Percebo um clima de ufanismo no Olímpico para esse jogo contra o Coritiba. Mais ou menos como o que antecedeu aos 4 a 0 diante do Vasco.
O presidente Odone deu um discurso completamente desnecessário e inoportuno, a exemplo do que havia feito Roth após vencer o São Paulo.
Quer dizer, basta vencer dois ou três jogos, subir um pouco na tabela, para que uns e outros comecem a calçar salto alto, rir à toa como se estivesse na iminência de uma grande conquista.
Por trás do discurso de ataque ao Renato e louvação de Roth, está a seguinte mensagem: viram como eu sou bom, mudei na hora certa, mesmo contrariando a vontade da maior parte da torcida? Eu sou o cara!
É o que o presidente tentou transmitir. Ele só esqueceu de mencionar que ao demitir Renato ele trouxe um técnico noviço, o Julinho Camargo, com bom trabalho nas categorias de base, mas sem experiência que o credenciasse a assumir num grande clube, ainda mais em meio a uma crise técnica.
Quando Julinho foi contratado eu fui um dos poucos que criticou a iniciativa da direção. Hoje, todos que na época defenderam a opção por Julinho, criticam o sr Odone pela contratação. Celso Roth estava desempregado.
Quer dizer, a convicção de que Roth seria a solução não era tão sólida como se tenta passar agora em meio ao crescimento do time no campeonato.
Se for para comparar, Renato pegou o time em pior situação na tabela e o levou a disputar a Libertadores, e não tenho dúvida de que com mais 3 ou 4 rodadas o Grêmio assumiria a liderança. Com a vaga conquistada, o que fez a direção comandada pelo sr Odone? Armou um time mambembe. E isso não pode ser esquecido. Nunca.
O que me preocupa é, portanto, esse clima de que algo foi conquistado. Não, o Grêmio apenas subiu na tabela e se aproximou do G-5.
Até pode entrar nesse grupo da Libertadores, porque tudo é possível no futebol. Mas a lógica indica que o Grêmio vai ficar mais ou menos onde está.
Até poderia subir mais não fosse esse entusiasmo juvenil que acomete o comando do clube e que ameaça contaminar o grupo de jogadores.
Contra o Coritiba, jogo de alto risco, seria prudente uma postura mais humilde, mais modesta e mais respeitosa. O Coritiba tem um time muito entrosado e organizado. Em seu estádio, é quase imbatível.
Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
Ah, leio que Roth estaria indeciso entre Gilberto Silva e Adilson para o lugar de Douglas. É óbvio que Roth vai começar com G. Costa, adiantando um pouco Fernando.
Entre um medalhão e um prata da casa, sempre o medalhão, esta é a lógica dos treinadores.