Quem tem medo de Ronaldinho ‘Traíra’ Gaúcho?
Eu não, mas por via das dúvidas estou me exilando no território dos campeões da América.
Quando o Grêmio estiver enfrentando o Flamengo no Maracanã neste sábado, eu estarei na fronteira comprando uns vinhos. Vinhos e as minhas cervejas (1983, Kidiaba e Mazembier) têm sido o meu refúgio nesses tempos de dor e mágoa.
De vez em quando apareço no Box 21 ou no BierMarkt, mas sempre mantendo prudente distância do Olímpico, que virou salão de festas dos adversários.
Se der, vou assistir ao jogo. Aliás, não medirei esforços para ver esse duelo tão aguardado:
Grêmio frente a frente com RG, que está jogando melhorzinho depois que entrou no ar o ‘disque dentuço’.
RG nem foi ao julgamento ontem. Não tenho dúvida que fez isso para mostrar descaso com os auditores e assim ser punido.
RG tem medo, ou apenas vergonha, de enfrentar o clube que ele abandonou em troca de dinheiros, muitos dinheiros.
Felizmente, o tribunal carioca, conforme era previsto, colocou RG em campo. Ele e o Thiago Neves. Melhor assim.
Se o Grêmio escapou de perder para o Figueirense e penou para empatar com o América Mineiro, tanto faz o adversário.
O risco de fracasso é maior que o de sucesso com esse time.
Agora, parece contraditório, acredito que o Grêmio tem condições de surpreender o badalado Flamengo. Aliás, sempre é mais fácil vencer equipes festejadas em excesso, ainda mais se forem cariocas, sob o céu estrelado, ou não, do Rio. Pena que o jogo não é no Maracanã. Estaria ainda mais confiante.
Para vencer, ou até empatar, o técnico Julinho terá de armar um time compactado, com pegada forte no meio de campo, e duas ou três alternativas para escapar em contra-ataque.
A ausência de Douglas contribui para isso. É providencial essa amigdalite no jogador que deixou o campo sob vaias e visivelmente irritado com Julinho. Santa amigdalite.
Espero que Julinho coloque Adilson ao lado de Gilberto Silva, FR. com Marquinhos mais liberado.
Na frente, André Lima e um velocista, de preferência Leandro. O guri parece viver uma crise existencial, o que é natural para quem surgiu como um furacão e hoje não é mais que uma brisa. Só jogando é que ele vai superar essa fase, reencontrar o equilíbrio psicológico. Futebol ele tem de sobra.
A lamentar apenas que o Grêmio não tem um xerifão na área, alguém pra colocar o dedo na cara do RG e dizer, cuspindo fogo:
– É hora de ajustar as contas.
Estarei no Uruguai, mas não posso perder esse jogo. Esperei muito tempo por esse momento.