O presidente do Avaí fala em demissão em massa se o time não começar a ganhar; o capitão do time, Marcinho Guerreiro, bateu de frente com o técnico Gallo (dois jogos, duas derrotas), e está afastado. O Avaí é lanterna, com apenas um ponto conquistado.
O Grêmio enfrenta esse clube em crise no Olímpico nesta quarta, às 19h30. Está aí um jogo traiçoeiro.
Se o Grêmio vencer, não terá feito mais que a obrigação. Situação similar a do Inter contra o Figueirense, domingo. Se empatar ou se perder…
O jogo pode ser um divisor de águas para o time de Renato Portaluppi, que, abusando de seu lado fanfarrão, promete que o torcedor que for ao Olímpico sairá satisfeito. Ele não tem como prometer isso só porque terá a volta de André Lima e talvez a estreia do Miralles. Os dois voltam de lesão, estão sem ritmo de jogo e com entrosamento zero.
Mas Renato está tão feliz em poder contar, finalmente, com atacantes de verdade – a primeira vez desde a saída de Jonas e a lesão de André Lima – que já promete coisas que estão fora de seu alcance.
De certo mesmo, é que será uma noite muito fria. Mas uma noite que pode esquentar se Renato não conseguir armar sua equipe de maneira adequada para enfrentar um adversário ferido e que vem disposto a reagir no Brasileiro. É bom não esquecer que o Avaí foi eliminado nas semifinais da Copa do Brasil pelo atual campeão, o Vasco. O time catarinense merece, portanto, mais respeito.
Afinal, não queremos um ‘mazendaço’ no Olímpico.
O SALA
É assim mesmo no masculino. O Sala de Redação fechou 40 anos. O programa não é mais o mesmo. Lembro-me vagamente dos primeiros programas, comandados por seu idealizador, Cândido Norberto. Paulo Sant’Ana começou a se projetar ali, ele que já se destacava em programas de debates como o Conversa de Arquibancada, na antiga TV Piratini. Gesticulava muito, falava com entusiasmo de seu Grêmio. Dava pau nos árbitros do Gauchão, e sofria com o Grêmio naquele início dos tenebrosos (para nós gremistas) anos 70.
Pouco tempo depois, surpresa!, ganhou uma coluna na ZH. Foi uma bomba. Afinal, ele não era jornalista. Era um torcedor alçado à colunista. Um estranho no ninho. Um dia ele largou em sua coluna o time de cada jornalista esportivo. O pessoal queria o fígado dele. Nessa época eu sequer havia começado o curso de jornalismo.
Sant’Ana tornou-se o principal nome do programa Sala de Redação. Muitos colorados foram escalados para enfrentá-lo. Um a um, foram caindo pelo caminho. Sem Sant’Ana, o programa perdeu muito de seu brilho, mas segue com a minha sintonia. Com respeito aos demais participantes, o programa cresce e se ilumina quando ele reaparece, o que é cada vez mais raro.
O Sala, agora, perdeu o ‘Professor’, que está pendurando as chuteiras. Não por vontade própria. Ele ainda terá alguns espaços no rádio e no jornal. Infelizmente, é assim. A fila anda. Nada é para sempre. Mas é inegável que o jornalismo esportivo gaúcho perde qualidade sem o mestre Ruy Carlos Osterman.
O ciclo de ouro do rádio-esportivo gaúcho está chegando ao fim. Antônio Augusto, Armindo Antônio Ranzolin, Lauro Quadros, Pedro Carneiro Pereira, são nomes que recordo agora rapidamente.
Outros nomes surgiram nesse meio tempo, ‘cascudinhos’ que cresceram e juntaram-se aos ‘cascudos’, e agora os substituem. Mudam os nomes, mas o importante é que o rádio gaúcho continua vibrante e digno.