Não tem como avaliar o futebol apresentado pelo Grêmio no empate por 2 a 2 com o Tombense, às vésperas da eleição que talvez seja a mais importante do Brasil em todos os tempos, sem considerar as circunstâncias do jogo.
Foi um jogo oficial, mas tão insignificante que não irá merecer sequer uma vírgula no rodapé da história do clube.
Sem entrar em maiores detalhes, o que tem me preocupado é que o time joga com titulares, misto ou reservas e o que se vê é sempre um futebol burocrático, sem vitórias pessoais no um contra um.
Estou exagerando, pode ser, mas eu gostaria de ver esses guris que jogam do meio para a frente arriscando mais, chamando a marcação e partindo para o jogo individual, o drible.
O treinador Renato é especialista em forjar atacantes de lado – os antigos pontas, como era o próprio Renato. Mas ele não teve tempo ainda de lidar com a geração atual. Talvez ele encontre um novo Éverton Cebolinha, quem sabe?
Aliás, um aparte, questão de ordem. Voltando no tempo até início dos anos 80, quando Renato começou a aparecer no Grêmio. Jogava muito o Renato. Vê-lo jogar valia o preço do ingresso.
Um dia, provoquei o Ibsen Pinheiro, que ainda não havia entrado pra política e que escrevia uma coluna na Folha da Tarde. Coloradão.
Ibsen, tu achas que o Renato pode ser considerado um novo Garrincha? Eu sabia a resposta: Não, é claro. Renato era um carrasco deles.
Mas eu acredito que Renato era um Garrincha do futebol moderno, onde a preparação física às vezes é mais importante que a técnica e a criatividade.
Se alguém quiser responder no lugar do Ibsen, fique à vontade. O espaço é democrático, verdadeiramente democrático.
Bem, encerro por aqui. Consegui driblar o último debate. Não assisti. É muito irritante e até nojento. Não queria estragar mais uma noite.
Até porque nada vai mudar o meu voto, já firmado e reafirmado.
MEU VOTO
Não digo qual o meu voto. Como diria o velho Cid (falecido colunista esportivo), não revelo em quem irei votar porque não há necessidade.
Confio na inteligência dos leitores…