Até o Gre-Nal eu ainda mantinha a esperança de que o time montado pela dupla Odone/Pelaipe e pelos homens do futebol afastados no meio do ano passado poderia surpreender e conquistar o título do Gauchão e até da Copa do Brasil.
Confesso que era uma esperança fundamentada na paixão, no desespero de onze anos de seca e na certeza de que milagres acontecem.
Quero informar que a minha esperança ruiu como irá tombar o Olímpico dentro de mais algum tempo.
Quem me acompanha há mais tempo sabe o que eu penso desse time, principalmente do meio de campo, coração e alma das equipes de futebol.
Sem um meio campo forte, competitivo, dificilmente os objetivos são atingidos. Um lateral se improvisa, um zagueiro se protege e um atacante se abastece tanto que de vez em quando ele faz gols, que o diga André Lima quando jogou ao lado do Jonas.
Saudade de Jonas.
O Grêmio não tem meio de campo. O do ano passado era melhor. Aquele meio de campo com o ataque de hoje, Kleber e Marcelo Moreno, poderia almejar grandes conquistas. Este, com Marco Antônio e Léo Gago, tem como destino o abismo.
Mas eu ainda acreditava que Luxemburgo com sua experiência, seu conhecimento e sua ascendência sobre os atletas poderia fazer a diferença, apesar da insistência com essa nulidade que é MA, um jogador que eu não conhecia e que só passei a criticar depois de vê-lo com a camisa tricolor.
Aqui um aparte, no programa Cadeira Cativa, do Reche, eu disse ao Pelaipe, que estava ao meu lado, que ele não conquistaria absolutamente nada com o meio de campo que ele havia contratado. Nem lembro o que ele respondeu, mas foi algo assim como ‘tu vai ver mais adiante’. É, estou vendo.
Veio o Gre-Nal. Ele começou o jogo com dois volantes, recuou MA para a função do Léo Gago. MA é um jogador que não marca, não dá carrinho, não rouba a bola de ninguém, não suja calção. Se é ruim adiantado, pior recuado, ainda mais num Gre-Nal, jogo pegado, vibrante.
É histórico que Gre-Nal ganha quem se defende melhor, marca forte no meio de campo e explora contra-ataques, jogando no erro do adversário. Luxemburgo ignorou o que Roger havia ensinado no clássico anterior. Armou um meio de campo leve, para alegria de Guinazu, Tinga e Sandro Silva.
Fosse Roger o técnico, ou o Celso Roth, ou o Mano Menezes, que foi campeão contra o favorito Inter, o resultado do Gre-Nal seria outro. Esses três nomes, entre outros, sabe como se ganha e como se perde um Gre-Nal.
Luxemburgo não poderia em hipótese alguma jogar da forma como jogou. Depois, no intervalo, tentou consertar, mas reagir colocando Marquinhos é piada. Piada de mau gosto como aquela do Rafinha Bastos.
Aliás, assim que for eliminado da Copa do Brasil, o que pode acontecer até contra o Fortaleza, o Grêmio deve passar por uma varredura, começando por MA – a Lusa está precisando dele -, Marquinhos e Gabriel. Mas tem mais.
Então, Luxemburgo me decepcionou. Não confio mais nele. Aquela ‘malandragem’ de entrar com 18 jogadores no Gre-Nal e depois a briga ridícula com os gandulas é coisa de técnico ultrapassado, ou de técnico que quer ir embora.
Diante disso, e sem conversa, defendo Roger como treinador. Foi com ele que o Grêmio fez sua melhor partida neste ano. Não é muito, mas na relação custo/benefício acho que vale a pena investir em Roger, que ao menos sabe o que fazer para não perder Gre-Nal.
É claro, que Roger e meia dúzia de reforços. Um zagueiro de ALTO nível para o lugar de Gilberto Silva; um volante para ser titular ao lado de Fernando e Souza; e dois meias de qualidade. Ah, e com a saída de M. Fernandes, um lateral direito.
É, eu já estou pensando no Campeonato Brasileiro.