Confesso que não tive ânimo para assistir Grêmio x Avenida. Primeiro, porque teria de ficar em cima do muro – torço para os dois; segundo, porque esse era um jogo que nada acrescentaria. Para que serve um jogo desse nível?
Não serve nem para avaliar o potencial desse ou daquele jogador. Golear o meu pobre Avenida, no Olímpico, é quase uma obrigação. Se goleia, fez o que tinha de fazer; se empata ou perde, é fiasco.
Agora, um jogo como esse, e tantos outros do Gauchão, serve para desfalcar o time. No caso do Grêmio, serve para lesionar só os melhores, os mais importantes.
Mário Fernandes e Kleber que o digam. O lesionado da vez é Gilberto Silva, que, bem ou mal, é titular do time de Luxemburgo.
Analisando friamente, a lesão do GS, que teria fraturado o nariz, pode abrir caminho para que Luxemburgo encontre um zagueiro realmente em condições de ser titular e corresponder quando o time tiver pela frente adversários mais poderosos, o que irá acontecer se o Grêmio superar o Ipatinga.
GS, pela sua experiência, quebra o galho no Gauchão, mas não acredito nele contra um Palmeiras, por exemplo.
O Naldo, o Legítimo, parece que ficou mais difícil. Então, é preciso insistir com outra dupla de zaga, deixar jogar e torcer para que alcancem um nível confiável.
Na frente, Facundo – prefiro chamar o argentino pelo primeiro nome, que é como fazemos com os jogadores brasileiros de um modo geral – está calando a boca de uns apressadinhos – secadores todos eles – já alardeavam que ele seria um jogador só de segundo tempo, nunca de jogo inteiro. Essa conclusão, mais apressada que ejaculação precoce, foi tirada em cima de um jogo só. Má vontade. Inveja.
O melhor do jogo, segundo os comentários que ouvi, foi o Marcelo Moreno.
O ataque não me preocupa. E o setor ainda vai melhorar com Miralles, que recomeçou a treinar, agora com mais entusiasmo. Em breve, será mais uma opção importante para o ataque.
O problema mesmo está no meio de campo.
É preciso contratar um articulador urgentemente. E mais um volante de qualidade, que marque forte e saiba jogar.
O sistema defensivo – e também o ofensivo – perde sem Mário Fernandes e Júlio César, é inegável. Gabriel e Pará são bons, mas os outros dois são melhores.
Agora, em meio a tudo isso, é importante destacar o Luxemburgo. Ele está me surpreendendo positivamente, tanto pela forma como arma e comanda o time, como por suas declarações e posições.
Com ele, já acho que mesmo sem reforços, e se não machucar mais ninguém, o Grêmio até pode ficar entre os quatro primeiros da Copa do Brasil.
Título não, porque aí Luxemburgo seria mais que um treinador, seria um milagreiro, um santo. E santo a gente sabe que ele não é.
Mesmo assim, e por via das dúvidas, não custa acender uma vela pra ele.