O ‘Mazendaço’, citado no artigo anterior, aconteceu. O lanterna esquentou a noite fria no Olímpico.
O Avaí fez o que se previa: ficou fechado atrás e explorou contra-ataque. A defesa se impôs ao ataque gremista, o meio-campo manteve marcação dura e o ataque foi ágil e veloz. Teve ainda a felicidade de marcar o primeiro gol no começo.
E aí começam os problemas: a zaga deixou o adversário cabecear livremente, sem pressão, para fazer 1 a 0. A falha maior foi de Mário Fernandes, que teve condições de interceptar o cruzamento, mas ficou parado olhando.
Mário Fernandes só pode jogar como líbero num esquema de três zagueiros, ou de lateral-direito. Fora isso, é reserva.
Rafael Marques a meu ver é titular. Até porque vira e mexe está salvando o time. Tem garra, tem brio, capacidade de indignação e alguma qualidade. Não fosse ele, com seu gol no minuto final, a noite seria trágica.
Gabriel não jogou nada. Bruno Colaço fez o possível, considerando sua juventude e limitação técnica.
No meio, Willian Magrão foi quase uma calamidade. Pior que ele apenas o Douglas. Mesmo considerando que o meio estava congestionado, eles poderiam jogar melhor. Magrão ao menos teve vontade.
Douglas tem um agravante: foi expulso quando o Grêmio buscava o empate, deixando o time também com dez jogadores. A expulsão não foi por uma falta, uma disputa de bola. Foi por reclamação ostensiva e descabida.
Renato deve aproveitar e armar um time que não precise mais desse jogador. Se não souber fazer isso, que peça as contas.
Ah, na entrevista coletiva, Renato chamou Douglas de craque. Aí fica difícil.
F. Rochemback foi de novo o melhor do time, o melhor em campo. Agora, precisa se controlar. Agrediu um adversário quase no final, naquele esforço gigantesco em busca da reação. Já tinha o amarelo e poderia ter sido expulso. Foi na cara do bandeirinha que anulou dois gols do Grêmio, sendo que ambos os lances foram absolutamente discutíveis. Ele decidiu os dois contra o Grêmio.
Ainda sobre a arbitragem: Mário Fernandes escorregou e caiu com a mão sobre a bola, lance involuntário que alguns colorados da crônica esportiva estão querendo dizer que foi pênalti.
O pênalti sobre Escudero, que entrou bem diante do horror que era o time, pode não ter existido. Mas não dá pra condenar o juiz, que errou para os dois lados.
Leandro e André Lima lutaram. Sentiram a falta de ritmo. Além disso, o espaço para eles era restrito demais. Sempre com dois ou três marcadores.
Miralles entrou muito bem. Mostrou que é um jogador de atua pelos lados, mas que aparece para concluir.
Não há dúvida que o time tende a crescer. Ainda mais com Gilberto Silva e mais um atacante de qualidade.
A partir daí é tudo com Renato. Cabe a ele mostrar que o desempenho que teve no Brasileirão do ano passado, quando tirou o Grêmio do atoleiro, não foi casual e fortuito, como acreditam seus críticos.