A torcida do Grêmio vaiou e protestou após o empate com o Atlético Mineiro. Se a vaia foi dirigida ao time, foi uma baita injustiça.
O time correu, se entregou, mostrou aquela velha garra. Jogou no seu limite. Mas no futebol é preciso também qualidade.
Não se pode exigir que alguns jogadores joguem aquilo que não conseguem por absoluta incapacidade. Neste jogo não houve má vontade, mas apenas incapacidade.
Então, se há alguém a ser vaiado, este é quem fez as contratações.
Concordo com vaias para a direção, mas não para o time. O Grêmio jogou no seu limite. Não tem como jogar mais do que jogou esta noite no Olímpico.
O torcedor precisa aceitar que este é o time do Grêmio que o sr Paulo Odone e seus companheiros montaram.
Paulo Pelaipe chegou querendo dar uma melhorada. É difícil, o mercado está restrito. Brandão é a alternativa que ele encontrou. Não dá mais pra esperar. Que venha o Brandão.
André Lima vai perder o lugar. Ele não consegue ganhar uma bola nem pelo alto e muito menos pelo chão. Quando a bola é cruzada, ele está em outro lugar. Sempre.
Jonas é tão bom que conseguiu fazer de André Lima um goleador, um jogador querido pela torcida. Sem Jonas, ele voltou ao normal. Um atacante limitado, muito dependente.
Miralles corre muito, alterna bons lances com jogadas bisonhas. Ele está começando, se adaptando. Merece crédito. Mas pra mim é um clone do Herrera. Uma contratação equivocada, mais uma.
Escudero aciona uma usina nuclear para acender um palito de fósforo. E pensar que tinha gente criticando o Renato por não escalar esse jogador…
Aliás, a cada jogo que passa fica comprovado que Renato era o menos culpado pela campanha ridículo do time. Mas seus críticos não se manifestam agora. Ficam em silêncio.
Com Renato, o Grêmio estava a oito pontos do líder e a 12 pontos da zona de rebaixamento. Mais ou menos isso. Como é que está agora, sem ele?
Repito o que escrevi quando ele saiu: ruim com Renato, pior sem ele.
Julinho Camargo: critiquei sua contratação. Mas torci e torço por ele. Um sujeito trabalhador, conhecedor de futebol. O desafio é grande demais para quem nunca treinou um time de ponta. Minha previsão é de que ele não fecharia agosto. Acho que mais uma vez vou acertar, infelizmente.
Enquanto isso, com tantos erros acumulados, o Grêmio se encontra de novo diante do fantasma do rebaixamento. Já virou hábito, rotina.
O bode está no meio da sala. Agora, até Celso Roth será aceito, ainda com rejeição, mas já nem tanta.
Outra coisa: vamos parar de detonar o Victor. Ouvi um comentarista gritar que Victor mais uma vez falhava, referindo-se ao segundo gol do Atlético. O mesmo comentarista silenciou diante de defesas salvadoras de Victor.
É preciso respeitar o histórico desse jogador. Victor é um dos poucos que se salvam nesse time. Vamos garantir os bons e detonar os ruins. Não fosse Victor, o Atlético teria vencido.
O Grêmio pouco criou em termos ofensivos. Já o Atlético entrou fácil na área gremista. Rafael Marques e Lúcio tiraram duas bolas de cima da linha. Só esse dado já mostra como o time está ruim. Falho na defesa e absolutamente incompetente no ataque.
Lamento pelo Julinho, que está recebendo a grande oportunidade de sua vida profissional, e que largou um bom emprego no Inter. Ele arriscou, tentou. Confiou demais no seu taco. Não analisou direito o time que ele ele treinar. Infelizmente, não deve resistir muito tempo.
E o pior de tudo, é que duvido que outro treinador possa fazer muito mais. A não ser que Pelaipe reforce o time com pelo menos dois titulares.
Mas seja quem for (e deve ser o Roth), já será lucro se evitar o rebaixamento. A história se repete.