O Grêmio finalmente entrou no campeonato. Com a vitória sobre o São Paulo por 1 a 0, o time mostrou maturidade. Foi bem demais na marcação, quase não deu chances de gols para o adversário, e teve controle do jogo a maior parte do tempo. Só faltou mais qualidade na frente.
Fico pensando o que não faria esse time que o Professor Celso Roth ajeitou se tivesse um cara como Leandro Damião, o Jardel colorado, que liquidou o Palmeiras por 3 a 0. André Lima é esforçado, mas é muito dependente de uma bola trabalhada pra ele. Não tem luz própria como tem o centroavante colorado. Inveja.
Com um jogo a menos, o Grêmio encostou no G-10 e agora, para entrar no G-5, é só um pulo, ainda mais que os times de cima estão vacilando. O Corinthians, que era apontado como virtual campeão pelos apressadinhos e matemáticos de plantão, já pode até perder vaga na grupo da Libertadores, se continuar nesse ritmo.
Sem dúvida esse crescimento do Grêmio se deve ao Professor Roth. Só quem tem muita má vontade com ele é que não admite isso. E Roth mudou.
Hoje, vencendo por 1 a 0, ele sacou um meia, Marquinhos, e colocou um atacante, Miralles. O natural, partindo dele, seria colocar um volante de contenção ou um zagueiro a mais para garantir o empate.
Roth mudou, e para melhor. Já não tem medo de ser feliz.
E, com isso, está fazendo a torcida feliz. Recuperou a auto-estima gremista.
Agora, em relação à excelente vitória por 1 a 0 sobre o SP, é importante destacar um nome: Douglas. Que atuação! Soberba, magnífica. Um maestro conduzindo uma orquestra. Um maestro que quando foi necessário, como nos minutos finais, se apresentou para carregar o piano. Recuou até quase a risca da grande área para marcar, combater e lutar pela bola.
Foi quase um jogo de xadrez no Olímpico. Poucas situações de gol. Os dois goleiros não fizeram nenhuma defesa realmente difícil, salvo engano.
O gol só poderia sair com uma falha defensiva ou com a presença de um jogador-surpresa, vindo de trás.
Júlio César, a melhor contratação do clube neste ano (obra de Paulo Pelaipe, é preciso enfatizar), estava meio retraído, com pouca iniciativa de drible. Estava mais contido. Faltava a jogada dele. E ela veio sensacional. Ele apareceu pelo franco esquerdo, escapou da marcação com força e técnica, e aí teve calma, ergueu a cabeça e encostou para Douglas, que vinha na corrida, mandar para a rede.
Júlio César uma presença na área, um gol.
No mais, todo o time foi bem. Ed Carlos foi discreto e eficiente. Idem o Saimon. Mário Fernandes fez ótimas investidas. No segundo tempo foi menos porque Dagoberto jogou muito pelo seu setor.
Eu havia previsto no twitter que o Grêmio teria dois grandes problemas, dois obstáculos, a superar para conseguir somar três pontos: Dagoberto, que sempre faz gol no Grêmio, e o juiz Heber R. Lopes.
Heber bem que tentou ao não marcar o pênalti sobre Marquinhos no primeiro tempo. Mas depois ficou mais comportado. Dagoberto lutou muito, é um grande atacante. Dessa vez, porém, fracassou. O técnico Adilson ainda deu uma mãozinha ao trocar o sempre perigoso Dagoberto pelo lento e decadente Rivaldo. Grato Adilson.
Damião, o matador
O Inter é um time do nível dos demais, mas tem uma diferença que pode levá-lo inclusive ao título do Brasileirão: Leandro Damião.
Damião é o Jardel colorado. No começo do ano escrevi que Damião fazia a diferença. Quando o goleiro falha, a defesa vacila e o meio campo não se acerta, o Inter tem Damião.
Pra ele não tem bola difícil, jogada perdida. Damião no ataque gremista na Libertadores teria o levado o time a disputar o título.
O Inter sem Damião é um time comum. Com Damião, o céu é o limite.
Hoje, além desse goleador que não cansa de fazer gols, o Inter contou com a sorte.
O Palmeiras poderia ter definido o jogo no primeiro tempo. Teve boas chances de gol através dos pés de Marcos Assunção. Muriel foi o salvador.
A defesa colorada, de novo com os noviços, vazou muito. Mas quem não faz leva.
O Inter goleou (3 a 0) e, com os líderes patinando, já pode até sonhar com o título.
É difícil, mas com Damião tudo é possível.