Até mesmo o gremista mais fanático precisa reconhecer que ser convidado a participar de um torneio ao lado de três dos clubes mais poderosos do planeta é uma honra.
Por isso, os colorados têm razão em sua euforia.
Já aos gremistas, agoniados com essa história, além do despeito, coube brincar com o erro impresso nos ingressos ou nos convites. Saiu Porto Alegre, não Internacional.
É um descuido dos organizadores. Um desrespeito a um clube latino-americano, um intruso na festa dos europeus.
Já tive meu nome trocado muitas vezes, o que em se tratando de Ilgo não é muito difícil. Estou tão acostumado com isso que já não me importo quando me chamam de Ingo, Hiltor, Hildo, etc.
Agora, trocar Inter por Porto Alegre é negligência, descaso. E também ignorância da organização.
Aos gremistas, esse erro caiu na hora certa. Depois disso, e melhor do que isso, só mesmo um fracasso colorado na Copa Audi para atenuar o fato de o Inter ter ido, não o Grêmio, ou qualquer outro clube do Brasil.
Pois o Inter foi eliminado da disputa do título. O time foi valente. tomou um vareio no primeiro tempo. No segundo, beneficiado com as inúmeras mudanças do time do Barcelona, que há havia começado com apenas três titulares, conseguiu manter uma disputa mais digna.
Caiu nos pênaltis, o que é um consolo. Damião, o melhor jogador do Inter no jogo, autor do gol de empate no finalzinho, desperdiçou.
Amanhã, o Inter disputa o terceiro lugar. Se perder, será o lanterna. E aí a festa gremista estará completa.
Mas não rende uma cerveja chamada Copa Audi.
SAIDEIRA
Enquanto o Inter projeta seu nome, o Grêmio tenta reencontrar o caminho das vitórias, mais do que isso, o equilibrio entre defesa, meio de campo e ataque.
O jogo contra o América Mineiro é daqueles em que se joga obrigado a somar três pontos. Responsabilidade que aumenta diante da situação gremista na tabela de classificação. Por isso, a bola queima no pé, existe ansiedade para resolver logo, e se o gol não sai bate o desespero. A torcida se irrita…
Já vi esse filme.
O Grêmio precisa vencer, e a torcida precisa ajudar.
Agora, chega de brincadeira: Miralles, contratado para preencher a lacuna aberta por Jonas (que aliás volta a Seleção para irritação de seus secadores), precisa começar o jogo. A dúvida entre ele e Leandro é inaceitável.
Miralles precisa jogar até para sabermos se podemos ainda ter esperança nesse time, ou se a hora é mesmo de rezar.