

No jogo desta noite, como foi contra o Palmeiras e também em mais alguns outros, o time teve chances de vencer, suando sangue, é verdade, mas as oportunidades apareceram.

Mas aí faltou perícia nas conclusões. Faltou sorte também. Sobrou empenho muitas vezes. Para dificultar ainda mais, erros de arbitragem, tanto do juiz de campo como do VAR.

A derrota, pelo placar de 2 a 1, foi cruel, uma injustiça, provando que ‘quando quer’, o Grêmio joga mais.

Poderia ser diferente se um sujeito contratado para fazer gol não tivesse perdido dois gols ‘feitos’ logo nos primeiros minutos, dando um susto nos atleticanos e nos secadores colorados.

Quer dizer, a derrota passa por esses dois lances. Fora isso, o sr. Borja jogou bem, foi participativo, esforçado, etc. Mas perdeu dois gols. Ele poderia ter jogado mal, mas estaria perdoado se tivesse cumprido sua missão: fazer gol.

Ele até que fez um ao mandar para a rede uma bola lançada por Douglas Costa, que voltou a jogar bem. O auxiliar assinalou impedimento. A comentarista de arbitragem da Globo, por óbvio concordou, e o VAR, é claro, ratificou.

Uma situação quase igual a do jogo anterior. Lances discutíveis. Mas é como eu sempre digo, na dúvida contra o Grêmio.

Nenhuma novidade.

Outro colombiano, Campaz, finalmente ‘estreou’. Fez um belo gol, numa jogada trabalhada com a participação de Borja.

Depois, indicando que o destino do tricolor está traçado, Campaz cometeu um pênalti idiota. O pontinho que o time estava garantindo com muito esforço, virou pó nos pés de Vargas, que bateu o goleiro Chapecó.

Se o Grêmio tivesse jogado sempre assim não estaria correndo risco de rebaixamento, e talvez até conseguisse vaga no grupo da Libertadores, que é, como todos sabem, o lugar do clube.

GRENAL

Domingo, Grenal. O jogo fora do campo já começou. Querem o Beira-Rio com uma torcida só. Imaginem, perder para o vice-lanterna. Esse risco eles não querem correr. Então, vale tudo.

Time por time, com arbitragem isenta, sou mais o Grêmio.

Acho que o técnico Mancini acertou a mão.

FESTA

Soube que um colorado muito rico já prometeu um bicho milionário em caso de vitória no clássico, e até já reservou um espaço na zona sul da Capital para ‘a festa da vitória’.

Gosto muito desse ufanismo. Me lembra o mazembaço.

Grêmio tenta mais uma vez decolar no Brasileiro

Dois meses atrás, mais exatamente no dia 29 de agosto, eu escrevi que o Grêmio só escaparia do rebaixamenteo se as contratações anunciadas como reforço para o Brasileirão dessem uma resposta muito positiva.

A direção do Grêmio foi às compras e trouxe três jogadores muito mais ou menos: Borja, Villasanti e Campaz. O que mais prometia, Campaz, é o que menos futebol mostrou.

Nesta quarta, em Minas, o Grêmio tenta mais uma vez decolar na competição. O problema é que o adversário lidera o campeonato e precisa da vitória. O Atlético vem com tudo contra o time de Mancini.

Já contabilizo outra derrota. Mas vou assistir ao jogo, porque a gente sempre acredita que a qualquer momento dê um estalo e o time acorde para a vida.

Mas, na verdade, eu já joguei a toalha.

Vejam o que escrevi no blog há dois meses:

“Dias atrás eu escrevi que o Grêmio só não cairia se as contratações anunciadas dessem resposta de alto nível, jogadores realmente capazes de fazer a diferença. Os três, digamos, reforços, até agora foram discretos, opacos, no momento em que o time precisa de talentos individuais.

Borja, Villasanti e Campaz, pelo que mostraram até agora, são medianos. Está certo que a mostra ainda é pequena, não dá para tirarmos conclusões definitivas, mas já sinalizam alguma coisa.

Borja, que era o mais conhecido de nós, é um centroavante dependente da qualidade dos companheiros, em especial dos ‘pontas’ e dos meias. Não gosto desse tipo de jogador parasita, incapaz de um drible. Ontem, perdeu um gol no seu forte, o cabeceio.

Villasanti é um volante/meia, um Luiz Carlos Goiano, conforme definiu Felipão, que ainda busca um ‘Roger’ para a lateral-esquerda, onde o carimbador Rafinha busca preencher o espaço, mas parece mais preocupado em discutir com a arbitragem. Faz caras e bocas de indignação.

Mas voltando ao Villasanti, tem tudo para ser o titular, mas não é o cara capaz de resolver uma partida numa bola enfiada, um drible, um chute de fora da área. Enfim, o Grêmio precisa mais do que ele apresentou.

Campaz, dos três, é o que aparentou em um jogo e meio ter potencial para ser o jogador que rompe paradigmas dentro do jogo, rompendo as linhas, como costumam dizer comentaristas, técnicos e jornalistas. Até agora não rompeu coisa alguma. Potencial ele tem, se movimenta, é inquieto, briga pela bola, e até parece se dar bem com ela. Mas contra o Corinthians ele foi insuficiente para o que o time tricolor precisa para escapar do inferno que é esse Z-4.

Enfim, em resumo, se Villasanti e Campaz não jogarem bem mais no ‘terço ofensivo’ (outra expressão dos tempos atuais), o Grêmio não escapa da queda. Nem mesmo se Douglas Costa se recuperar e voltar a ser uns 80% do que um dia foi o Grêmio escapa.

Não, não vou rezar. Deus tem coisas mais importantes para resolver.”

PRÊMIO PRESS

Agradeço pelo apoio de todos aqui do blog. E pelos cumprimentos por estarmos entre os cinco na categoria Jornalista de Internet.

Sem falsa modéstia, o ponto alto do blog são os comentários de vocês.

Eu sou como aquele comediante que faz escada para o colega mais talentoso fazer a plateia ria.

Um agradecimento especial ao Copião de Tudo, incansável coordenador da campanha que já considero vitoriosa.