O comecinho do jogo não poderia ser melhor e mais promissor para o Grêmio: gol de pênalti logo nos primeiros minutos. Mas a alegria durou pouco, porque o Bragantino logo empatou aproveitando o clarão que havia na área gremista. Depois, o que se viu foi um vareio, expressão que a gente usava nas peladas em Lajeado. Eu só torcia para que o pesadelo do primeiro tempo terminasse, na esperança de que Renato arrumasse a casa.
Pois o Grêmio que voltou para o segundo tempo já tinha a mão do treinador, marcando forte e pressionando em busca do segundo gol. Eu poderia resumir o que aconteceu nos minutos finais repetindo o que escrevi no primeiro tempo. O Bragantino encurralou o time gremista e quase virou o placar desse confronto emocionante e nervoso. Por isso, pedi que o jogo terminasse logo, que o juiz não desse muitos acréscimos.
Mas como chegamos a esse ponto? O Grêmio que voltou do intervalo com outra cara e outra disposição sofreu com a chuvarada que desabou sobre Porto Alegre, mais precisamente sobre a Arena, templo gremista.
O campo ficou alagado. Em alguns pontos a bola não rolava. Mas antes do temporal o Bragantino desempatou, justamente com um colorado, o Xuxa. O gol foi decorrência do erro de Galdino, herói dos dois últimos jogos. Ele perdeu a bola e armou um contra-ataque. Fiquei com pena do jogador. Mas ele se redimiu com um belo gol, em jogada que começou com Zinho. Ele driblou a marcação e chutou forte para empatar .
O empate fez o Grêmio crescer. E aí apareceu o talento e a experiência de Suárez. Bitello, que só não foi o melhor em campo porque Gabriel Grando jogou demais, impecável, grandes defesas, algumas milagrosas. É o novo titular na posição. O primeiro gol do uruguaio no Brasileirão. Com isso, os vermelhos terão de encontrar outro assunto para tentar desestabilizar o goleador gremista, como o fato de perder pênaltis ou fazer poucos gols de cabeça. Alguma coisa eles vão inventar, ainda mais que o time deles perdeu na rodada.
Então, com o campo encharcado, o Bragantino voltou a empatar. Quem falhou na jogada? Diogo Barbosa. Ele cochilou diante da área, perdeu a bola e deu nisso: 3 a 3. Os minutos finais foram tensos. Como escrevi lá em cima: eu só queria que jogo terminasse. E o juiz ainda deu uns 10 minutos a mais para me torturar.
Agora, ficou claro para mim que se não fosse o chuva o Grêmio teria mantido os 3 a 2 e hoje estaria no G-4 da competição.
Mas tem uma coisa: o que aconteceu no primeiro tempo não pode se repetir. Vareio na Arena, não.